Aleister Crowley: mago, escritor e guru do rock
Por Vitor Cei
Fonte: ENFU
Postado em 28 de janeiro de 2012
Aleister Crowley (1875 -1947), mago e escritor ocultista inglês, foi um poeta da liberdade irrestrita e da vontade como máxima soberana, além de defensor do uso de sexo e drogas para fins mágicos. Ele foi partidário de um individualismo extremista, apregoando a autonomia individual na busca de liberdade e satisfação das inclinações naturais, em detrimento da hegemonia da coletividade massificada e despersonalizada. Sua magia condena todas as formas de poder e autoridade que restrinjam a soberania e a liberdade absoluta do indivíduo.
Nos anos 1960 e 1970, a sua doutrina do Novo Aeon, indo ao encontro da necessidade de contestação da juventude, ganhou força nos movimentos contraculturais que anunciavam a era astrológica de Aquário, que os jovens tentavam materializar em comunidades alternativas.
Crowley, por ser uma figura mítica e controversa, também despertou muito interesse entre artistas, tornando-se guru da contracultura e do rock.Exemplar é a capa do álbum Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band (BEATLES, 1967), criação do artista Peter Blake,que reúne imagens de 62 pessoas a quem os Beatles admiravam. Na linha de cima, entre o guru hindu Swami Sri Yukteswar Giri e a atriz americana Mae West, podemos ver Aleister Crowley.
Outros roqueiros também prestaram suas homenagens: Jimmy Page, do Led Zepellin, teria comprado a Boleskine House, refúgio às margens do lago Ness, na Escócia; David Bowie cita o mago na canção "Quicksand", do disco The man Who sold the world; Ozzy Osbourne compôs a música "Mr. Crowley". Recentemente, os alemães do Edguy gravaram "Aleister Crowley Memorial Boogie", do disco Age of the Joker.
No Brasil, o mais ilustre seguidor do ocultista inglês foi Raul Seixas. Embora o cantor nunca tenha comentado publicamente com clareza e detalhes suas experiências em sociedades iniciáticas, as canções explicitam que ele lançou sua Sociedade Alternativa a partir dos ensinamentos de Crowley. O maluco beleza parece ser o artista que mais faz referências ao mago inglês.
Dentre os mais ilustres discípulos do mago inglês encontramos Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden. Em um dos discos mais importantes da banda, Piece of Mind, a canção "Revelations", sobre o Apocalipse bíblico, faz referência a Crowley, que se autodenominava o 666. O verso "Just a babe in a Black abyss" ("Apenas um bebê em um abismo negro") remete à metáfora thelêmica de "bebê do abismo", um termo para designar aquele que mergulha e atravessa um abismo metafísico e psíquico entre os universos espiritual e material.
Em Powerslave, a música-título conta a estória de um faraó – deus vivo na Terra – que recusa a morte e deseja permanecer no poder. O primeiro verso menciona o "Olho de Hórus" – Hórus, segundo Crowley, é o deus do Novo Aeon, a fórmulamágica dacriança coroada e conquistadoraque transcenderia o decadente Velho Aeon de Osíris, seu pai.
"Moonchild", do álbum Seventh Son of a Seventh Son, é o título de um dos livros Crowley. Tanto a obra original quanto a canção falam sobre a união de dois magistas (homem e mulher) e o nascimento de um ser supra-humano ou uma supraconsciência.
No último álbum do Iron Maiden, The Final Frontier, a influência de Crowley é marcante. A música "Starblind" se refere ao conflito entre a religião dogmática e repressora do Velho Aeon e o desejo de liberdade do Novo Aeon. No mesmo disco, The Alchemist faz uma referência implícita ao alquimista e clarividente Edward Kelley (1555-1597), de quem Aleister Crowley acreditava ser a reencarnação.
Em sua carreira solo Dickinson faz uma série de referências ao mago. "Man of Sorrows", de Accident of Birth, fala do próprio Crowley quando menino, profetizando o seu futuro quando iria então anunciar a aurora do Novo Aeon. A letra também cita a Lei de Thelema, fórmula mágica da nova era: "do what thou wilt", "faze o que tu queres".
O disco The Chemical Wedding e sua música-título, que tem o mesmo nome do filme sobre Crowley produzido por Dickinson, se refere ao manifesto rosacruz intitulado The Chemical Wedding of Christian Rosenkreutz , que narra o casamento alquímico de um rei e uma rainha, alegoria para a união sexual do masculino com o feminino. E, como se sabe, a magia sexual era uma prática central na doutrina thelêmica.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O baterista que Neil Peart dizia ter influenciado o rock inteiro; "Ele subiu o nível"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
O artista da nova geração que faz Rob Halford se lembrar de Ozzy Osbourne
Morre o técnico de som "Macarrão", que trabalhou com Raimundos, Sepultura, Mamonas e outros
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar

Fatos Desconhecidos: 5 personalidades que supostamente fizeram pacto com o diabo
A chave oculta no disco do Led Zeppelin que Raul usou para abrir as portas do conhecimento


