Felipe Ricotta: Uma maneira peculiar de fazer turnê
Por Rafael Moura
Fonte: Jornal A Tribuna (Vitória)
Postado em 21 de março de 2018
O jornalista Rafael Moura conversou com Felipe Ricotta durante a passagem de sua turnê QualquerLugarDaRuaTour por Vitória.
Foram mais de 200 shows em 27 cidades até então.
"Felipe, que satisfação em mandar mensagem pra você, cara.
Meu nome é Rafael Moura e sou jornalista em A Tribuna. Queria saber se você ainda está fazendo as apresentações aqui na Grande Vitória e se seria possível acompanhar pra fazer uma reportagem. Nesta quarta você ainda vai fazer alguma coisa? Qual contato que podemos falar contigo?
Cordialmente, Rafael Moura"
"Ainda não sei se vai ter mais show na rua..."
"Você tem um telefone de contato para que possamos conversar, cara?"
"Se eu te falar que faz uns 9 anos que não uso celular, tu acreditaria em mim?"
"Acreditaria... sim. Então você já encerrou sua turnê de shows por aqui, cara? Vai embora quando de Vitória?"
"Nunca sei... sou meio impulsivo. Na teoria, amanhã sigo pra fazer algum interior. Linhares, talvez. Porque eu conheci essa menina que mora lá e a gente teve uma noite muito linda dentro de um ônibus. Precisava ver ela de novo. Você já trepou num ônibus interestadual, Rafael?"
"Não. Mas deve ser demais. Rsrs Por aqui na Grande Vitória (Vitória/Vila Velha/Serra/Cariacica), você acredita que vai ter mais algum?"
"Rafael, seguinte... só uma coisa que tem me incomodado ultimamente pra falar com jornalistas... caso vocês coloquem como título da matéria que eu sou "ex-companheiro de fulano" ou "ex-mtv", eu prefiro que você não faça essa reportagem, ok? Não acho justo quando fazem isso. Não tenho que ficar carregando comigo o nome de outro artista nem uma logomarca que não tenho mais nenhum vínculo. Além disso, o que eu faço agora é muito mais legal do que eu fazia antes, só imbecis não sacam isso. De acordo pra ti?"
"Não quero puxar por isso, cara."
"Massa, então tô falando com a pessoa certa."
"Eu conheço teu som. Quando ainda tava na rádio universitária daqui de Vitória, a gente tocava tua música."
"Queria saber de ti como tem sido aqui esses dias em Vix. Vi que você está desde o dia 3, correto? E por que fazer shows em lugares improváveis?"
"Então, Vitória é a vigésima-sexta cidade da turnê. Vila Velha foi a vigésima sétima. Eu tô aqui pela Qualquer Lugar Da Rua Tour mas também estou aqui gravando pro projeto 70Canciones70Ciudades onde ao invés de gravar sons novos em estúdios, tenho registrado as músicas em quartos de hotel."
"E por que cantar em lugares mais fora do comum?"
"Então, a QualquerLugarDaRuaTour é uma experiência mais visual do que sonora, né? Eu tô fazendo um show como se fosse um show normal, mas as pessoas não conseguem escutar muito, não tá microfonado nem é a intenção que elas escutem. Mas elas tão vendo. E mexe muito com elas. As reações são sempre muito intensas."
"Pode crer, cara. E o repertório é qual? Dura quanto tempo cada apresentação?"
"O repertório são as músicas novas de minha autoria do 70Canciones70Ciudades, algumas do Você Não Entendeu Porra Nenhuma
e canções de outros compositores que eu gosto de tocar. O show sempre dura pelo menos 1h e ele nunca pára. Sempre emendo uma música na outra. Isso é uma regra."
"Eu vi que você coloca no seu Facebook que tem apoio de alguns parceiros. Eles que bancam a tua turnê?
E a galera tem sem sido generosa com o cachê? Num dos seus posts, você falou que ganhou 60 reais em três horas em frente à Ufes?"
