Sean Yseult, ex-White Zombie, ressurge com nova banda
Fonte: Folha Online
Postado em 02 de setembro de 2003
Juntos há pouco mais de um ano, os americanos do Rock City Morgue (www.rockcitymorgue. com), de Nova Orleans, prometem fazer barulho e assombrar o meio roqueiro. Para isso contam com ninguém menos que Sean Yseult, ex-baixista do White Zombie.
O time monstruoso tem Rhoades D'Ablo e Johnny Brashear nas guitarras, Keith Hajjar na bateria e o vocalista Rik Slave. Eles contam com um prodigioso EP, que leva o sugestivo nome de "Some Ghouls" (Alguns Fantasmas), que, como a ilustração da capa, faz um trocadilho com "Some Girls", álbum de 1978 dos Rolling Stones.
Eles não param por aí. O RCM também ressuscitou "Shattered", dos roqueiros veteranos. "Somos fãs dos Stones e amamos aquela música", diz Sean, para quem a referência ao desenho da capa foi só uma idéia engraçada que teve. "Nada demais, exceto que Rik é obcecado por máscaras antigas de monstros", diz.
A produção do EP ficou por conta de Daniel Rey, que já trabalhou com artistas como L7, Hellacopters, Misfits e Ramones. "Rey é um grande amigo. É sempre um prazer trabalhar com ele. E, claro, amamos o fato de ele ter trabalhado tanto com os Ramones", justifica.
Quando questionada sobre as influências da banda, Sean dispara uma lista que vai de Stones e Aerosmith, passa por Dead Boys e por Ramones e chega até Frankenstein e Zé do Caixão.
Se você estiver esperando um som metal-eletrônico-apocalíptico como o do White Zombie, desista. O RCM é rockão e tem uma pegada hard rock, acrescida de uma sutileza punk rock. E uma pitada glam, do tamanho de um glitter.
A contagiante "Beware" abre o EP assim e deixa o refrão assombrando a cabeça por um bom tempo. Já "Cut You Loose" é como se tivesse sido feita pelos suecos do Hellacopters, e esses fossem coveiros nas horas vagas. "Falling Apart" é a mais sombria e realça o lado dark da banda, com o refrão que profetiza repetidamente: "Está tudo desabando".
A baixista já esteve por aqui em 96 no Hollywood Rock, ocasião em que o White Zombie tocou na mesma noite em que o Pato Fu, o Supergrass, os Smashing Pumpkins e The Cure. "Amei o Brasil. Aquela foi uma das minhas turnês favoritas. O país é bonito, e as bandas que vi eram excelentes", lembra.
Se o RCM tem planos de tocar aqui? "Adoraríamos, mas primeiro temos de ter nosso EP licenciado aí." Com essa indireta, só falta os selos e gravadoras fazerem contato.
Sobre sua antiga banda, Sean diz manter contato com os ex-companheiros. "Exceto com o Rob, que não fala com nenhum de nós. Talvez não saiba o que dizer depois de viajar por aí com outras pessoas tocando "covers" do White Zombie. Parece que ele quer reescrever a história e fingir que a banda nunca existiu ou que ele é o White Zombie", enfatiza.
Hoje, nos EUA, existem grandes nomes com temática semelhante à do RCM, como o Alkaline Trio, o notável AFI e o Murderdolls, de Joey Jordison, do Slipknot. "O fato de eles receberem atenção só ajuda bandas com interesses similares. Gosto de Murderdolls. Rhoades os ama", diz Sean.
Além de citar o ícone do horror nacional, Zé do Caixão, como influência, Sean passa os filmes do brasileiro em seu bar, The Saint. "Espero poder apresentá-lo (pessoalmente) aos meus colegas de banda num futuro próximo", diz a moça, que aproveita para mandar um recado para o mestre: "Gostaria muito de voltar para dentro do seu caixão, tenho ótimas lembranças da última vez".
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