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Flynn, do Machine Head, fala sobre o novo CD

Por Felipe Augusto Rosa Miquelini
Fonte: Blabbermouth
Postado em 22 de abril de 2007

O Midwest Metal recentemente conduziu uma entrevista com o frontman do MACHINE HEAD, Robert Flynn. Um trecho da conversa segue abaixo:

Midwest Metal: O MACHINE HEAD sempre teve algumas músicas longas. No entanto, em "Through the Ashes", parece que vocês levaram a idéia um pouco mais adiante. Mas "The Blackening" traz as músicas mais compridas que já gravaram. Eu sei que você não começa uma música pensando que ela terá nove ou dez minutos, portanto como se conclui que é chegada a hora de parar ou simplesmente finalizar uma canção?

Flynn: "Bem, não existe uma grande perspectiva, com certeza! (risos) Seria ótimo simplesmente sentar aqui e dizer, 'yeah, eu tenho essa grande visão de uma música de 10 minutos, e aqui está ela'. Mas a coisa não funciona desse jeito, basicamente as canções vão sendo construídas enquanto ficamos na sala de ensaios meio como 'Beavis e Butthead', dizendo: 'yeah, esta parte é foda... não, esta parte é ruim'. É mais ou menos assim que funciona. E depois de algum tempo percebemos que a primeira impressão nem sempre é válida, há coisas no disco do qual não gostei num primeiro momento, mas isto pode mudar a medida que vai se tornando familiar, ou quando se inclui algo no meio".

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"Essas músicas longas, você as ouve e sim são músicas longas, mas de certa forma elas ainda possuem uma estrutura convencional de música. É algo ainda muito parecido com uma música Pop num senso clássico de música Pop, onde há verso, ponte, refrão, etc... Com a gente, simplesmente há várias partes e transições, então ao invés de voltarmos ao que tínhamos feito no começo nós acrescentamos algo novo. Mas, no que se refere a construir a música, nós meio que separamos os nomes das bandas e tipo, 'precisamos de uma parte mais JUDAS PRIEST aqui, ou mais ALICE IN CHAINS ali", o que normalmente não funciona, mas nos leva a tentar coisas diferentes e ver o que vai dar certo".

"Se você parar para analisar a música "Clenching...", lá pelos cinco minutos ela toma várias direções. Nós voltamos para o segundo verso e dali seguimos para o refrão onde canto 'Clenching the fists of dissent...', e isto leva algum tempo. Quando chegamos até o refrão a coisa soa misteriosa, e isto nos soou como sendo o correto a fazer. Começamos a compor em maio de 2006, e eu ainda estava trabalhando nesta canção em novembro, eu quero dizer, já tínhamos um dia inteiro de bateria gravado, e eu ainda estava tentando coisas diferentes, e o Adam (Duce) tocando seis linhas de baixo diferentes, e eliminando coisas que não estavam legais, e ampliando o que era para ser expandido".

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Midwest Metal: A intro é legal já que não se trata de uma típica "intro de Metal", que definitivamente cria um clima que permeia todo o álbum.

Flynn: "Ah, a intro (risos)! A intro era tão longa que deveria se tornar uma música, mas não tínhamos espaço para ela. Originalmente a introdução seria um monte de samples, tipo a 'Real Eyes, Realize', aquele clima só que com samples anti-guerra e pró-guerra, e coisas do gênero. Nós fizemos a parte chata assim como os samples, e o desafio de acertar tudo se tornou tão desgastante e preocupante, daí eu tive a idéia [de usar esta música] e falei com o Vinny [Wojno]. Sem me alongar muito, nós mixamos essa intro na Inglaterra com o Colin [Richardson], e realmente não funcionou, Mark Keaton estava com problemas familiares que o impediam de participar, então eu e o Vinny cuidamos da mixagem".

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"Daí eu disse ao Vinny que ligaria um microfone, entraria na sala e gritaria um monte de merda, na esperança que funcionaria (risos). Nós trabalhamos nela por alguns dias, criamos várias faixas de instrumentos, mas eu queria sobretudo que houvesse a parte narrativa. Então eu fui lá e gritei, algumas coisas fazem sentido mas a maior parte era de merda que eu tinha na cabeça, e nós fizemos algumas tomadas com aquilo. Depois da quinta, o Vinny disse que a última tinha dado calafrios, e era tudo que eu precisava ouvir, já estávamos em janeiro de 2007".

Midwest Metal: Quais foram as músicas mais difíceis para você tocar guitarra ou cantar?

Flynn: "As três mais difíceis foram 'Farewell to Arms', 'Clenching...' e 'Wolves', simplesmente por terem um zilhão de riffs. 'Wolves' eu devo dizer que foi incrívelmente difícil, nós duplicamos as faixas de guitarra dos dois lados, para que aquela porra ficasse dura prá caralho. Outra coisa sobre essa música, é que quando entramos no estúdio, eu não tinha nem idéia do que fazer com ela. Eu tinha algumas idéias de letras, mas achava que não tinha nenhuma que prestasse, nem os padrões vocais tinham direção. Em um ponto, a música seria só instrumental, nós a adorávamos, mas não estava dando certo. Várias coisas começaram a rolar naquele tempo também. Então nós percebemos o quanto ainda havia a ser feito, quantas coisas a serem organizadas, e realmente nós tínhamos muito mais a fazer do que pensávamos".

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Leia a matéria na íntegra (em inglês) no midwestmetalmagazine.com.

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