Lynyrd Skynyrd: juiz bloqueia lançamento de filme sobre a banda
Por Bruce William
Fonte: Ultimate Classic Rock
Postado em 29 de agosto de 2017
Decisão judicial tomada nesta segunda-feira, 28 de agosto de 2017, impede a realização de um filme sobre o trágico acidente que vitimou boa parte do Lynyrd Skynyrd em 1977 sob a perspectiva - e com a assistência - do baterista Artimus Pyle. O detalhe é que apenas a participação de Pyle no filme foi a causadora do veto emitido pelo juiz Robert W. Sweet, de Nova Iorque, contra a Cleopatra Records, produtora do filme "Street Survivor: The True Story of the Lynyrd Skynyrd Plane Crash"; sem ele, a produção do filme, em tese, pode prosseguir.
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O que acontece é que, em conjunto com o guitarrista Gary Rossington, fundador e atual membro do Lynyrd Skynyrd, as famílias de Ronnie Van Zant e Steve Gaines - dois membros da banda que faleceram no acidente - moveram uma ação contra a intenção de Pyle de participar como consultor e co-produtor do filme em troca de supostos 5% de sua arrecadação líquida. A alegação deles é que a participação direta de Pyle viola um acordo de 1987 que prevê a presença de pelo menos três integrantes da banda pré-acidente em qualquer projeto relacionado ao grupo - vale notar que este acordo não vem sendo cumprido à risca, já que desde a morte do tecladista Billy Powell em 2009, Rossington e o guitarrista Rickey Medlocke - que tocou por um breve período na banda em 1971 e só retornou em 1996 - são os dois únicos integrantes da formação pré-acidente que participam do line-up que vem excursionando desde então.
Os advogados de Pyle e da Cleopatra alegaram que seus clientes tem "o direito constitucional de se expressar no objeto do que está sendo demandado: ao produzir e lançar o filme, a Cleopatra está exercendo o seu direito de fazer um filme sobre um evento relevante do passado, algo que é protegido pela liberdade de expressão constante na constituição". Mas os representantes da família Van Zant e Gaines rebateram o argumento, com a alegação que a Cleopatra é sim livre para fazer o filme sobre o Lynyrd Skynyrd e/ou sobre o acidente, mas o que eles não podem legalmente é fazer um filme com a participação de Pyle pois isto viola o acordo de 1987.
E foi este argumento que o juiz acatou, declarando em sua decisão que a participação de Pyle representa, de fato, o que foi apresentado pela Cleopatra, de que o filme conta a história de Pyle, e fica claro que ele desempenha um papel central no filme, tanto que o Lynyrd sempre é mencionado sob a ótica do baterista. Mas o juiz nota que o oposto também não ocorre, ou seja, nenhuma parte da história mostra Pyle fora da banda, portanto não resta dúvidas que o filme é sobre o Lynyrd Skynyrd e não apenas sobre o baterista. Portanto houve sim uma quebra do acordo, e com isto o juiz vetou o filme nas condições em que vinha sendo produzido.
E o próprio juiz não resistiu e usou um trocadilho mencionando uma famosíssima canção da banda ao reiterar que a Cleopatra pode seguir em frente desde que seja removida a participação de Pyle. "A Cleopatra está proibida de fazer este filme enquanto seu parceiro (Pyle) contribuir de forma substancial para o projeto como vinha sendo feito até aqui; sob outras circunstâncias, a Cleopatra pode ser 'livre como um pássaro' ("Free as a bird") para produzir e distribuir seu trabalho".
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