Henry Rollins: Daft Punk e Miley Cyrus são merdas da Rolling Stone
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 30 de janeiro de 2014
O multimidiático HENRY ROLLINS acaba de completar sua primeira atuação em um papel principal no cinema, e em paralelo, continua com seu programa radiofônico e sua série no History Channel, ’10 Things You Don’t Know About’, além de sua carreira como escritor. A edição estadunidense do pasquim Rolling Stone falou com o sempre franco e carismático vocalista sobre os maiores nomes da música no ano de 2013 [os quais ele simplesmente ignora, na maior parte].
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Você prestou atenção às novidades musicais no ano que passou?
Rollins: De modo algum. Não tenho como me manter a par com todos os discos que eu compro. Eu recebo cartas dizendo, ‘Cara, a música hoje em dia é uma merda’. Não no meu programa, não no meu som. Eu finalmente ouvi, detalhadamente, ao novo disco de DAVID BOWIE. Eu coloquei um par de bons fones de ouvido e sentei e ouvi aquele disco em um dia de folga.
Você amou o disco?
Rollins: É bem melhor do que eu achei quando o escutei pela primeira vez. Eu não sei por que ele usa esses bateristas de estúdio com a mão pesada pra tudo, mas as músicas são bem fantásticas nas letras e há excelentes vocais de fundo e alguns overdubs muito inteligentes. Demorou muito para eu passar a gostar do David Bowie moderno. Eu era um baita fã. Eu acordei bem cedo hoje e ouvi ‘Station To Station’ e fiquei boquiaberto. Aqueles discos, aqueles discos de Bowie, pra mim, são tão bons quanto um disco pode ser.
Mas enfim, o novo disco de Marnie Stern, ‘Chronicles of Marnia’ – eu amo esse aí. Ty Seagall é grande parte do meu programa de rádio e eu toco muito material de Ty. Eu sou um grande apoiador das gravadoras independentes. Tipo, quando eu vejo um filme, eu assisto pelo diretor. Quando eu compro um disco, geralmente é por causa da gravadora. Eu gosto dos artistas, certamente, mas há gravadoras que eu apoio, como a Castle Face, John Dwyer e sua banda Thee oh Sees. E eu compro uma cópia de tudo de Johnny. Qualquer coisa que a Castle Face lance. Eu tenho um LP e um CD de cada. Sabe, CD para o programa de rádio e pela portabilidade e o LP para ouvir.
Você seguiu algumas das coisas mais conhecidas, como Daft Punk ou ‘Blurred Lines’?
Rollins: Eu nunca ouvi Daft Punk. Eu nunca ouvi uma faixa deles na minha vida. Eles são os dois caras com capacete de motoqueiro?
Sim, eles se vestem como robôs.
Rollins: Sabe, entenda isso como quiser. Pra mim, isso é música para a Rolling Stone. É a merda que aparece na sua revista. E é, tipo, esse mundo… eu fico muito feliz que vocês acharam o público de vocês, mas esse mundo me é muito distante. Qualquer coisa que vá pro Grammy ou pro American Music Awards… tipo, Miley Cyrus apareceu na capa da sua revista?
Sim…
Rollins: Sim, veja bem, eu gosto de música de verdade. John Coltrane é meu músico favorito, o que eu estaria fazendo com uma revista Rolling Stone? Me entende?
Você está pouco se fudendo pra ela.
Rollins: Bem, estou. Ela é parte daquele mundo maior da música sobre o qual acabo de falar. Tudo isso pra mim é tipo, que faça sucesso, eu não tenho nada contra ninguém fazer seu lance, mas só não é pra mim. E Robin Thicke, é esse o cara? Eu não tenho ideia de como é o som dele. Eu nunca ouvi Kelly Clarkson. Eu apenas vivo em um mundo musical diferente. [...]
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