Festival a lá 'Woodstock' na Coréia do Norte
Fonte: BBC Brasil
Postado em 30 de novembro de 2006
Um sul-coreano baseado em Londres anunciou que planeja organizar um concerto de rock em Pyongyang, capital da Coréia do Norte.
Jean Baptiste Kim, criador de um site que promove a cultura norte-coreana, disse à BBC que seu objetivo é que as pessoas se solidarizem com o país.
Ele pretende convidar grandes nomes do rock, como Eric Clapton, mas disse que as bandas não poderão cantar músicas que falem de sexo, drogas e violência.
O concerto, que Kim chamou de um "novo Woodstock", está previsto para 2007.
"Queremos provar que não estamos isolados. Queremos trabalhar com músicos ocidentais e tocar música ocidental, que normalmente não é permitida", disse Kim.
Grandes nomes
Ele admitiu que vai precisar de grande nomes do rock para que o evento tenha um significado real. Kim disse que ainda não tem muitas confirmações, mas citou a banda Death Cab for Cuties entre os participantes.
"Eles são muito bons e estão bem na moda no momento", disse o organizador.
Kim explicou que normalmente é difícil para estrangeiros visitarem a Coréia do Norte, mas disse que dessa vez será diferente. Visitantes que queiram ir ao concerto serão bem-vindos.
Segundo ele, o povo norte-coreano irá ao concerto, mas o líder do país, Kim Jong-il, não estará presente.
"Por razões de segurança, ele não virá. Mas os ministros virão", disse.
"Celine Dion é muito famosa na Coréia do Norte. Nossa música é produzida pelo Estado. Não temos companhias particulares, bandas particulares ou cantores particulares. Tudo é produzido pelo Estado."
"Sexo, drogas e imperialismo"
A canção mais popular no país, explicou Kim, foi indicada por Kim Jong-il. Seu título, em tradução literal, é Meu País é o Melhor.
Jean Baptiste Kim disse que pessoalmente gosta de blues, jazz e até heavy metal, como Led Zeppelin e Deep Purple.
"Oficialmente, esse tipo de música é proibido no país, mas o nosso povo escuta", afirmou.
Ele explicou o motivo da proibição: "Em música ocidental fala-se muito em sexo, drogas e violência. Moralmente, isso não é permitido na Coréia do Norte. Os músicos que estão vindo concordaram em não cantar sobre essas coisas. Uma vez que eles concordem, têm de respeitar as regras", disse Kim.
A lista oficial de assuntos proibidos para as bandas que participarem do concerto foi divulgada. Ela inclui os temas guerra, sexo, violência, imperialismo e a oposição ao socialismo.
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