LeatherJacks: entrevista com Mauro Cordeiro
Por Vitor Sobreira
Fonte: Roadie Metal - A Voz do Rock.
Postado em 16 de julho de 2017
Surgido no final de 2016, inicialmente como um projeto solitário do músico, compositor, produtor e animador Mauro Cordeiro, na cidade de São Paulo, o LeatherJacks vem atraindo novos olhares e ouvintes, para seu Heavy Metal/Hard Rock – enérgico e atual. Na entrevista que segue abaixo, Mauro contou um pouco de sua história, seu recente lançamento e ainda mais. Confiram:
Mauro, primeiramente, gostaria que você nos contasse um pouco da sua história com o LeatherJacks, bem como influências, etc.
Mauro Cordeiro: Essa é uma das histórias mais insanas, aventureiras e ousadas que já vivi até hoje em toda a minha vida (risos)! Sinto que subi numa montanha-russa que não tem parado de descer em alta-velocidade. Comecei com a idéia de algo em 2015, quando compus "Burning Wire". Há muito tempo eu não compunha novas músicas, pois eu estive num hiato musical por um bom período (de 2009 a 2014), por causa de trabalho e um relacionamento opressivo. Mas quando essa música surgiu, eu realmente revi o que fui feito pra fazer nessa vida. Em 2016 o projeto tomou forma e o nome, veio pelo fato mais óbvio: eu tenho uma Jaqueta de couro sintético marrom que eu sempre usava - tanto, que desbotou e hoje parece algo vindo do filme Mad Max (risos). O Jacks é uma abreviação de Jackets. Como influências, posso citar algumas principais como: Iron Maiden, Gotthard, Dio, Halestorm, Crazy Lixx, Palace, Accept, Metallica, Judas Priest, Whitesnake, Black Sabbath e Rainbow (com Dio), um pouco de Deep Purple, Rockabilly (Brian Setze)r, Soul (George Benson)... E muitas outras coisas!
O seu primeiro trabalho oficial, ‘The Lost Arks of Rock’n’Roll’, foi lançado este ano, e ainda está bem recente. Quando você, como músico e compositor, sentiu a necessidade de registrar profissionalmente suas idéias e lançar, ao invés de guardar-las em uma gaveta?
Mauro: A vontade começou a ser levada a sério quando eu compus "Burning Wire" e percebia que minha família, as meninas que eu saía, os amigos, enfim, todos me diziam: "Que ‘sonzaço’, que ‘foda’"... Isso me fez ficar empolgado pra começar a compor mais e mais! Disso, surgiu "Crocodile´s Heart" e "Do You Fucking Pay My Bills. À Princípio, a idéia era apenas um ‘single’ com essas três músicas, mas a inspiração começou a vir quase que semanalmente, e toda hora surgia uma nova música. Então decidi que era hora de eu começar realmente a preparar um álbum.
Além de talento e determinação, o que mais foi preciso para iniciar e concluir, de fato, esse trabalho, praticamente sozinho?
Mauro: Alguns podem crer ou não - e eu sempre vou respeitar - mas se não fosse Deus, eu não teria conseguido nada. Ele me deu as forças pra eu ir do começo ao fim. Muitas vezes eu me cansava e não aguentava nem mais sequer ouvir as músicas, com as frustrações das mixagens que não ficavam boas, do som que ficava ruim, da voz que não estava com a interpretação que eu queria, etc. Então sempre penso e creio que Ele me colocava sempre ali de novo, me tirando das cinzas, como uma fênix. Eu penso que quando se tem um sonho bombando tão forte dentro de você, você não pode largar-lo de maneira nenhuma, entende? Posso dizer francamente que esse foi um "trampo de chinês": minucioso, detalhista e perfeccionista, porque a cada alteração e melhoria, eu pensava em cada um que fosse ouvir e sentir a boa vibe do meu trabalho.
Atualmente, com a força das redes sociais, e a inclusão automática das plataformas de serviços digitais, as bandas e artistas ganharam novas ferramentas e oportunidades para promoverem sua arte. Como tem sido o retorno, por parte do público, que a cada dia descobrem o som do LeatherJacks?
