Marilyn Manson: box set e video para os 20 anos de "Antichrist Superstar"
Por Adam Kadmon
Fonte: Dazed
Postado em 27 de setembro de 2016
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MARILYN MANSON teve uma semana dura. Ele está em turnê divulgando o seu álbum de 2015, "The Pale Emperor", com o SLIPKNOT, e as reviews sobre os shows até agora têm sido mistas. Artigos online questionam a sua conduta e sanidade, citando discursos de 10 minutos entre as músicas, quedas do palco, arremesso de meleca e ameaças incoerentes. Hoje à noite, ele cantou uma música que não costuma estar em seu setlist, "Coma White", que ele - lacrimejando - dedicou à sua gata, Lily White, que morreu recentemente. Fãs reconhecerão Lily das muitas pinturas que MANSON fez dela e dos ensaios fotográficos exibindo os dois. Ele descreveu Lily, com quem ele excursionava, como sua amiga mais próxima.
São quase 30 anos desde que o MARILYN MANSON formou a sua banda e, julgando pela violenta reação que o seu comportamento aberrante no palco está inspirando esse ano, pouca coisa mudou desde 1989. Por que, então, os frequentadores dos shows estão tão surpresos? No telefone, MANSON é o gentleman lúcido e articulado que o mundo conheceu em uma entrevista ao documentarista Michael Moore, para o filme de 2002 "Tiros em Columbine". Ele está claramente devastado pela perda, mas ele entende que a personagem que ele criou para si mesmo não permite muito espaço para luto privado. Não está surpreso que os fãs não lhe darão um momento de paz, porque eles se importam muito, mesmo depois de todos esses anos. Um homem na plateia do show de hoje à noite, em Detroit, quis começar uma briga com ele. "Eu levei um soco no rosto e não pude revidar porque eu tenho antecedentes," diz MANSON. "Mas isso não é relevante para a nossa história. Você pode dizer que a minha cara dói." Além disso, ele descreve a noite como "a melhor noite desta turnê. Eu não fui preso. A última vez que eu fui foi aqui (em 2001), então é uma coisa boa. Aqui é onde eu fui preso por atacar um segurança de uma maneira sexual - mas eu fui exonerado. Dessa vez eu tive que me comportar."
Leia trechos com as partes mais importantes da entrevista que a revista DAZED fez com o cantor, e que foi publicada no dia 26 de setembro.
DAZED - Você já imaginou o que o jovem MARILYN MANSON pensaria sobre o atual?
MARILYN MANSON - É uma pergunta complicada a ser feita a alguém que é esquizofrênico borderline com múltiplas personalidades. Eu acho que eu acabei por ser tudo o que eu pensava em ser na minha cabeça, em diferentes estágios da minha vida. E eu alguns momentos eu fui todas as coisas que eu nunca quis ser, mas eu nunca esperei que elas existiriam, então eu sabia que eu não quereria ser elas, se isso faz sentido. Uma versão mais jovem de mim poderia ser ontem ou 20 anos atrás. Eu fiz um álbum novo e não disse a ninguém que estava fazendo, não informei à gravadora, e eu disse "Surpresa, aqui vou eu." Essa é a versão inconstante de mim, que eu sempre fui. Quando eu era um moleque, eu usaria fantasias de Halloween no dia errado do ano. Eu negligenciava todos os outros feriados característicos, e ainda faço isso. Então eu estou sempre ignorando calendários, o tempo, o relógio.
D - Quando foi a primeira vez que você sentiu que era famoso?
MM - Eu acho que foi quando o John Waters me ligou pedindo para fazer um filme, sendo que eu sou um fã dele. Isso foi um estranho efeito trickle-down conectado à Johnny (Depp) e "Cry Baby". Eu acabei não fazendo o filme, mas me fez sentir, eu não diria famoso, mas animado por alguém que idolatrava ter me chamado.
D - "SAY10" soa como o quê?
MM - (O produtor) TYLER BATES e eu fizemos ao longo dos últimos três meses, bem antes dessa turnê começar. Ele é, eu diria, a última coisa que as pessoas esperariam depois de ouvir o anterior, "The Pale Emperor". E é, também, vindo das pessoas para as quais eu o mostrei, uma combinação de "Antichrist Superstar" e "Mechanical Animals" em feeling. Eu comumente levo mais em consideração as opiniões das garotas do que as dos garotos, porque você geralmente faz música para fazer as garotas gostarem de você. É por isso que você começa uma banda de rock. Ele é ispirado por todas aquelas coisas que você faz para que as garotas gostem de você, toda aquela paixão e melodia pomposa, como BOWIE, mas também pelo total desrespeito por regras, como MINISTRY e todas aquelas bandas que moldaram o som do meu primeiro álbum. Não foi uma intenção minha andar para trás. Tudo flui em um círculo completo e isso só se torna, sem canibalizar trabalhos anteriores, a mesma coisa, que é você em última análise. Eu estou um pouco ansioso para lançá-lo, então foi feito muito rapidamente, mas é de longe a coisa mais temática e complicada que eu já fiz até hoje. De certa forma, é enganosamente agradável para estranhos. É como aquele velho ditado, que diz que o maior segredo do diabo é as pessoas não acreditarem que ele existe.
D - Quando sai?
MM - Bem, eu decidi que fosse em 14 de fevereiro. Eu não tenho certeza sobre qual é a minha obsessão com o Dia dos Namorados, porque eu pessoalmente nunca curti o feriado, mas por alguma razão sempre tem sido parte do tecido da minha expressão artística. Talvez algum dia eu descubra.
D - Esse ano é o aniversário de 20 anos do "Antichrist Superstar".
MM - Sim, nós estaremos lançando um box set em 20 de outubro, e há um vídeo lendário que eu pus em segurança pelos últimos 15 anos, por razões que serão reveladas quando você assisti-lo. Eu tiva a inocente ideia de que era aceitável usá-lo como uma espécie de bônus no meu vídeo para a turnê de "Antichrist Superstar", o "Dead to the World (1998)." Contudo, o departamento legal e o meu empresário me informaram o contrário. Mas agora ele será visto por todos. Eu não direi muito mais para não estragar a surpresa, apenas que ele capta um momento no tempo, logo após eu ter mudado para Los Angeles. Eu estava vivendo com Twiggy (Ramirez, baixista de longa data) e tinha acabado de sair de uma turnê em que eu recebia ameaças de morte todos os dias. É um interessante retrato do que estava acontecendo naquela época, mas estranhamente, não parece muito diferente do jeito que eu me comporto agora, exceto que estou usando um chapéu de cowboy. É sobre isso.
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