MTV: perguntas que a emissora não quer responder
Fonte: Rockwave
Postado em 10 de novembro de 2005
A comunicadora gaúcha Ana Paola de Oliveira fez uma tese de mestrado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (no Rio Grande do Sul) e levantou algumas questões interessantes, expostas pelo jornalista Pedro Alexandre Sanches em uma matéria para a revista Carta Capital. O que é posto em discussão é se é verdade ou não que a MTV tem sido um "nicho de resistência para a música jovem alternativa, independente, rebelde" e, pelo que a tese "MTV Brasil: O Mercado Comercial da Música Jovem" mostra, talvez não seja bem isso. O que o trabalho de Ana Paola mostra é que, mesmo com toda a aparência de estar aberta para a nova cultura, há uma linha rígida que se pauta pela indústria cultural que se vende não só no Brasil, mas no mundo todo. Com base em dados numéricos coletados no ano passado, o estudo verifica que 90% do que vai ao ar na emissora estão vinculados à gravadoras multinacionais.
Leia a matéria clicando aqui e leia abaixo as questões apontadas por Pedro Alexandre como "perguntas que a TV não quis responder":
1. A MTV reconhece como válidos os resultados da pesquisa da dissertação de Ana Paola de Oliveira, que verifica por amostragem a forte predominância das multinacionais em sua programação? A estimativa dela é de que "90% dos artistas exibidos com maior destaque estão vinculados às empresas transnacionais do disco". A MTV reconhece a pesquisa e a estimativa da autora? Se reconhece, por que é assim? Se não, como é efetivamente distribuído o cenário musical total do Brasil pela programação da TV?
2. A autora erra ao afirmar que 50% das ações da MTV Brasil pertencem ao Grupo Abril e que os 50% restantes são do grupo norte-americano Viacom? Como é, de fato, essa divisão?
3. Seja por intermédio da Viacom ou de outras ligações institucionais, a MTV participa de relações interligadas com multinacionais do disco, que justifiquem a posição da autora, de que políticas de alianças entre grandes empresas trariam, no limite, questões da música brasileira para o território de "ações entre amigos"?
4. Mesmo sendo crescente até mesmo em eventos centrais como o VMB, a MTV não considera procedente essa avaliação crítica de que o universo independente tem na rede que supostamente o representa uma participação muito menor do que sua participação efetiva na sociedade brasileira?
5. O que a emissora diria sobre a conclusão de Ana Paola, de que "o discurso democrático da MTV é uma abstração, pois se trata de um canal comercial, e naquilo que é sua essência determina padrões, limitando a difusão e o acesso à diversidade cultural"? Essa crítica de cunho sócio-cultural seria disparatada, ou teria algum fundamento?
6. Sobre a avaliação da autora de que "o público, a produção artística musical, a indústria e os meios de comunicação criaram um vínculo, um grande nó, que se configura numa dependência histórica, social e econômica", o que a MTV teria a dizer? A interdependência entre MTV, gravadoras, artistas consagrados e grande imprensa musical/televisiva é algo saudável, ou geraria também em seu bojo efeitos negativos?
7. Com a prática de se comprometer mais com o mercadão fonográfico multinacional, a MTV Brasil colabora simbolicamente para que sejamos um dos países líderes em desigualdade social no mundo? Esse dado não contrasta com a imagem de modernidade da MTV?
8. A que se deve a predominância de Sony & BMG, Universal, Warner e EMI na programação e nas premiações da MTV?
9. Na MTV, a programação e o departamento artístico ficam subordinados a acordos feitos pelo departamento comercial, como afirma a autora?
10. Por que, entre as independentes, a Deckdisc vem galgando posições rápidas e mais pronunciadas que as de outras gravadoras independentes junto à MTV? Apóio essa pergunta/afirmação na constatação da presença constante e premiada da Deck no VMB, da presença de Rafael Ramos como produtor de um "MTV Especial" (o "Aborto Elétrico" do Capital Inicial) e assim por diante.
11. O "Acústico MTV" dedicado às bandas gaúchas (conterrâneas, pois, da autora da tese) rompeu uma tradição do formato, unindo num mesmo especial quatro grupos que não são veteranos, extremamente populares e/ou consolidados, e que tampouco possuem contrato com multinacionais. A que se deve essa postura diferenciada nesse caso? É uma exceção, ou indica possíveis novos rumos para a MTV?
12. O texto usa por vezes o termo "jabá", embora não ofereça evidências ou provas de que a MTV recorra a esse expediente. Por outro lado, trata o "jabá" como "uma prática institucionalizada no início do século XXI, dentro da lógica capitalista, impondo conteúdos midiáticos, relacionando esse processo aos oligopólios mundiais e à circulação de produtos culturais". Como a MTV se posiciona diante dessas classes de conceito, tanto o "jabá" quanto as "promoções institucionalizadas de marketing"? A MTV as pratica?
13. Tornando mais específica a pergunta anterior: na MTV há contaminação de espaço editorial por conteúdo publicitário? Em caso de resposta negativa, como a rede faz para evitar relações promíscuas entre os dois setores?
14. Por fim, seria possível uma avaliação geral da MTV sobre o trabalho acadêmico que ela motivou? É positivo ou negativo, para a instituição, que sua existência e sua atuação motivem a reflexão e o estudo da academia?
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