Aquiles Priester: público Metal, Angra e Dream Theater
Por Luis Octavio Gabatelli
Fonte: Aquiles Priester em entrevista
Postado em 26 de maio de 2011
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A primeira banda de metal a subir palco da Virada Cultural Paulista em Presidente Prudente foi o Hangar, trazendo a turnê "The Infallible Tour". Após o show, o baterista da banda, Aquiles Priester comentou sobre a apresentação da banda no evento, a audição que fez para o Dream Theater e como é dividir o backstage com a sua antiga banda, o Angra.
"Foi demais! Não tínhamos ideia do que esperar. Imaginava um público grande, mas não como esse" disse o a baterista do Hangar após terminar o show.
O grupo foi fundado pelo próprio Aquiles em 1997 e se tornou uma banda metal consagrada, entre tantas outras, na música internacional.
"Tocamos em Presidente Prudente no ano passado, mas hoje sentimos o calor da galera cantando as músicas, uma troca de energia que não estávamos prontos para receber, foi motivador", disse o músico.
Aquiles também fez parte do Angra durante sete anos, saiu após alguns desentendimentos internos entre membros e uma crise com o ex-empresário Toninho Parani. Perguntado sobre ia a sua relação com o Angra (que estava a poucos metros de onde o baterista falava), Aquiles disse que não vê problemas entre ele e seus antigos parceiros de palco.
"É tranquilo, sem problemas, a minha vida não parou em 2007, ela seguiu. Possivelmente se eu não tivesse saído do Angra naquela época não saberia onde estava hoje", desabafou serenamente o baterista.
Sobre a forma que vê metal depois de mais de 25 anos de carreira, Aquiles disse que o que torna esse estilo excitante é quando alguém se surpreende com o público que preenche os shows.
"Quando você vê uma multidão daquelas lá fora, concentrada pra ver bandas metal, é fantástico, ninguém esperava, se fosse um show de axé você esperava um público desse, mas é para ver metal!".
Outra questão pertinente para os fãs de Aquiles é entender o que ocorreu com o músico quando foi convidado a fazer uma audição para a banda americana Dream Theater.
"Não fiquei nervoso (como alguns fãs disseram), toco bateria há muito tempo, rola uma ansiedade, mas não tive nervosismo. O que eles me pediram eu toquei extremamente bem e teve aquelas coisas novas, são coisas que não fazem parte do meu vocabulário", declarou.
Segundo Aquiles o Dream Theater queria fazer o teste na hora, mostrando vídeos três, quatro vezes ao músico, e ele teve que executar da maneira que havia entendido.
Para Aquiles é um grande passo para bateristas brasileiros, pois fazer uma audição para umas das bandas mais eruditas do metal é uma tarefa difícil.
"Eu era o único cara que as pessoas nunca imaginaram que eu estaria lá, então eu sabia que a cobrança ia ser grande por parte dos brasileiros. O que tinha que ser feito foi feito e estou muito feliz com a repercussão que estou tendo".
No próximo sábado o músico viaja para Nova Iorque para participar de um festival que reúne os maiores bateristas do mundo. Nesse festival Aquiles explica que nenhum baterista de metal esteve presente e os únicos brasileiros que tocaram foram Airton Moreira, que está ligado à música popular brasileira e o jovem Elói Casagrande que hoje toca com o André Matos.
"Estar num festival desse é uma grande vitória, mas quando recebo esse convite eu nunca penso em mim e sim no meu país, em representar o Brasil", destaca o músico que finalizou disparando o que pensa sobre o público de metal no interior.
"Monstruoso! Hoje vimos pessoas ensandecidas pelo metal e pela exposição que tivemos hoje, muita gente se surpreendeu positivamente e quando voltarmos pra cá com o próximo disco vai ser um pouco diferente, vai ser mais legal. A partir de hoje Presidente Prudente entrou de vez para a nossa família", finalizou.
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