Dave Lombardo: Jeff não gostaria de ver o Slayer dessa forma
Por Fernando Portelada
Fonte: Blabbermouth
Postado em 01 de abril de 2014
O The Thin Air, de Belfast, na Irlanda do Norte, recentemente conduziu uma entrevista com o ex-baterista do SLAYER, e atual PHILM, Dave Lombardo. Alguns trechos desta conversa estão disponíveis abaixo:
TTA: Falando um pouco de sua saída, do SLAYER, seu post no Facebook dizia que não era só retórica, porém.
Lombardo: "Sim, nós fomos diretos. Foi detalhado, eu não estava falando mal de ninguém."
TTA: "Exatamente. Desde então, você teve qualquer contato ou algo que sugerisse que você fosse ter qualquer tipo de relacionamento com Kerry [King] e Tom [Araya] novamente?
Lombardo: "Não, nenhum. Eu mandei mensagens, eu mandei e-mails dizendo: ‘Ei, caras, vamos deixar isso de lado e conversar.’ Nenhum contato. Eu mandei mensagens a Tom, talvez alguns meses atrás: ‘Tom, pensando em você, cara. Espero que esteja tudo bem.’ Nada. Tudo bem, eu era tão dispensável que ele escolheram um baterista que estava no sofá há provavelmente dez anos e não fez nada. Ah, lá vamos nós. Não me faça começar! Eu não quero falar mal de ninguém, porque não sou assim, mas, merda, caras, sério? OK, traga de volta o outro cara, então isso é uma porta giratória? Eu acho que a porta simplesmente se fecha, mas uma porta se fecha e outras cinco abrem. A música e essa banda me colocaram no mapa, algo que me deixa bem orgulhoso. Não há nada que eu me arrependa de ter estado na banda – ou fora. Tudo que fiz, fez-me bem feliz e não tenho arrependimentos, mas infelizmente isso aconteceu e eu realmente gostaria para os fãs e para a banda de que pudéssemos ter passado nossos anos dourados juntos. Porque fizemos uma incrível escolha trazendo Gary Holt [guitarrista do EXODUS] que é fantástico. Ele é perfeito. Ele deve estar no novo álbum. Quando eu estava na banda, Kerry queria escrever todas as músicas: ‘Gary não está pronto. Ele provavelmente vai chegar para os leads.’ Gary não está pronto? Ele está tocando na banda pelos últimos três anos. Como ele pode não estar pronto? Ele conhece meu estilo, o que é legal, quando estávamos na Índia, Gary e eu subíamos no palco durante a passagem de som e improvisávamos como loucos – que é a forma que eu gosto de compor minha música, em um nível de improvisação. Nós fomos ao palco, nos olhamos e dissemos: ‘Cara, nós acabamos de compor o álbum inteiro.’ E foi incrível. Eu não consigo fazer isso com Kerry. Ele não sabe como improvisar. Foi por isso que nós não participamos do jam no final do show do Big Four, porque Kerry sempre é ‘Eu não faço músicas a não ser que eu ensaie para a banda.’"
TTA: Falando brevemente sobre o falecido guitarrista do SLAYER, Jeff Hanneman, que se foi no ano passado. Olhando para sua amizade e relacionamento musical, como você pagaria tributo a ele?
Lombardo: "Eu tinha um ótimo relacionamento com Jeff. Eu acho que tinha um relacionamento melhor com Jeff em seus últimos nos, quando eu voltei para a banda, porque nós passávamos a maior parte do tempo em seu ônibus de turnê. Kerry e Tom entravam, ou Tom ia em seu próprio ônibus, então Jeff ficava na frente e eu atrás, só passando o tempo. Eu ia na frente, pegava algo para beber, ou então ele ia lá atrás e pedia para colocar algo em meu iPod. Ele adorava meu iPod, porque tinha muitos estilos diferentes de música [...] Pagar tributo a ele, eu acho, é trazer seu nome à tona, trazer suas histórias. Jeff era uma pessoa incrível, uma pessoa muito gentil. Deixe-me dizer uma história que eu disse em seu memorial. Eu deveria ter ido lá em cima e ficado quieto, por causa de tudo que estava acontecendo. Nós estávamos no Canadá, dirigindo através do país em uma caminhonete. Éramos quatro caras dirigindo pelo país. Nós chegamos ao local em Toronto uma noite antes do show. Nós tínhamos uma noite de folga e tinha uma banda tocando – e era ótima. Havia cervejas, eu fiquei chapado. Jeff saiu me procurando por todos os lugares. ‘Cara, eu estava te procurando!’ Isso significava que ele se preocupava comigo. Ele me achou em um banheiro dormindo de bêbado. Ele arrancou a porta do lugar, destruiu a porta do banheiro. Ele estava falando: ‘Dave, eu arranquei a porta, mas então percebi que ela estava aberta!" Ele me levantou e me levou de volta. No outro dia eu perguntei: ‘Cara, eu estava de calças abaixadas?’ Ele disse: ‘Não’ e eu ‘Graças a Deus.’ Na próxima manhã eu acordei com pequenas panquecas nos meus bolsos. Todos os meus bolsos tinham panquecas. Eu estava dormindo em uma cama de panquecas e eu fiquei: ‘Jeff, você fez isso?’ E ele ‘Claro, cara.’ Nós costumávamos fazer esse tipo de coisa [...] Eu sinto sua falta, eu realmente sinto sua falta. É triste porque ele não gostaria que isso tivesse acontecido com o SLAYER. Ele costumava perguntar: ‘Ei, Dave, o que está acontecendo aí? O que está acontecendo?’ Havia este atrito, claro, mas eu não sabia que eles iam ter a decisão de não me levar para a Austrália. Minhas malas estavam prontas. Nós estamos na mesma página em um momento, mas Kerry não bebia, não festejava, e Tom e Jeff e eu sim, e agora Kerry é diferente. Agora ele bebe como um louco"
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