Resenha - Metallica (Rio de Janeiro, 09/05/1999)
Por Pedro Fraga Bomfim
Postado em 09 de maio de 1999
Como começar a falar sobre esse show? Essa foi a minha primeira banda do coração, além de Ter sido a primeira banda de metal que eu ouvi. Quando eles vieram na última turnê eu e muitos outros fãs não pudemos ir ao show, que só aconteceu em São Paulo. Mas dessa vez o Metallica tocou no Rio de Janeiro e o Whiplash! esteve lá para conferir!
O dia era um tanto estranho para um show: Domingo (além de ser Dia das Mães...). O local era o estádio do Flamengo, na Gávea. Chegando lá, depois de participar do encontro da galeras das listas Whiplash e da lista da banda Sigma-5, entramos no estádio para assistir aquele que prometia ser o melhor show do ano.
O estádio não estava muito cheio quando o Sepultura entrou no palco para tocar o show do disco Against. O novo vocalista segura muito bem as pontas, mas as músicas novas não empolgam muito. Quando resolveram tocar músicas mais antigas, como Refuse/Resist, Troops Of Doom, Territory, Beneath The Remains e Arise as coisas esquentaram bem mais.
Devo notificar algo que me impressionou muito: o pontualismo da produção. Pela primeira vez eu vi um show começar exatamente no horário planejado e terminar dentro do prazo também. Portanto, depois de exata uma hora de presença no palco, sai o Sepultura.
Depois de um pouco mais de meia hora, James Hetfield, Kirk Hammet, Lars Ulrich e Jason Newsted surgem no palco, abrindo o show com Breadfan, do Budgie. Particularmente acho que existiriam diversar músicas muito mais apropriadas para a abertura do show, mas tudo bem. Até porque logo em seguida foram ouvidos pelo público os primeiros acordes de um dos maiores clássicos da história do metal – Master Of Puppets. Confesso com orgulho que durante essa música eu não consegui segurar a emoção e chorei muito, especialmente durante o solo, um dos mais bonitos que eu já ouvi.
Em seguida, Of Wolf And Man e The Thing That Should Be. A primeira uma das melhores músicas do Black Album. A segunda, uma grata surpresa para os fãs antigos, que apesar de não ser exatamente uma música 100% adequada para shows, matou a saudade daquele que é na minha (e de muito outros) opinião o melhor álbum do Metallica. Depois de um estranhíssimo solo de guitarra de Kirk Hammet, eles entram com a parte do show com apenas músicas novas; Fuel (com a primeira leva de fogos de artifício), The Memory Remains e Bleeding Me. Apesar de hoje em dia eu achar o Load/Reload discos bons (ao contrário do que eu pensava na época dos seus lançamentos), não gostei muito da escolha das músicas. Existiam diversas outras bem melhores.
Independente disso, o show seguiu em frente com um duo de guitarra e baixo. A introdução de Welcome Home (Sanitarium) foi tocada e para a nossa infelicidade, ficou só por isso. Logo em seguida, The Four Horsemen. Foi aí que eu me dei conta de que era um dos poucos fãs antigos dentro do estádio. A maioria do público estava completamente apática, olhando de braços cruzados uma das melhores porradas do Metallica. Depois disso, um dos maiores hinos da história do metal foi tocado com louvor – For Whom The Bell Tolls, seguida por King Nothing e Wherever I May Roam.
A banda sai do palco e fogos de artifício começam a explodir por todos os lados, acompanhados de um som de metralhadora. Outro momento mais do que emocionante do show – One. Apesar de tudo (a embolaçao que Kirk Hammet fez no solo, um dos mais marcantes da história da banda) a música conseguiu me emocionar tanto quando Master Of Puppets. Para fechar o show, outro clássico absoluto: Fight Fire With Fire. O que mais me revoltou foi uma frase que eu ouvi durante a apresentação da música: "Essa eh cover né?". Como eu disse, pouco eram os fãs antigos da banda, a grande maioria apenas conhecia as músicas através das rádios e da Mtv. Uma grande pena, pois o setlist em geral foi bem escolhido para aqueles que conhecem tudo da banda.
A banda volta ao palco (como fez por diversas vezes) para tocar a balada Nothing Else Matters (que fica mais emocionante ao vivo), Sad But True (sempre excelente) e Creeping Death. Mais uma vez a apatia tomou conta do público e eu me peguei gritando "Die ! Die ! Die !" sozinho no meio de uma multidão. Pior ainda foi quando James Hetfield parou de cantar a música no meio para perguntar se estávamos vivos e se realmente queríamos mais! Tudo bem que estava bem frio no Rio de Janeiro no dia do show, mas isso não obrigava ninguém a agir como um iceberg. Decepcionante! Mais uma saída do palco e depois de umas brincadeirinhas de James, a banda volta com Die Die My Darling (do Misfits). Poderiam Ter tocado outra música dessa banda, a maravilhosa Last Caress. Após a cover, Enter Sandman, puxando mais uma vez a galera ao limite (e dessa vez empolgando todo mundo), acompanhada de diversos efeitos pirotécnicos.
A banda mais uma vez sai e volta para o último bis; Battery, clássico mor do thrash metal. A negligência do público em relação a essa música foi uma das coisas mais tristes que eu já presenciei. Especialmente quando ela foi tocada com maestria e peso.
A banda se despediu do público e o pessoal começou a deixar o estádio. Como eu moro perto, voltei a pé para casa e junto a alguns amigos chegamos a algumas conclusões; a galera do Rio está reprovada em quesito de empolgação. Teria sido bem melhor se o preço do ingresso não tivesse sido tão caro (R$60, R$30 para estudantes) pois muitos fãs antigos teriam comparecido. Mas a banda em si, apesar dos pesares, mostrou que ao vivo é de um peso marcante ! Com certeza uma das melhores bandas ao vivo e um dos melhores shows que eu já presenciei. A produção de palco também está de parabéns, pois tanto a iluminação e a pirotecnia foram excelentes (e desbancaram de longe a do Kiss, que foi ridícula pelo menos nos shows brasileiros). Resumindo: uma grande noite, um grande show e uma grande vaia para o público carioca.
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