Lobão: vocalista fala sobre jabá, FDE e Lei Rounet na Veja
Por André Nascimento
Fonte: Blog Ricardo Setti-Veja
Postado em 11 de setembro de 2013
Recentemente LOBÃO foi entrevistado pela revista Veja, onde abordou assuntos que variavam desde o seu livro mais recente ("O Manifesto do Nada na Terra do Nunca") até as manifestações populares.
Abaixo estão trechos onde LOBÃO comenta temas polêmicos como jabá nas rádios, coletivo Fora do Eixo e Lei Rouanet.
Por que há mais de vinte anos o senhor não emplaca um sucesso nas rádios?
Porque eu me rebelei contra o jabá.
Para agradar aos radialistas e colocar uma música no ar, as gravadoras sempre fizeram de tudo e mais um pouco: distribuem passagem para o exterior, carro zero, promovem até surubas, daquelas em que o cara come sushi em cima do corpo de uma mulher nua.
Eu fiz parte disso. A única música minha que estourou espontaneamente foi Me Chama. Decidi romper com esse sistema, fui para o underground e, em 1999, vendi 100.000 discos em bancas de revista.
E continuei produzindo coisas novas, não fiquei reciclando o que fazia nos anos 80, como tantos cadáveres insepultos que circulam por aí.
O que acha da atividade do grupo Fora do Eixo, que começou organizando festivais de música fora do circuito Rio-São Paulo e hoje é acusado, entre outras coisas, de explorar os artistas com que trabalha?
Eu conheço o Fora do Eixo e acho que o que eles fazem é vampirizar o artista.
Organizam festivais, arrecadam milhões de reais e, em vez de pagar às bandas, reinvestem neles mesmos.
Eu e um grupo de amigos estamos nos movimentando para denunciar e chacoalhar esses caras. Se fazem uma auditoria ali, a organização só sobrevive uma semana. O assustador é que os caras estão em todas as universidades brasileiras e fazem a cabeça de uma porção de gente.
A Lei Rouanet faz mais mal do que bem à cultura brasileira?
Ela é perversa. Acho que o Rouanet, quando idealizou a lei, pensou em quem fazia música experimental, um Arrigo Bamabé da vida, gente que faz pesquisa musical, que não sobreviveria sem o mercado.
Ou nos artistas que estão começando. A lei é maravilhosa para isso. Mas o modo como ela é usada hoje não está certo.
Se você coloca vários medalhões na parada, a empresário vai pegar aquele que rende mais. Você não vai colocar uma coisa pequenininha com um medalhão. O mais grave é o seguinte: de uma forma ou de outra, com a lei, o Estado dá dinheiro e transforma o artista num militante.
É verdade que recusou 2 milhões de reais que receberia da Lei Rouanet?
Mais precisamente 1.996.000 reais. Sou sócio da minha mulher numa produtora, e ela me incluiu em um projeto sem o meu conhecimento.
Só soube depois que o pedido havia sido aprovado. Fiquei bravíssimo.
A entrevista com LOBÃO na Veja pode ser lida no link abaixo:
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