Contos de um Verão Metálico na Europa (parte I)
Por Marcelo Kuri
Postado em 03 de agosto de 2006
Quando o assunto em pauta é o verão europeu, a primeira coisa que vem à cabeça de qualquer headbanger que se preza são os famosos festivais de metal realizados nessa época do ano. Da mesma maneira o festival "Wacken Open Air" se destaca dentre os outros festivais que assolam o território europeu durante todo o verão. Sem dúvida nenhuma esse festival já virou uma lenda entre as pessoas que apreciam o bom e velho Heavy Metal e suas vertentes. Não me causa mais estranheza encontrar pessoas em diversos lugares e escutar delas, frente ao logotipo do Wacken em minha camiseta, palavras do tipo: "Você foi no Wacken? Não acredito!" como se eu fosse um gladiador que houvesse voltado da batalha ileso! Acho que começo a entender o slogan "Metal Battle" utilizado há alguns anos para descrever a jornada ao Wacken Open Air, hoje utilizado para descrever a competição entre bandas.
Expectativas e lembrancas de um Headbanger Brasileiro
Sim esse festival é, sem sombra de dúvidas, o mainstream dos festivais de Heavy Metal. Hoje ele ocupa, com todas as glórias, a lacuna deixada pelo extinto "Monsters of Rock" em Donington, Inglaterra. Ainda me lembro de quando, quatro anos atrás, tive a oportunidade de participar da 12º edição do WOA, minha ansiedade incontrolável quando estava a poucas horas da pequenina cidade de Wacken. Aqui cabe dizer que tudo que contém a palavra Wacken vira souvenir! Durante toda a viagem de carro não é possível encontrar sequer uma placa indicando a cidade. Esse fato não se deve à má organização do evento, mas ao fato de que qualquer placa com a palavra WACKEN vira troféu nas mãos de um headbanger. Realmente toda a mágica do WOA não está apenas nos históricos shows que ele sedia, mas também em todo o ambiente que cerca esse festival.
Essa cidade, durante 362 dias do ano, em nada se diferencia de qualquer vilarejo do norte da Alemanha. Vivendo basicamente de agropecuária (daí o símbolo do Festival) essa cidade recebe, durante três dias por ano, mais de 50 mil fãs de Heavy Metal. É no mínimo curioso passear pela cidade durante o festival. A sensação é de, literalmente, estar vivendo em uma cidade de Heavy Metal. Dotada de apenas um caixa eletrônico e um supermercado, em qualquer lugar que se vá observa-se a presença do clássico estereótipo do headbanger… aliás não a presenca de um, mas de milhares espalhados pelas ruas, praças e arredores.
Pode-se, durante esses dias, encontrar headbangers de todas as nacionalidades e culturas. Entre os fatos curiosos que presenciei, se destacou um alemão que, portando uma gaita de foles, saia em meio à multidão tocando alguns clássicos do Grave Digger. Grande parte do público alí presente não hesitou e começou a cantar e acompanhar o visitante em suas andanças pelo Camping Site do festival. Em resumo, tudo, simplesmente tudo, durante aqueles três dias, inspiram o Metal. Ali não se dorme, não se descansa, apenas se ouve e se vive durante, pelo menos 72 horas seguidas, o melhor que este estilo de música pode proporcionar.
Porém esse festival tem uma conotação um pouco diferente para os estrangeiros, assim como eu, que ali estão. O headbanger europeu, acostumado a ter essas "regalias", não se preocupa muito se no momento em que está ali assistindo a um dos shows no palco principal, a poucos metros, em um dos palcos secundários, estiver tocando outra de suas bandas favoritas. E isso, de forma alguma é incomum. Lembro que, enquanto assistia ao show do Kreator, fascinado, me lamentava por não poder conferir, ao mesmo tempo Jon Oliva e Cia em mais um dos memoráveis shows do Savatage. Esse fato não é de se estranhar quando se tem, durante três dias, mais de sessenta bandas dividindo três palcos. Além disso, durante o festival, não se pode cogitar a idéia de perder a oportunidade de visitar o famoso "MetalMarket" (onde se pode encontrar tudo e mais um pouco relacionado ao Heavy Metal) ou mesmo de conseguir autografar aquele vinil, que até a algumas horas atrás você mal acreditava possuir e agora tem a oportunidade de o ter autografado.
