Titãs e a atualidade de "Desordem"
Por Helton Grunge
Postado em 29 de dezembro de 2024
No final do ano de 1987, chegava às lojas um dos melhores álbuns do Rock Nacional: a banda Titãs lançava o grandioso Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987). O trabalho trazia a mesma agressividade do seu anterior, Cabeça Dinossauro (1986), junto de elementos modernos para a época, contando com bateria eletrônica e sintetizadores. Um álbum que contava com cada lado do vinil soando bem diferente do outro.
Porém, uma música ali chama bastante a atenção: estou falando de Desordem, faixa que traz os problemas do Brasil da época. O engraçado é que os problemas dos dias atuais são os mesmos (ou pelo menos bem parecidos). Se analisarmos bem, várias frases daquele momento podem se encaixar com o que vivemos hoje.
"São sempre os mesmos governantes, os mesmos que roubaram antes" ou "Tudo tem que virar óleo para por na máquina do estado": tendo em vista o grande aumento de impostos e os retornos precários que recebemos com isso, essa letra se torna mais atual do que podemos imaginar. É como se tivéssemos progredido (como progredimos), mas que após isso voltássemos a cair nos mesmos erros. E, sim, caímos.
Infelizmente, nós como população não aprendemos a exigir nossos direitos e acabamos aceitando todo e qualquer discurso vazio. É justamente isso que faz com que o Brasil não seja a potência que poderia e deveria ser.
Desordem traz consigo os problemas que o Brasil enfrentava nos anos oitenta, saindo de uma ditadura que trouxe problemas para o país e que não o deixou se desenvolver como outros que cresceram bastante na mesma época. Porém, se analisarmos bem, nos dias atuais nos encontramos em uma situação bem semelhante: aumento excessivo e exagerado de impostos, aumento desenfreado dos preços de itens básicos do nosso cotidiano e promessas vazias.
Manter a ordem é importante, porém, será que não enxergamos que com o rumo que o país adotou para seguir, iremos à falência? Algo deve ser feito e urgente, pois cometemos os mesmos erros e hoje pagamos por eles. Ainda há tempo. Não muito, mas há. Espero que não sejamos apenas mais alguns que acreditamos no futuro, mas sim, que possamos viver um futuro melhor.
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