Regis Tadeu: mulheres que salvaram a vida de músicos
Por Emanuel Seagal
Fonte: Yahoo Música
Postado em 30 de julho de 2009
Regis Tadeu, editor das revistas Cover Guitarra, Cover Baixo, Batera, Teclado & Piano e Studio, escreveu em sua coluna sobre como mulheres salvaram a vida e carreiras de músicos.
Confira um trecho do artigo:
"Estive ontem no show que Michael Schenker fez em São Paulo, num lugar bacana chamado Stones Bar, produzido pela equipe da Rádio Corsário. Confesso que, antes da apresentação, estava temeroso por aquilo que poderia presenciar, porque muitas eram as notícias a respeito do estado de saúde do cara - para quem não sabe, ele foi o lendário guitarrista do UFO e desenvolveu uma carreira tão errática quanto brilhante com seu Michael Schenker Group.
De temperamento extremamente difícil, o cara passou anos amargando o abandono da mulher e do filho, bebendo como um gambá, com aquela barba cerrada típica dos mendigos, fumando uma quantidade de maconha que deixaria o Bob Marley assustado e ingerindo sabe-se lá mais o quê. Veja no vídeo abaixo um de seus momentos mais constrangedores.
Para piorar, Schenker desembarcaria no Brasil poucas horas antes do show, ou seja, não haveria tempo para descanso e uma passagem de som decente. Um desastre parecia se avizinhar...
Mas tudo isso foi jogado no ralo a partir do momento em que o cara subiu no palco com sua ótima banda - com destaque para o baterista Chris Slade, aquele mesmo careca que massacrava impiedosamente o seu instrumento enquanto esteve no AC/DC. Inacreditavelmente, Schenker estava barbeado, limpo e - incrível - sorridente! E no exato momento em que começou a tocar, deu para sacar que eu estava diante de um homem renascido, muito parecido com aquele cara que aprendi a admirar desde que comprei um LP importado em 1974, chamado Phenomenon, de uma até então inédita banda aqui no Brasil, chamada UFO.
O show? Foi simplesmente espetacular! O cara despejou um caminhão de canções sensacionais, que tocaram fundo em minha memória afetiva, todas recheadas com riffs e solos soberbamente executados - "Armed and Ready", "Are You Ready to Rock", "Victim of Illusion", "On and On", "Into the Arena" e, claro, duas pauladas de seus tempos de UFO, as inacreditáveis "Rock Bottom" e "Doctor Doctor". Dê uma olhada abaixo neste trecho do show do cara em julho passado só para ter uma idéia do que presenciei ontem.
Mas, afinal, o que teria acontecido para que Schenker retomasse a velha vitalidade do passado? Meia dúzia de conversas com as pessoas certas depois do show me deram a resposta: Gabi Schenker. A mulher que o havia abandonado no passado, cansada das doideiras do marido, aceitou-o de volta, mas com a condição de regularizar a vida de Schenker com mão de ferro, afastando qualquer sinal de bebida e outras substâncias do cotidiano diário do guitarrista. Foi ela quem trouxe o cara de volta a uma vida saudável e, por conseguinte, resgatou a sua criatividade e a sua própria musicalidade.
O fato de Schenker ter sido "resgatado das trevas" por sua mulher me fez lembrar do maravilhoso documentário Loki, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, que trata justamente da ascensão e queda de um de nossos mais brilhantes artistas: Arnaldo Baptista, o eterno Mutante. Também me lembrei de um ótimo texto, enviado por uma de minhas melhores amigas, Monaliza Souza, que assistiu ao filme comigo e teceu algumas observações que julgo tão pertinentes que reproduzo-as aqui, com sua devida autorização.
Leia mais na coluna de Regis Tadeu no Yahoo.
A matéria completa pode ser conferida aqui.
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