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Marcos De Ros: "Peças de Bravura 2" no ano que vem?

Por Luiz Felipe Lima
Postado em 06 de outubro de 2012

Marcos de Ros pode ser considerado um guitarrista desbravador: Já participou de um programa de TV, gravou um dos discos mais singulares dos últimos anos - o ótimo "Peças de Bravura" - e se mantém sempre ativo através da internet, seja com os seus vídeos ou pelas redes sociais. Somando a isso o seu trabalho com as bandas AKASHIC e DE ROS, Marcos prova que é possível construir uma sólida carreira no mundo da música. Em uma entrevista descontraída, ele conta histórias que vão desde o início da carreira até o seu mais recente trabalho - o "Sociedade das Aventuras Fantásticas", que será lançado em breve -, comentando inclusive sobre um possível novo lançamento, já para 2013. Confira a seguir:

Luiz Felipe Lima: Com 14 anos você formou a sua primeira banda, o GARGANTHUAE. Como foi esse primeiro contato com a cena musical?

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Marcos De Ros: Cara, eu era muito novo... A gente não tinha um estilo bem definido, e o contato com a cena era com uma cena que nem existia de verdade, na minha cidade. Tanto que éramos nós - a GARGANTHUAE - e a banda APOCALYPSE, que eram as bandas que faziam alguma coisa mais pesada, e depois era o pessoal de banda de baile, era outra coisa, então a cena nem existia. A gente começou a criar a cena, por assim dizer. A banda APOCALYPSE, inclusive, é uma banda que existe até hoje. É uma banda de rock progressivo que tem uns 25, 30 anos, e tem vários CDs lançados pela Musea, que é uma gravadora francesa.

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LF: Você também fez aulas de violino e participou da Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul. Esse contato com o violino mudou a sua forma de tocar guitarra?

MDR: Mudou a minha forma de estudar e a minha disciplina de estudo. Não que eu tenha aplicado técnicas de violino na guitarra, mas a disciplina de estudar uma música, pegar todas as partes daquela música, pegar todas as dificuldades e isolar, eu apliquei na guitarra como se faz no violino.

LF: Em 1991 você formou o power trio DE ROS, que era instrumental, e anos depois veio a banda AKASHIC, que era a mesma banda, só que com vocal. Como foi essa mudança de pensamento, de música instrumental para música com vocal?

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MDR: É engraçado porque uma gravadora de Luxemburgo, um país lá da Europa, entrou em contato com a gente porque eles gostaram muito do "Universe" (Nota: "Universe" foi o segundo disco da banda DE ROS. O primeiro foi "Ad Dei Gloriam", que foi lançado em vinil, e logo depois em CD.) e falaram: "Olha, se vocês gravassem alguma coisa com vocal a gente lançaria aqui.". E daí, bom, por que não? A gente pensou "Vamos brincar de fazer isso, fazer uma brincadeira só pra lançar um disco na Europa.". E daí a gente fez uns testes, encontramos Rafael Gubert, que é sensacional, e quando começamos a gravar, ficamos muito empolgados. Quer dizer, nem era pra ser uma banda, era para ser uma gravação pra depois ver o que aconteceria. Daí a gente adorou a formação, a voz do Rafa, e a gente foi atrás e montou a banda. Quando a banda estava pronta, a gente falou com o pessoal da gravadora e a gravadora nem existia mais (risos). Mas, azar, tudo bem, a gente já estava empolgado com a ideia... Então começou assim, a transição: por uma sugestão de uma gravadora.

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LF: Você também já participou do programa "Stay Heavy", na televisão, com o quadro "Descendo a Lenha", onde você passava dicas e exercícios para guitarristas. Como surgiu essa oportunidade e como foi trabalhar na televisão?

MDR: Cara, foi muito bacana. Eu conversei com o Vinicius (Neves) e com a Cintia (Diniz) (Nota: Apresentadores do programa "Stay Heavy"), perguntei se eles topariam, se achavam legal, e eles disseram: "Cara, grava alguma coisa e manda pra gente ver". Entende, não dá pra saber se o cara tem a linguagem, se vai ficar bacana, se vai ter a ver com o programa, pode ser que ele mande alguma coisa tosca, que não tenha nada a ver com o programa, e não dá pra aceitar... E sou eu mesmo que produzo os vídeos, já mando tudo pronto e editado, e eu mandei e eles adoraram, falaram "Ótimo, manda mais, manda mais..." e daí eu fui fazendo. Só que eu tive uma série de problemas com gravação de outros trabalhos e tive que parar, mas agora estou voltando, e em breve o "Descendo a Lenha" volta a todo vapor. Aguarde.

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LF: Você lançou o CD e DVD "Peças de Bravura", que é um disco que mistura música brasileira e erudita tocada apenas por piano e guitarra, de uma forma muito singular. Como foi a receptividade do pessoal?

MDR: Olha que coisa incrível: Quando eu fiz isso, eu achei que iria entrar no mercado do pessoal que curte Jazz, Música Brasileira, que curte uma coisa bem diferente do que eu vinha fazendo até então, e eu tinha medo de que o pessoal que curte Rock e Metal - que era o que eu fazia - não curtisse. E foi exatamente o contrário: O pessoal que curte Metal adorou, falando "Ah, faltou peso, mas está maravilhoso", todo mundo curtiu pra caramba, e o lado do pessoal que curte Música Brasileira ou Jazz não teve muita penetração. Tive algumas reações bacanas, mas não foi o que eu imaginei. Mostrou que o público que curte Rock é mais aberto a novidades que o pessoal que curte um estilo mais tradicional.

