Glenn Hughes: não é por acaso que ele gravou "I'm The Man"
Resenha - Glenn Hughes (Carioca Club, São Paulo, 16/12/2009)
Por Marcelo Melgaço
Postado em 22 de dezembro de 2009
Não é por acaso que uma das músicas de seu álbum Blues, de 1992, é "I’m The Man". O cara é incomparável! Dio e Halford são raridades, trovadores que conseguem manter-se na crista da onda há mais de 30 anos, diferente de outros como Coverdale e Gillan, que se apresentam como pequena sombra do que foram. Já Glenn Hughes é o único que, se não canta mais do que cantava nos anos 70, canta igual.
Fotos: Nara Yoko
A casa que abrigou o show em SP – Carioca Club – não comprometeu, mas deveria ser de melhor nível para um show do Hughes. Havia uma máquina de gelo seco que funcionava a cada 10 minutos e que era quase tão barulhenta quanto as bandas. Digo bandas porque o show pelo qual todos aguardavam teve a abertura da Casa das Máquinas. As bandas de abertura no Brasil costumam ser dispensáveis, e desta vez não foi diferente. O intervalo entre o show de abertura e o do Glenn Hughes foi de quase uma hora.
Logo que pisou no palco The Voice of Rock mostrou a que veio - como não se impressionar com a disposição de um cara de 58 anos que viveu uma história sinistra de dependência, contada, cantada e tocada em uma pérola como "Addiction"?! Quem já foi a alguns shows sabe quando a alegria do artista é protocolar e quando é real – Glenn Hughes no Carioca Club era o exemplo pronto e acabado do segundo caso.
Seus fãs sabem que a música negra norte-americana é a paixão de Hughes, fato que ele faz questão de demonstrar todo o tempo cantando como alguns dos maiores expoentes da black e soul music norte-americanas – suas reiteradas e ovacionadas (ao menos por parte do público que sabe valorizar uma voz diferenciada num universo do rock de tantos cantores berradores, gritadores e grunhidores) peripécias vocais me fizeram lembrar, em especial, o lendário Marvin Gaye. E é justamente esta capacidade de cantar o hard, heavy e soul como especialista em cada um dos estilos que faz de Glenn Hughes, em minha opinião, o maior vocalista em atividade no mundo do rock.
O setlist foi:
1 - Stormbringer
2 - Migh Just Take Your Life
3 - Sail Away
4 - Mistreated
5 - Crave
6 - Gettin' Tighter
7 - Don't Let Me Bleed
8 - Holy Man (que ele não cantava há 30 anos – ponto alto da noite)
9 - Steppin' On
10 - You Keep On Moving
11 - Soul Mover
12 - Burn
Como é natural num show de um artista tão prolífico como Glenn Hughes, impossível satisfazer a todos. Ouvir "Holy Man" foi demais, mas senti uma falta danada de músicas de alguns álbuns solo ("From Now On", "The Way It Is", "Addiction") que considero dos melhores da história do rock e uma canjinha que fosse dos fabulosos Seventh Star, Fused ou Hughes & Thrall.
A única decepção que tive, de fato, foi com a banda: Soren Andersen (guitarra), Matt Goom (bateria) e Anders Olinder (teclados). Os gringos costumam classificar uma formação que toca afinada de "tight", o que, definitivamente, não é o caso dos músicos que acompanham Glenn Hughes no momento. Chegaram a comprometer o começo de "Burn" induzindo-o a um erro no ritmo de interpretação da letra.
Um músico do porte de Glenn Hughes que co-estrelou álbuns com guitarristas da magnitude de Ritchie Blackmore, Tony Iommi, Pat Thrall, John Norum, Gary Moore e mesmo o competentíssimo JJ Marsh não deveria ter no comando das seis cordas de sua banda um músico que, claramente, ainda não tem categoria para tanto. Hughes disse ao final do show que o tal Soren Andersen viria a ser o mais novo rock star do mundo. Minha opinião é que ele ainda precisa comer muito, mas muito feijão antes de sequer sonhar em pedir licença a um dos citados acima pra "sentar na janelinha".
Conclusão? Valeu demais! Parabenizo o Fernando, Christian e Milton que promoveram sua vinda ao Brasil!
Ao final do show ficou a certeza de ter assistido a performance de um artista fascinante que, 40 anos após o início de sua carreira, canta e toca como se não houvesse dia seguinte.
Mais fotos no link abaixo:
http://picasaweb.google.com/narayoko/GlennHughes
Outras resenhas de Glenn Hughes (Carioca Club, São Paulo, 16/12/2009)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
Exodus: quando a banda "engoliu" o Metallica e nunca mais abriu para eles
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
Os 13 álbuns do Metallica ranqueados do pior para o melhor, segundo a Loudwire
A confusão sobre a banda de black metal da Simone Simons, vocalista do Epica
O dia que David Gilmour detonou habilidade de Roger Waters no baixo: "Limitado e simples"


Glenn Hughes revela ter sido convidado para a reunião do Rainbow, em 2015
Glenn Hughes retorna ao Brasil para 5 shows em novembro
Glenn Hughes não acredita que David Coverdale voltará aos palcos
O apavoro de um motorista de ambulância que fez Glenn Hughes acordar para a vida



