Rammstein: a noite em que o Via Funchal quase pegou fogo
Resenha - Rammstein (Via Funchal, São Paulo, 30/11/2010)
Por Hiran Eduardo Murbach
Postado em 01 de dezembro de 2010
Eu desejava um show do Rammstein há muito tempo, e desde que começaram os rumores que a turnê deles passaria pelo Brasil em 2010, eu decidi que iria. Tanto que comprei o ingresso logo que começaram a serem vendidos e para isto abri mão de outros shows que gostaria de ter ido, podendo ver, ao vivo, estes alemães, coisa que quase consegui em 1999, quando abriram o show do Kiss, mas que, por incompetência da organização na entrada, não pude entrar a tempo.
Já sabia desde o início que eles não trariam toda a sua parafernália de palco, primeiro porque transportar tudo aquilo numa viagem intercontinental deve ser complicado e caro e segundo porque o Via Funchal é um lugar fechado e eles são uma banda de estádio, onde tudo é planejado para ser gigante, colossal, exagerado. Isto ficou claro na abertura do show, quando ao som de Rammlied, apoteótica canção do ótimo e consagrado Liebe Ist Für Alle Da, após a queda do pano preto que cobria o palco, apareceu um outro, preto e vermelho, que na verdade era para ser a bandeira da Alemanha mas que, por causa da altura reduzida do palco, escondeu a parte amarela.
Só que estas dimensões reduzidas do palco e o fato do local ser fechado não afetou em nada toda a pirotecnia (piromania para ser mais exato) da banda, principalmente do performático vocalista Till Lindeman, que não se cansa de brincar com o fogo, chegando inclusive a queimar o tecladista Flake Lorenz na música Weisses Fleisch (de mentirinha) e um figurante na Benzin (daí de verdade, apesar dele usar uma roupa apropriada).
Fica claro que tudo é muito bem ensaiado e pensado, pois uma falha ou descuido pode gerar uma tragédia. Mas nada disto acontece, e a cada ato, a platéia fica mais impressionado e atônita. Era possível ver a cara de surpresa e contentamento a cada lado que se olhasse num Via Funchal totalmente lotado, extremamente quente e esfumaçado. Mas não é que além disso, existe a música?
Numa equalização muito alta (não me lembro de ter visto um show tão alto lá) e cheia de samplers, se sobressaíram a qualidade vocal de Lindeman, que tem o timbre perfeito que o som e a língua pede, e a bateria precisa de Christoph (Doom) Schneider. Era quase como se ouvíssemos o som do CD.
Com um repertório multi-linguístico, combinando o francês na Frühling In Paris, inglês na Pussy e espanhol na Te Quiero Puta, além do alemão, o que se ouvia na galera era uma mistura de canto com embromation a cada música, mas até que algumas canções conseguiram ter seus refrões cantados em uníssono, como Du Hast e Ich Will, o que não é pouca coisa, considerando o número mínimos de pessoas lá que deveriam falar o alemão.
O resultado desta mistura toda? Um dos melhores shows que já vi na minha vida (e não foram poucos). Fato.
Outras resenhas de Rammstein (Via Funchal, São Paulo, 30/11/2010)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Dave Mustaine acha que continuará fazendo música após o fim do Megadeth
Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os 11 melhores álbuns de metal progressivo de 2025, segundo a Loudwire
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
We Are One Tour 2026 anuncia data extra para São Paulo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"


A opinião de Richard Kruspe do Rammstein sobre Malcolm Young do AC/DC
A opinião de Chad Smith do Red Hot Chili Peppers sobre a banda alemã Rammstein
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!


