Helloween: O line up clássico nunca disse tudo o que gostaria
Por Renan CxCx
Fonte: Blabbermouth
Postado em 06 de novembro de 2013
Thomas Schwarzkopf do webzine Myglobalmind recentemente conduziu uma entrevista com o ex-Helloween e atual vocalista do Unisonic Michael Kiske. Alguns trechos da entrevista podem ser conferidos abaixo.
Myglobalmind: Depois que você saiu do Helloween, você sabe que muitos metalheads se sentiram ofendidos sobre suas opiniões sobre o heavy metal em geral.
Kiske: Não era sobre metal, e sim sobre toda a baboseira satânica que acontece. A verdade é que há muita raiva em mim devido a más experiências. Eu estava muito desapontado pelo rumo que as coisas tomaram com o Helloween. Estava fazendo meus discos e certas críticas estavam estourando sobre isso, por que eu tentava não soar como Helloween ou qualquer coisa. Houve tantas coisas e talvez isso tenha desapontado como eu me sentia quanto à cena e tudo mais. Sempre fui uma pessoa muito espiritual e quando parei por uns anos, mergulhei em livros, fiquei lendo e lendo e me tornei ainda mais espiritual, levando ainda mais seriamente assuntos relacionados a humanidade e coisas do gênero, o que fez com que fosse ainda mais difícil não ser contra certas glorificações ao satanismo e coisas anti-humanidade que há naquela cena, mas não em toda a cena. Um fã [regular] de heavy metal é bem tranquilo. Eu preciso sair em turnê novamente, eu preciso interagir com o público, vê-los, ouvi-los e falar com eles. Pelas revistas, também parece que a maior parte da cena hard rock e metal é satânica, mas não é. A maioria das pessoas não liga para isso, é simplesmente legal e divertido, são só guitarras e essas pessoas até mesmo concordam comigo e como eu vejo as coisas. Eu tive essa experiência. Minha raiva se foi. Eu ainda sou contra essas bandas e esse tipo de coisa, pois eu acho que é errado. Até mesmo aqueles que sobem no palco e cantam sobre ódio e liberam essa energia negativa, até eles querem amor! Quando eles tem namorada, querem ser amados, querem ter filhos, é tudo igual. Eles passam essa imagem fria quando tocam, como se não tivessem coração, mas no fim, todo ser humano quer ser amado.
Myglobalmind: Com certeza, somos todos humanos. Então, agora você está de volta ao foco quando se trata de metal, hard rock e a coisa toda. Minha pergunta é: qual foi o papel do Avantasia nesse contexto?
Kiske: Foi de grande importância. Quando se olha para o primeiro álbum do Avantasia, gravado em 1998 - fase na qual eu estava muito raivoso e não queria mais muita coisa com a cena metal. Foi apenas a época que eu não estava pronto, então a princípio eu não quis fazê-lo. Mas eu gostei do Tobi [Sammet, frontman], eu curti sua atitude, o jeito que ele me chamou, ele estava muito focado, eu gostei do senso de humor dele e de sua personalidade. Então eu disse "Ok, eu o farei, mas o farei por você e você me chame de Earny no disco". Eu sei, é meio engraçado, mas na época foi algo que eu quis ter registrado. Quando você pega o álbum, vê o quão bem sucedido o Avantasia se tornou ao longo dos anos. Nós podemos ser headlines em festivais por todo o mundo e tocar em shows para 4000 pessoas, o que muitas bandas não podem fazer. É lindo e é o seguinte:em 2010 eu finalmente aceitei tocar ao vivo com eles. Tobi me perguntou antes da primeira turnê, pois eu havia participado do primeiro disco, mas eu não estava pronto. Ele me ofereceu muito dinheiro, mas eu recusei, pois eu simplesmente não estava pronto, não queria sair em turnê. Mas em 2010, eu disse "Sim, ok." Isso foi uma espécie de remédio para mim, me fez bem e então havia o Kai no palco e nós começamos a falar sobre fazer algo novamente e foi assim que ele entrou para o Unisonic. Então, agora eu estou muito feliz por fazer parte do Avantasia. É muito divertido fazer turnês pelo mundo com eles. Foi a primeira vez que voltei aos palcos novamente.
Myglobalmind: Você está satisfeito em como as coisas aconteceram na sua carreira ou há algo que você se arrepende?
Kiske: Devo dizer que até mesmo as coisas ruins tomaram um rumo bom, no fim. Aprendi muito com elas e cresci como pessoa. Só há uma coisa que me deixa muito triste e é que eu acho que o Helloween da época do "Keeper of the Seven Keys", com Kai Hansen, Ingo [Schwichtenberg, baterista]... Você sabe, a fase "Keepers" foi muito curta. Acho que nós mal começamos e logo terminamos. Creio que deveríamos ter feito ao menos mais dois discos. É isso que eu acho muito triste. Bandas como Iron Maiden, eles completaram o círculo. Eles atingiram o pico e fizeram seus melhores discos, contaram a história. Eles disseram tudo o que podiam, musicalmente, na minha opinião. O Helloween, digo, o Helloween da fase "Keepers", pois hoje o Helloween é uma banda diferente... Creio que o Helloween daquela era, nós nunca dissemos tudo o que tínhamos para dizer, artisticamente, e isso é muito triste.
A entrevista pode ser encontrada na íntegra (em inglês) no link abaixo:
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