Posso dizer tudo isso e mais um pouco a respeito do Wacken, pois em 2002 tive ainda a oportunidade de acompanhar o então emergente festival "With Full Force" em Leipzig. Naquela ocasião, teria-se, dentre outras bandas, Motörhead e Slayer. Posso afirmar categoricamente que aquele festival não possuía, nem de longe, a mesma atmosfera do Wacken. Equipada com dois palcos simultâneos o WFF mescla o Metal com o Hardcore, sendo que esse segundo palco é exclusivamente dedicado a este último estilo musical. Apesar de não ser este meu estilo favorito lembro-me de ter assistido boquiaberto a um belo show do D.R.I. Devido, portanto, a essa "diversidade" o WFF não consegue, no decorrer dos seus três dias, provocar o mesmo ambiente propiciado durante o WOA, que se caracteriza, de suas raízes até suas folhas e frutos, em um evento 100% metálico.
Por esse principal motivo, resolvi nessa minha abençoada segunda chance em terras germânicas, dar vez a outros festivais de menor porte, mediante o sacrifício de minha presença no WOA nesse ano de 2006. Sei que alguns de vocês irão se perguntar: "Mas que diabos!!! Já que está ai vá em todos! Inclusive no WOA!"…sim, eu realmente gostaria de fazê-lo mas como, infelizmente, não vivemos no mundo onde tudo é possível, não terei tempo ($$$$) para estar presente em todos os festivais que gostaria. Além disso vale lembrar que o motivo que me trás de volta a essas terras não é o Heavy Metal e sim compromissos de trabalho, pois, afinal das contas, sou engenheiro por opção e headbanger de coração.
Enfim, "Bang your Head", "Earthshaker Fest" e "Summer Breeze Open Air" foram os escolhidos dessa vez. Com apenas dois dias de duracão (23 e 24 de junho) o "Bang your Head" se apresenta com 22 bandas que foram distribuídas em apenas um palco. Ufa! Pelo menos não corria o risco de sentir aquela sensacão mesclada de satisfacão e fracasso por estar assistindo uma boa banda e estar perdendo uma melhor. O festival apresenta ainda algumas ótimas festas de "Warm Up", sendo que em uma delas pode-se conferir a apresentação ao vivo da nova banda de Ripper Owens, Beyond Fear. Os intervalos de show (que simplesmente inexistem no WOA) podem ser bem aproveitados para um bom passeio no Camping Area, enquanto sua banda favorita está entrando no palco. Lembro-me como se fosse ontem, no MetalMarket do WOA 2002, de jogar na cara do vendedor os supostos CDs que iria comprar ao ouvir os primeiros acordes de "One By One" saírem da guitarra de Abbath. Além disso as oportunidades das Signing Session ficam até mais prazerosas pois você pode encarar, sem sentimento de culpa, uma filinha pra autografar aquele play. Porém não se pode negar de forma nenhuma que o cast do BYH deixa muito a desejar quando comparado ao WOA.
Com a chegada de julho, a expectativa cresce em relação ao EarthShaker Fest 2006. Enquanto escrevo essas linhas me preparo munido de mapas, roupas leves, muita água e outros mantimentos, afinal das contas esse festival que comecará amanha (20/07), irá se realizar no provável dia mais quente desse ano na Alemanha. As previsões comentam algo em torno de 30 graus centígrados. Até aí tudo bem para um brasileiro... o problema maior será o valor da cerveja que deve beirar os 4 € (em torno de 13 Reais) o copo de 270 ml.