"Tenho umas parcerias... como gravo nos quartos de hotéis as músicas ao invés de ir pra um estúdio tradicional, tenho feito parcerias com hotéis e aplicativos de turismo. Sobre "o cachê", não faço dinheiro quando tô tocando em lugares incomuns, até porque as pessoas não conseguem chegar perto de mim quando eu estou em cima de um muro ou numa árvore, né?
Eu faço dinheiro quando interpreto o personagem AdemiroNoronha, O Vendedor De Disco-Flyers Discreto. Então, basicamente são 3 projetos complementares: a QualquerLugarDaRuaTour, o 70Canciones70Ciudades e o TeatroDoVendedorAmbulanteDiscreto."
"E você falou que é impulsivo. Então o show é surpresa?"
"Normalmente, um artista normal quando sai em turnê ele marca uma data e trabalha a divulgação do show naquela data. No meu caso, eu primeiro faço o show e depois trabalho uma pós-divulgação. Daí desperta a curiosidade das pessoas. Quem já conhece meu trabalho fica sabendo que eu tô na cidade e procura saber o que ando fazendo. E quem não conhece fica curioso pra conhecer."
"Entendi a situação. O que te levou a fazer aquele show lá na Avenida Saturnino de Brito no meio daquele trânsito fudido? Qual foi a reação do pessoal?"
"As pessoas batem muitas fotos e fazem muitos vídeos. É impressionante. Então é uma popularidade instântanea que brota, como se eu aparecesse numa mídia tradicional tipo rádio ou tv, por exemplo. Elas postam nas redes sociais, elas chegam em casa e comentam, enfim... aquele muro foi o primeiro lugar que me chamou atenção pra fazer porque não tem como não reparar em alguém fazendo um som lá em cima, né?"
"kkkk Fato. E você tem interpretado o seu personagem para ganhar uma grana?"
"O personagem vendedor me rende uma grana sim. É um trabalho complementar... tenho a renda que vem dos serviços de streaming mas faço mais grana vendendo os meus discos dessa maneira. Desde o ME ABRE ELA DISS, meu disco sextuplo de eletrônico experimental, que lanço os discos nesse formato: o disco em forma de flyer. Esse método é fundamental pra eu estar vivendo na estrada sem residência fixa desde 2010."
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"Entendi. Então você está sempre viajando? Sua casa é sempre a da próxima viagem?
"Sim. Brasil e América Latina eu rodei bastante nos últimos anos. Tô cantando em espanhol agora, além de inglês e português.
"Massa. Você chegou no Espírito Santo quando? E deverá ir embora quando? E você falou de Linhares. Quando deverá ir para lá?"
"Cara, isso é difícil de dizer porque sou muito impulsivo. Foram 10 shows, 8 em Vitória, 2 em Vila Velha. Gravei "MagneticaEpileptica" hoje no Sheraton Hotel, logo mais vou gravar "Into The Night". Só isso que eu sei."
"Pode crer. Então sem prazo, por ora, para vazar do Espírito Santo, né?"
"Isso de prazo é foda pra mim... não consigo planejar uma turnê normal igual os outros artistas... marcar a data pra meses depois, não funciono assim. Então fazer a turnê desse jeito é uma saída legal porque não precisa agendar nada, não dependo de bar/casa noturna/teatro, não dependo de produtor, não dependo de fazer social com panelinha bairrista de ceninha underground, é só sair na rua e pronto. E acabo chamando mais atenção da cidade assim do que se fizesse apenas um show em um lugar fechado."
"Saquei. E consegue dizer quanto você já faturou aqui?"
"Sei lá. Tanto faz."
"Outra coisa, cara: a galera ainda te reconhece pelos trabalhos da MTV? Ou só quando batem papo contigo?"
"A maioria do público da época que fiz televisão ou de quando escrevia crônicas do personagem-repórter não se interessa pelo que eu faço porque não faço mais comédia e sou um artista sério agora. Tô envolvido com arte visual abstrata atualmente e músicas autorais que não têm nada a ver com o personagem que fazia então acho normal. Hoje em dia sou menos popular mas sinto que tenho mais respeito de quem se interessa por arte de verdade e isso importa muito mais pra mim."
"Bacana, cara. Qual sua idade?"
"Tô com 28."
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