Um inverno bem claro para os fãs do Elvenking
Por Rafael Carnovale
Fonte: Mundo Rock
Postado em 24 de agosto de 2006
A saída do vocalista Damnagoras e a gravação de "Wyrd", um CD mais voltado para o power metal germânico gerou certa controvérsia entre os fãs do Elvenking. Se por um lado o CD é muito bom, por outro difere da sonoridade intrincada e pomposa que a banda sempre procurou desenvolver. Com o retorno de Damnagoras a seu posto, a banda pode finalmente continuar o desenvolvimento de seu trabalho musical, e o resultado é "The Winter Wake". Conversamos com o guitarrista Aydan, que falou sobre todos os detalhes deste novo trabalho.
Entrevista concedida ao
Portal Mundo Rock
(http://www.mundorock.net)
Mundo Rock - Quando o vocalista Damnagoras retornou a banda em 2004, vocês começaram a gravar este novo CD. Como foi o processo de gravação de "The Winter Wake"?
Aydan - Damnagoras retornou a banda há alguns anos. Mal tínhamos começado o processo de composição do novo CD, mas já possuíamos umas idéias em mente do que iríamos fazer. Com o retorno dele acertamos as músicas e adicionamos alguns elementos. Não foi tão complicado porque nosso processo de composição é muito bem conduzido. Tudo deu certo.
Mundo Rock - "Wyrd" foi um CD mais voltado para o power-metal. Alguns fãs gostaram deste CD, mas creio que a grande maioria irá preferir o novo álbum. O que você acha disso?
Aydan - O novo CD está como queríamos. Estou plenamente satisfeito com ele. De fato não podemos compará-lo a seus antecessores. Sinto que os fãs estão recebendo "The Winter Wake" muito bem, embora tenham gostado de "Wyrd". Mas devo confessar que não foi um CD fácil de fazer. Estávamos com um novo vocal, tendo que aprender e experimentar. Não foi um bom momento.
Mundo Rock - Neste novo CD Schmier faz uma participação na faixa título. Como se deu o convite?
Aydan - Era um desejo pessoal nosso. Queríamos uma voz bem agressiva, até tentamos usar outros vocalistas, mas a voz de Schmier se encaixava no que precisávamos, uma voz bem thrash, bem agressiva. Entramos em contato com ele, e ele foi extremamente solícito. Foi super divertido, já que somos fãs do Destruction.
Mundo Rock - Em contrapartida, faixas como "Devil’s Carriage" e "Raise Your Dream" ainda estão bem ligadas ao power-metal, e são muito boas. Vocês as estão tocando ao vivo?
Aydan - Sim, embora façamo-las um pouco diferente. Queríamos que este CD fosse um presente a nossos fãs, que sempre nos apoiaram. E procuramos compor algo bem original e único. Chegamos bem perto do que almejávamos com "The Winter Wake".
Mundo Rock - Vocês usam elementos da "folk" music em seu som. São fãs de Jethro Tull?
Aydan - Definitivamente. Nossas primeiras músicas tinham muito dessa influência. Também gostamos muito dos primeiros CD’s do Skyclad, aquele "mix" de thrash e heavy sempre nos fascinou. Tentamos adaptá-lo para criar nosso próprio estilo, e estamos sempre desenvolvendo isso.
Mundo Rock - Vocês são italianos. A comparação com o Rhapsody (agora Rhapsody Of Fire) é inevitável. Como você lida com isso?
Aydan - Sem problemas. Apesar de sermos bem diferentes deles. Surgimos quase nos mesmos anos, podemos ter as mesmas influências. Mas eles são outra banda, já estão grandes, e nós procurando crescer. Acho que eles são mais orquestrados do que nós. "The Winter Wake" é a prova, sendo bem mais heavy e rápido.
Mundo Rock - Vocês estarão tocando no Rognarok Festival em novembro, com os alemães do Gamma Ray. Eles de alguma maneira influenciaram o som do Elvenking?
Aydan - Bem no começo devo dizer que sim. Fomos convidados e ficamos muito felizes, pois este é um grande festival da Escócia, e será um prazer tocarmos com Gamma Ray, Dark Tranquillity, Dream Evil e outros. Faremos o melhor show para todos.
Mundo Rock - E os planos para outros shows ainda em 2006?
Aydan - Estaremos abrindo os shows da banda de Jon Oliva, o Pain, durante duas semanas na Alemanha. Eles são gente finíssima e grandes amigos. Para nós como músicos é muito importante estarmos nesta turnê, já que uma de nossas grandes influências vai dividir o palco conosco, já que Jon Oliva é do Savatage.
Mundo Rock - O que você acha de bandas que misturam vários elementos em sua sonoridade, como Blind Guardian e Therion. Você não acha que é algo muito difícil, que para funcionar bem requer um cuidado especial na composição?
Aydan - Penso como você. A mistura de elementos é algo que dá grandes resultados, mas gera muito trabalho. É preciso fugir do lugar comum de guitarras, baixo e bateria. Precisamos lidar com orquestras e com músicos que nem sempre entendem o heavy metal. Sei que bandas com as que você citou são as melhores, e para elas parece ser fácil, já que lidam muito bem com o que fazem. Pensamos em usar mais cordas e violinos em nossos CD’s, porque gostamos e é uma mistura que vale a pena. Nada ocorre apenas por querer, sentimos que sonoridade pode ser expandida e tentamos.
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