Esse festival tomará a dianteira nesse mês de agosto com um cast invejável. Esse ano nomes como Venom, Nevermore, Testament, Sodom, os veteranos do Saxon, entre outras, prometem sacudir a pequena cidade de Rieden na Alemanha. Contando com apenas um palco, o festival preza por nao "sacrificar" o visitante com uma overdose de bandas tocando em diferentes palcos e, ao mesmo tempo, promete ao headbanger que ele poderá assistir a todos os shows sem ser massacrado por um impiedoso Running Order (ordem de apresentação das bandas).
A segunda parte da jornada pelos festivais europeus de verão teve início no final do mês de julho de 2006. Nesse artigo farei um review geral de como foi o Earthshaker Fest 2006 ocorrido no penúltimo final de semana de julho de 2006. Após o término desse festival terei a oportunidade de visitar a cidade de Dinkelbühl, no sul da Alemanha, nos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2006 para a realização do Summer Breeze Open Air 2006, que este ano terá a presença de Gamma Ray, Kreator, My Dying Bride, Amorphis entre outras.
O Pequeno Grande Earthshaker Fest 2006
O Earthshaker Fest 2006 ocorreu no fim de semana do dia 20, 21 e 22 de julho em uma bonita região da cidade de Rieden, chamada Kreutz. Para se chegar até lá teria-se que utilizar a rodovia A6 e pegar a saída 66 (sugestivo, não?). A 40 minutos de Nuremberg, esse pequenino vilarejo é ideal para a realização desse tipo de festival. Bastante espaço para o público e um bonito camping. Munido de duchas e banheiros sempre bem limpos e de fácil acesso, o visitante também podia, sem dificuldades, deixar o local dos shows e dar um pulo até o camping (isso nem sempre é possível no WOA, visto a imensidão do Camping Area). Não sou lá muito bom em estimativas, mas posso arriscar que o público desse EarthShaker chegou em torno de 15 mil pessoas.
Alimentação e bebidas eram também de fácil acesso, embora o preço fosse um pouco salgado para quem tinha que converter o euro para reais. Aqui vale dizer que era possível, desde que munido de bastante dinheiro, tomar algumas caipirinhas no denominado "Bar Brasil" presente no meio do espaço do festival. Por curiosidade (e não poderia ser diferente) fui até lá perguntar se havia algum brasileiro, mas o mais tupiniquim ali presente só sabia, se muito, quem era Pelé. Também havia um MetalMarket bem variado onde podia-se adquirir alguns ítens bem raros e difíceis de se encontrar em terras brasileiras e até mesmo no restante da Europa. Com uma atmosfera cativante e um calor infernal, o evento transcorreu em seus três dias (20, 21 e 22 de julho) mostrando que, nesse passo, em breve não deverá em nada para seu irmão famoso WOA. Aqui também foi possível ver algumas pessoas extremamente peculiares em suas vestimentas e costumes.
Frente ao intenso calor que assolou o festival no decorrer dos seus três dias (a temperatura máxima deve ter beirado os 35ºC), a salvação do público presente foram as famosas duchas de água que eram oferecidas ao público nos intervalos dos shows. Aquilo com certeza salvou algumas pobres almas que se esmagavam nas grades. O único inconveniente dessas duchas eram as posteriores poças de água que ali se formavam e viravam centro de diversão para alguns headbangers menos preocupados com o dia seguinte.
Uma das minhas grandes surpresas nesse festival foi a novata banda Communic. Lançando seu segundo registro pela Nuclear Blast (chamado "Waves of Visual Decay") a banda esbanjou classe no palco e mostrou que ao vivo eles podem soar ainda melhores do que em estúdio. Muito comparados ao Nevermore, esses jovens tiveram seu set baseado em seus únicos dois registros, "Conspirancy in Mind" e o já citado "Waves..". Realmente é impossível não surgirem comparações ao Nevermore e ao extinto Sanctuary, devido principalmente ao tom vocal utilizado pelo vocalista Olef. O som em si tem identidade, e muita, mas as comparações se fazem válidas frente a sonoridade de "Fooled by the Serpent", por exemplo.
