Tributo ao Secos e Molhados não supera o original
Fonte: Terra Música
Postado em 12 de novembro de 2003
João Bernardo Caldeira
Não esperem de Assim assado - Tributo aos Secos & Molhados versões geniais que superem as originais. A produção redondinha de Rafael Ramos no máximo tira de algumas faixas um brilho que até causa alguma supresa. Nada, no entanto, que cause o mesmo furor, que traga o mesmo grau de novidade, magia e encanto do disco de estréia de um grupo que só fez dois discos, sob o comando do espteculoso Ney Matogrosso.
O Tributo, na verdade, traz as mesmas músicas, na mesma ordem, do tal trabalho de estréia, de 1973, que trazia apenas o nome Secos & Molhados estampado e vendeu impressionantes, principalmente para a época, 300 mil cópias. São canções que acabaram entrando para o repertório solo de Ney e viraram clássicos, o caso de Rosa de Hiroshima, O Vira e Sangue Latino.
Secos e Molhados - Mais Novidades
Aqui, ganharam a interpretação de grandes nomes do pop-rock nacional, como Capital Inicial, Eduardo Dussek, Nando Reis, Toni Garrido, Ira!, Arnaldo Antunes, Pato Fu, Raimundos e Ritchie. Entraram ainda Pitty, Falamansa, Marcelinho da Lua e Matanza. Destes, o que se saiu melhor foi Arnaldo, que deu um tom de fim de mundo à Rosa de Hiroshima, com andamento soturno atualizando a referência à bomba atômica, menos esperançosa como a versão original, mais para Blade Runner.
Salta aos ouvidos também a voz firme de Eduardo Dussek, meio esquecido mas sempre talentoso, com sua leitura agradável de Primavera nos Dentes. O Ira! de Nasi coloca as guitarras do rock no peso certo em Amor, assim como os Raimundos, bem mais pesados, em Prece Cósmica. Ambos conseguem melhor resultado do que o viés também roqueiro do Capital (com Assim Assado), Pitty (Mulher Barriguda) e Matanza (El Rey).
O Vira, tabela do Falamansa com o grupo Maskavo, destoa, assim como As Andorinhas, eletrificada pelas batidas de Marcelinho da Lua, são os únicos (bons) momentos não roqueiros. Enquanto isso, Ritchie e Pato Fu carregam a bandeira das pop-canções, nas bonitinhas Fala e Rondo do Capitão, e Toni Garrido muda o andamento de O Patrão Nosso de Cada Dia, numa mistura de reggae e pop, muito (mas muito mesmo) pior do que a versão de Ney e cia.
Rafael Ramos, o produtor, trabalhou bem o conceito de um disco que procurou acentuar as guitarras e o diálogo explícito com o rock que já existia no bojo dos Secos & Molhados. Uma boa maneira de apresentar aos adolescentes o repertório da banda. Os adultos, por sua vez, ficarão com as originais.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Cantor brega Falcão conta a Danilo Gentili treta com Roger Waters do Pink Floyd
Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Megadeth terá uma música com "Puppet" no título em seu último álbum
David Gilmour largou vício maléfico após ouvir erro em disco do Pink Floyd
Como Slash, ex-Guns N' Roses, explica a separação em sua biografia?
O cover que Bruce Dickinson confessa ter se arrependido de ter feito


O mascarado lunático que chocou Gene Simmons muito antes do Kiss e do Secos & Molhados
A opinião de Vinicius de Moraes sobre megahit do Secos & Molhados que usa seu poema