Mauro: Incrível! Eu tenho tido contatos com pessoas sensacionais do México, Colombia, Bélgica, Alemanha, Espanha, e até uma rádio do Japão já veio me sondar. Eu acredito que nosso mundo hoje em dia se tornou uma espécie de "aldeia", e se você tiver um bom material a apresentar, você já tem 75% do caminho andado. É sério! O resto é tempo e dedicação para compartilhar o seu trabalho, que nada mais é do que seu produto. Tenho tido muitas resenhas e matérias a respeito do Leather, e muitos elogios e críticas super bacanas. O álbum, lançado dia 18 de Abril, tem tido uma repercussão incrível. Então, é muito gratificante, pois passa o filme de todo o seu esforço na mente, e você pode sempre atestar e pensar: "Valeu a pena as horas não dormidas, noites viradas, compondo, estudando canto, guitarra e mixagem".
Mauro, apesar de você sempre ter explicitado a vontade em tornar o seu projeto em uma banda completa, foi apenas recentemente que você conseguiu encontrar os músicos ideais. Como se deu esse processo?
Mauro: Foi algo bastante surreal, pois acabei formando o pessoal em questão de dias! Eu já sondava os músicos há algum tempo e fomos mantendo contato, e todos curtiram muito o projeto de primeira, e se animaram / prontificaram pra começarmos os ensaios, etc. Ainda teremos algumas reuniões para eu apresentar a eles mais detalhes do projeto e nos programarmos melhor, para que tudo funcione bem para os fãs e para que possamos logo começar nossa agenda de shows.
‘The Lost Arks of Rock´n´Roll’, foi lançado de forma independente, nas plataformas digitais – além de contar com algumas faixas no YouTube. No entanto, você criou há pouco tempo, uma espécie de ‘crowdfunding’ online, para o lançamento físico do material. Você está confiante, perante o atual estado político-econômico que se encontra nosso país?
Mauro: Sinto-me bastante confiante, independente da crise, pois se pensarmos em quantidade, os cálculos que fiz são de uma proporção de 100 pessoas doando apenas 25 reais. Essa média pode aumentar ou diminuir, dependendo do quanto cada um doar. Inclusive já deixo aqui nesta entrevista, que doações a partir de R$50,00, serão "retribuídas" com 01 CD autografado por todos da banda e com uma dedicatória impressa!
Com um vídeo clipe, um álbum oficial na bagagem - e agora uma banda – certamente seus planos incluem uma divulgação ao vivo de suas composições, o quanto antes. Estou certo?
Mauro: Absolutamente! Como dito acima, na pergunta anterior, é a principal meta que tenho nos próximos planos do LeatherJacks. Festivais, participações em rádio, TV, pubs, além de tentarmos uma turnê, caso conseguíssemos um agenciamento, ou mesmo um patrocínio bacana.
Pensando um pouco mais no futuro, você já possui material para um vindouro segundo lançamento? Ou mesmo, podemos esperar algo novo?
Mauro: Tenho alguma idéia sim, com certeza! Acredito que agora, agregando os novos membros, talvez ainda venha um segundo trabalho mais "temperado" musicalmente, pois novos músicos sempre trazem novas essências, novas experiências. Acredito que com o Caio, o Dan e o Ricardo, conseguirei fazer um projeto ainda mais maduro, mais experiente e focado em trazer o melhor ao nosso público. Já pensei talvez em fazer um álbum temático no final de 2018, para talvez lança-lo no início de 2019...Mas, ainda não posso confirmar nada, pois estamos na divulgação mesmo do ‘The Lost Arks...’ por enquanto, e acredito que vamos com ele até o fim de 2018, aproximadamente.
Para finalizar, gostaria de agradecer pelo seu tempo e atenção. Fique a vontade, para deixar uma mensagem aos leitores, ou mesmo fazer alguma consideração... O espaço é todo seu.
Mauro: Obrigado, e é sempre um prazer poder atender! Gostaria de agradecer a Deus, a minha família, amigos, a todos os seguidores na nossa fanpage no Facebook, que vem crescendo a cada dia mais. Por todos da banda, quero agradecer a eles também por acreditarem nesse sonho, às suas famílias e amigos que já nos seguem, ao Whiplash.net, Força Metal BR, Roadie Metal & Gleison Júnior, Johnny Z (Metal Na Lata) que sempre dá um mega apoio, Juliana Barbosa da Big Rock And Roll, Adam Pierceall e Johnny Grijalva da Dirty Room WebZine, Roger da Marshall do Brasil, Baquetas Artesanais Controlle, o grande fotógrafo da cena rock e metal de São Paulo, Caike Scheffer, Milena Buzzinaro - a Ilustradora que fez a incrível arte do meu CD - e ao Aurélio Lara, outro ilustrador incrível que aprimorou o meu design do logo do LeatherJacks e o tornou o que é hoje, a todos os que estão lendo essa matéria, e a você, Vitor, pela entrevista! Let´s Rock! Go Jackers!!
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