Outra banda que se sobressaiu foi o Satyricon … e como eles soam muito melhores ao vivo do que em estúdio. O vigor das músicas ao vivo encanta até aqueles que não são adeptos do Black Metal praticado pela banda. O groove e a soturnidade agradam a qualquer headbanger que se proponha a assistir a banda.
Outros shows também memoráveis (e falar isso é "chover no molhado") foram as apresentações do Saxon e do Venom (review esse já postada no Whiplash). O Hammerfall também mostrou porque hoje é uma das bandas mais citadas quando o assunto é Power Metal. Essa apresentação no EarthShaker foi a única aparição da banda em festivais europeus esse ano, pois eles estão atualmente em trabalho de lançamento do novo album "Treshold" e até então estavam se dedicando exclusivamente a isso. Contando com um palco muito bem construído e iluminado, a banda disparou alguns clássicos como "Hammerfall" e "Templars of Steel" em uma apresentação impecável.
Também era grande a expectativa para a apresentação dos monstros finlandeses do Lordi, hoje a sensação nos charts europeus. A banda, embora nao conste entre minhas favoritas, apresentou-se de forma magistral e teatral em sua uma hora e meia de show, com direito a encenações de mutilação e motoserras jorrando sangue no palco. As comparações com o Gwar eram inevitáveis frente a isso. Porém os fas se divertiram e a mim agradou muito tomar algumas cervejas ao som dos finlandeses.
Como eu não poderia deixar de comentar, o show do Sodom é algo que sempre fica marcado em nossas memórias. A pouco tempo nós, brasileiros, tivemos a oportunidade de ver essa lenda alemã do Thrash Metal em terras tupiniquins (tour com o Nuclear Assault no começo de 2005) e qualquer palavra que eu utilize aqui será pouco para tentar transmitir o que um show do Sodom significa. A satisfação de ver Tom Algelripper & Cia detonando clássicos dos anos 80 (sim esse show foi baseado apenas em clássicos da banda) é algo indescritível e irei poupar palavras. O público que estava presente naquela tour com o Nuclear Assault ano passado sabe do que estou falando, e para aqueles que nao tiveram a oportunidade de ali estar, sugiro que corram à loja mais próxima para adquirirem o DVD "Lords of Depravity" lançado esse ano. O carisma de Tom e a intensidade do som impressionam. Não é a toa que a banda está a tantos anos na estrada, se destacando a cada dia e a cada lançamento. Um ponto peculiar do show foi a entrada do presidente do Fan Club do Sodom no palco para ser carinhosamente homenageado por Tom no meio da apresentação da banda.
Outra banda que a cada dia surpreende mais são os suecos do Evergrey. A execução das músicas é feita de forma magistral ao vivo. Aqueles músicos, além de técnica, transbordam sentimentos; o porta-voz de todo esse feeling é a potente garganta de Tom Englund. Um dos poucos vocalistas que dispensam qualquer tipo de mixagem em sua voz em estúdio. Diferentemente da apresentação que tive a oportunidade de assistir quatro anos atrás no WOA, a banda amadureceu e a desenvoltura no palco foi decisiva para o sucesso da apresentação. Mesclando material novo (do álbum "Monday Morning Apocalypse") com material mais antigo, o set foi muito bem escolhido pela banda. Após o término do show (último do baixista Michael Håkansson, que deixou o posto logo em seguida) todos ficaram com um gostinho de bis, que infelizmente não aconteceu devido à programação do festival.
Algumas outras apresentaçoes também merecem algum comentário, como a do Jon Oliva´s Pain, no qual o ponto alto, como não poderia ser diferente, foram as execuções de "Unholy" e "Hall of the Mountain King", ambas do Savatage. O restante do set mostrou boas músicas mas ainda muito desconhecidas pela maioria dos presentes. No entanto a banda foi bastante aplaudida após o término do show.
