Instrução Musical: Número de alunos cai progressivamente
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 29 de junho de 2012
O site Digital Music News recebeu esse email de David Smolover, fundador do National Guitar Workshop. O proprietário do DGM, Paul Resnikoff, optou por reproduzi-lo na íntegra:
Original Message:
From: David Smolover
To: [email protected]
Cc:
Date: Wednesday, June 20 2012 12:03 PM
Subject: another digital casualty
"Paul,
Tenho sido um seguidor entusiasmado do seu site faz alguns anos e eu realmente aprecio seus comentários sobre nosso ramo. Você luta pelos direitos de um músico abrir um envelope com um cheque ao invés de contendo um comunicado de despejo, o que é admirável.
Desde 1984 minha esposa e eu administramos National Guitar Workshop, um programa musical de verão para hobbistas e músicos aspirantes. Começou com uma tentativa minha de viver como músico sem ter que morar em meu carro.
Tivemos sorte. A idéia veio logo quando a guitarra chegou ao auge de sua popularidade. Ao longo dos 25 anos seguintes, passamos de um campus com 160 alunos para um programa internacional com sedes pelos EUA, Canadá e Europa. No ápice de nosso programa, contratamos 500 músicos a cada verão para ensinar a quase 6 mil estudantes. O negócio foi a fundação de duas outras empresas – uma de publicação de metodologia musical, a Workshop Arts Publications, e um site de instrução musical online, o WorkshopLive. Já formamos 25 mil alunos, incluindo Trey Anastasio, Mike Gordon, Dr. Luke e o compositor ganhador do Grammy Robert Lee Castleman. Olhando assim, uma excelente maneira de se passar um quarto de século.
O progresso natural de um negócio ocorreu. Sucesso gera competição. Outros entraram no mercado, mas conseguimos todos sobreviver e até prosperar. Daí veio a recessão. Mesmo apesar de ela ter devastado muitos programas de verão, nós conseguimos sobreviver. Cortes, reduções, você faz o que tem que fazer para continuar a respirar.
Mas algo muito diferente está acontecendo agora e eu achei que deveria compartilhar nossa história.
Hoje você escreveu que ‘a música gravada tornou-se, para todos os efeitos, sem valor’. Transformar a música em um bem lucrativo tem complicações bem distantes que vão muito além da destruição da indústria fonográfica. Um dos resultados é a desvalorização generalizada da experiência musical.
Como educadores, nosso ‘produto’ sempre foi nosso amor e conhecimento musical. Se pudéssemos compartilhar essa paixão de modo honesto e justo, nós poderíamos fornecer um serviço de nível e manter uma subsistência. Infelizmente, essa premissa é baseada na idéia de que as pessoas valorizem o serviço que você oferece. Quando a música se torna gratuita, isso tem uma conseqüência não-intencional e insidiosa. Ao invés de se tornar mais valiosa através do acesso ilimitado, ela se torna menos valiosa. Ao risco de soar tão velho como eu seja, quando você tinha que trabalhar, ou mendigar, pelo dinheiro para comprar um disco, a música estava ligada ao esforço que você havia feito para adquiri-la. Através do seu esforço/ trabalho/ mendicância, você indexava um valor à música. Pode ter custado só $ 7.95, mas qu7ando você estava ganhando $2.50 por hora, tinha valor genuíno.
Nós temos testemunhado uma mudança de comportamento em nossos estudantes de música, nossa clientela. Uma expectativa existe agora, a de que todas as experiências estarão no YouTube e que ela será inevitavelmente gratuita – seja um show, uma aula avançada ou uma simples lição. Com tanto fornecimento, literalmente centenas de milhares de aulas no YouTube, você pode entender o que se passa na cabeça deles. Eu sempre defendi o apaixonado argumento que estar numa sala com um bom professor e outros estudantes apaixonados é uma experiência modificadora de vida. Mas quando a paixão é menor que a conveniência, você está basicamente falando com as paredes. Então o mesmo que dizimou a indústria musical está prestes a aleijar uma das oportunidades que sobraram para os músicos – a instrução. Mais músicos talentosos e professores dedicados procurando por outro emprego.
É melhor que eu pare ou eu vou começar a bombardear você com histórias sobre estudantes de guitarra matriculados em escolas conceituadas de jazz que não sabem quem são Charlie Christain ou George Benson [ah, e os dois estão no YouTube]. Quando tudo é de graça e o único filtro que você tem é a playlist do seu amigo, o joio nem sempre se separa do trigo.
Obrigado por estar do lado do bem nessa luta.
David Smolover,
Fundador
National GuitarWorkshop"
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