"O clima é de tristeza", diz membro do REM
Fonte: UOL Música
Postado em 31 de agosto de 2004
Por Derek Caney
NOVA YORK (Reuters) - Quando a banda R.E.M entrou no estúdio no ano passado para gravar seu 15o álbum, ela não se propôs a fazer declarações políticas ou homenagens às vítimas de 11 de setembro. No entanto, acabou fazendo exatamente isso em "Around the Sun".
Os membros da banda falaram à Reuters que, depois de analisar várias canções, passando de faixas de rock a baladas acústicas sombrias, o clima geral do álbum acabou por surgir sozinho.
"Around the Sun" acabou "captando o clima de como é viver nos Estados Unidos hoje", disse o guitarrista Pete Buck.
"Não nos propusemos a fazer um álbum político ... mas, para mim, o clima dominante é de tristeza. Tristeza pelas famílias que perderam entes queridos. Tristeza por meus filhos, obrigados a crescer num país onde boa parte das liberdades que vemos como essenciais está desaparecendo", disse ele.
"Around the Sun" vai chegar às lojas em 5 de outubro, nos EUA, e 4 de outubro no resto do mundo, pela Warner Brothers Records, mas no final da semana passada a banda mostrou uma prévia do álbum a jornalistas.
As canções de rock mais pesado foram eliminadas, e a versão final contém elementos de todas as fases da carreira do R.E.M., incluindo os toques de guitarra de 12 cordas de seus primórdios, as baladas acústicas de "Automatic For The People" e os sons texturizados sutis de seus dois últimos álbuns, "Up" e "Reveal".
O álbum também contém a letra mais diretamente política criada por Michael Stipe até agora, na canção "Final Straw".
A posição política da banda será posta em ação nos próximos meses, quando o R.E.M. se juntar a Bruce Springsteen e outros na turnê "Vote For Change" (Vote para Mudar), promovida para beneficiar o comitê de ação política liberal MoveOn.
DECLARANDO SUA POSIÇÃO COM CANÇÕES
Michael Stipe vê esse papel político com ambivalência. "Sempre acreditei que música e política não se misturam -- são como óleo e água", disse ele. "Tentei durante quatro meses não compor canções políticas. Mas acabei cedendo."
O R.E.M. praticamente fixou muitos dos critérios do rock independente nos anos 1980, com uma combinação de folk rock dissonante, atitude punk, letras indiretas e uma ética de trabalho incansável e obstinadamente independente.
Quando a banda assinou com a Warner, uma das maiores gravadoras do mundo, seus álbuns se tornaram mais estranhos e passaram a vender mais, com faixas que viraram sucessos, como "Losing My Religion", "Stand" e "Man On The Moon".
Mas, com o passar da década de 1990, seu público nos EUA foi diminuindo, ao mesmo tempo em que sua popularidade no exterior não parava de crescer.
Resta ver se "Around the Sun" vai conseguir revigorar as vendas nos EUA. Cada um dos quatro álbuns anteriores da banda foi caindo cada vez mais nas paradas de álbuns.
Pete Buck não se deixa iludir: "Não prevejo que a garotada de 18 anos comece a se vestir como nós", brincou.
"Veja o caso de Bob Dylan. Em 1975, as pessoas achavam que ele seria presidente. Hoje ele toca em teatros para um público de 3.000 pessoas. Seus últimos dois discos são seu melhor trabalho em anos. Ou seja, não vou tentar calcular quem é nosso público. Aceitarei quem vier, e tentarei me comunicar com ele ao nível que for possível."
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