Os canadenses do Kataklysm também deixaram sua marca na história do Earthshaker Fest. Com um set baseado em seu último registro "In the Arms of Devastation" a banda conseguiu levantar o público com seus riffs certeiros e cheios de groove.
O Rage também mostrou todo seu som, que hoje conta com os virtuosos músicos Mike Terrana (um verdadeiro showman) na bateria e Victor Smolski nas seis cordas. Não faltaram clássicos como "Baby Im your Nightmare" e "Higher than the Sky" no set list.
O Testament era uma das bandas mais aguardadas por mim, e acredito, por boa parte dos presentes. Iria-se ver a formação clássica com a participação de Paul Bostaph na bateria, uma vez que Louie Clemente estava incapacitado de apresentar-se com a banda. O show foi tudo o que um fã da banda que nunca os tinha visto ao vivo poderia esperar. "Into the Pit" (que teve como special guest o vocalista do Soilwork), "Over the Wall", "The Legacy" e "Practice What You Preach" foram alguns dos clássicos disparados pelos thrashers da Bay Area. Uma apresentação digna de uma banda que fez, e faz, história dentro do estilo.
Porém como nem tudo são flores, algumas das apresentações deixaram um pouco a desejar. Uma delas, tenho que dizer com muito pesar, foi a do Arch Enemy. Após muitos problemas de som (na prática a banda se apresentou com apenas uma guitarra) o Arch Enemy mostrou um set curto, e saíram sem a empolgante "Ravenous", deixando frustração no ar. Alguns dias após o término do festival, a vocalista Angela deu explicações, pedindo desculpas pelos acontecidos, dizendo que aquele foi um dia negro na história do Arch Enemy.
Outra banda que, talvez por minha enorme expectativa, decepcionou, foi a novata One Man Army and the Undead Quartet. Contando com o experiente vocalista (do extinto The Crown) Johan Lindstrand, o recente álbum da banda "21 th Century Killing Machine" (Nuclear Blast 2006) prometia uma banda vigorosa ao vivo, e infelizmente isso não foi visto pelo público. Contando com vários erros de tempo do vocalista Johan e com as guitarras mal balanceadas, a apresentação da banda deixou um pouco a desejar. Nada foi dito a respeito, mas era claro no rosto dos presentes que se esperava mais. Terei mais uma chance de vê-los ao vivo no próximo SummerBreeze.
E o show do Nevermore? Nem uma palavra? Não, pois o mesmo não se realizou. Após uma troca na ordem das bandas, o Nervermore iria se apresentar após o Venom. No lugar do Nevermore, às 17h, a banda Deathstars lançou, frente a milhares de olhares de reprovação seu som um pouco moderninho demais para a esmagadora maioria presente no festival. Após a forte tempestade (com direito a pedidos da polícia para todos se recolherem no estádio fechado próximo ao festival), que durou cerca de 40 minutos e transformou o local em um cenário de filme de Hitchock (palavras essas usadas por Angela, vocalista do Arch enemy para descrever o estado do local do festival após a chuva) os shows tiveram um atraso de uma hora e o festival se encerrou após a apresentação do Edguy e o fechamento do Venom. Uma pena. Impossível negar a frustracão; o show que deveria ter sido cancelado era o do Deathstars (me desculpem os fãs da banda).
De forma geral o Earthshaker cumpriu com o prometido em oferecer shows de qualidade e sem massacrar os presentes com um running order suicida (algo como o que ocorre em outros festivais, com três bandas se apresentando ao mesmo tempo). Mesmo com o cancelamento do Nevermore, todos os presentes saíram extremamente satisfeitos e ansiosos para a edição do ano que vem, que promete ser ainda mais avassaladora. Que venha agora o Summerbreeze 2006.
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