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LF: Você semanalmente posta vídeos em seu canal do Youtube, e isso já te rendeu uma aparição no "Leitura Dinâmica", da RedeTV. Quando você teve essa ideia de usar a internet como aliada na sua carreira?

MDR: Vendo alguns músicos que estavam fazendo isso e estavam construindo uma carreira baseada em cima disso. E aquela coisa, sabe, a mudança do mercado, a indústria musical está morrendo, não se lança mais CD... E cara, se a indústria está em evolução, a lógica é evoluir junto, não ficar pra trás se queixando. Uma coisa que eu espero que você nunca vá ver de mim, eu espero mesmo, é que tu nunca vai ver eu me queixar. Ficar chorando, achando injustiça, sabe. Velho, está ruim, arruma. Não funciona, vai atrás e dá um jeito de fazer funcionar. É impossível, desiste e vai fazer outra coisa. Mas não fica se lamentando, achando que a vida não te trata direito, porque isso é uma coisa muito egocêntrica. Você se acha tão especial que tudo deveria dar certo pra você. Cara, está todo mundo batalhando, então batalha também. Isso é uma coisa que eu levo comigo, cara, aproveita as suas oportunidades, usa a sua cabeça, e faz a coisa dar certo. E se não der, faz outra coisa, mas sempre sorrindo.

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LF: Você vai lançar um novo disco, chamado "Sociedade das Aventuras Fantásticas". Conte um pouco mais sobre ele.

MDR: Cara, o "SAF" é uma trilha sonora para algumas das aventuras clássicas da Humanidade. Então vai ter, por exemplo, uma trilha sonora pra Moby Dick, uma trilha sonora para as aventuras do Jack Sparrow, um hino para o Superman, Os doze trabalhos de Hércules... É uma coletânea de grandes aventuras, sabe. Assim, eu sempre li muito quando eu era criança, eu lia pra caramba, e essa noção de "bravura" (risos), de sentimentos nobres, que fazem com que o homem se diferencie do animal, a gente ganha através da nossa cultura, também da leitura, sabe, da nossa convivência, que faz com que a gente adquira esses valores. Cara, a galera de hoje em dia assiste a programas de TV que só tem mulher pelada mostrando a bunda, programas de vídeo de internet que tem um monte de bobagem, videogame que tem violência pra caramba, e assim, e os valores? Não rolam valores, cara? Rola violência, sexo e qualquer tipo de coisa que não é legal, o que transforma o cara muito mais pra animal do que pros valores nobres da humanidade. Isso eu adquiri através da leitura, e eu queria fazer alguma coisa para que a gurizada de hoje em dia queira ler. Entende, se eu fizer a trilha sonora dos meus livros preferidos, talvez eu consiga fazer isso. Po, o cara curtiu a música pra caramba e viu lá que o nome da música é "Canção para Poliana"... who the fuck is Poliana? (risos). Entende, quem é Poliana, deixa eu descobrir. E daí o cara vai lá e lê o livro, e de repente o livro é muito bom e o cara diz: "Po, até que o livro é legal, cara." Daí o cara começa a se interessar, e o meu plano é esse. Se vai dar certo, eu não sei, mas que eu estou tentando, eu estou.

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LF: A música brasileira é uma constante na sua carreira, e você já tocou desde choro até milonga. Como a música brasileira influenciou a sua formação musical?

MDR: Cara, a gente é brasileiro, e por mais que você ouça outros estilos o dia inteiro, você acaba escutando música brasileira sem querer. Quando o AKASHIC foi pra Europa - a gente passou oito meses lá, e a gente era uma banda de metal progressivo -, a gente jurava que tocava metal progressivo como as bandas de metal progressivo. Não, todo mundo que ouvia a gente dizia "Po, vocês tem uma coisa muito diferente." O pessoal lá da Europa dizia isso, e a gente ficava se olhando pensando o quê que a gente tinha diferente, e eles diziam "Não, tem um ritmo, uma maneira diferente de tocar". A gente jurava que não, cara, mas tem, porque a gente tem essa influência. Quer queira, quer não, você vai passar na frente da TV e vai estar tocando samba, e isso é uma coisa que a gente já nasce ouvindo, então acaba nos enriquecendo, quer queira, quer não queira, essa coisa brasileira enriquece sempre a todos.

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LF: Agora uma pergunta pessoal: qual foi o melhor e o pior momento da sua carreira?

MDR: Cara, na verdade eu sou um cara que está sempre olhando pro futuro, sabe. Eu acabei de gravar o "Sociedade das Aventuras Fantásticas", só que assim, coisa que ninguém sabe, só vocês que estão lendo agora vão saber, eu já gravei mais um disco. Eu não vou dar muitos detalhes, mas o próximo disco já está gravado, eu gravei há duas semanas (Nota: A entrevista foi realizada no dia 22/09/2012.) e vai sair só ano que vem. Vou dar só um detalhe: É guitarra e piano, e já está gravado. Ou seja, eu sou um cara que está sempre olhando pro futuro, sabe. Quando eu tiver uns 88, 89 anos, eu vou saber responder à sua pergunta. Hoje não é a hora disso, hoje é a hora de ir pra frente. (risos)

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Sobre Luiz Felipe Lima

Depois de ficar louco com o Ritualive do Shaman nos primórdios dos anos 2000, a sua trajetória no Metal apenas se intensificou. Fã inveterado de Pantera, aprendeu rápido que é possível achar música boa desde Death até Europe, e escreve para que cada vez mais pessoas consigam perceber que não se pode ter uma mente pequena se você quiser conhecer grandes músicas.
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