Regis Tadeu: a homenagem ao baterista Lee Kerslake
Por Bruce William
Postado em 26 de janeiro de 2019
Regis Tadeu prestou uma homenagem a Lee Kerslake, baterista do Uriah Heep e da banda de Ozzy Osbourne que está em estado terminal e chegou a ter sua morte divulgada por alguns amigos e companheiros de banda hoje, 25 de janeiro de 2019.
Leia neste link o texto completo de Regis.
Lee Kerslake está morrendo. Triste e dolorida realidade. Seu câncer de próstata deu metástase – está se espalhando para outros órgãos e até para os seus ossos – e também tem psoríase, artrite psoriásica e dois "sopros cardíacos", o que lhe dá alguns meses de vida. Assim dizem os médicos que o atendem. Falido e desenganado pela medicina, ele luta em uma batalha que já está perdida e sabe disso. Vai ser assim até o fim.
Por que escrevo isso? Você não faria essa pergunta se soubesse quem é Lee Kerslake. Para o velho roqueiro que ainda habita o corpo e a alma do tio aqui, ele foi o baterista de uma de minhas bandas mais queridas na adolescência, o subestimadíssimo Uriah Heep, e foi aquele que deu um contorno rítmico mais consistente aos dois primeiros – e antológicos – álbuns da carreira solo de Ozzy Osbourne, Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981). Com Kerslake, aprendi como um baterista pode tocar de maneira pesada e sutil ao mesmo tempo dentro do universo do rock.
Em 1972, eu era apenas um garoto que estava iniciando meu mergulho dentro das águas profundas do rock, mas já conhecia o som do Uriah Heep por conta do irmão mais velho de um amigo da vizinhança, que me mostrava os discos que importados que comprava. Já sacava que a banda soava diferente de tudo o que eu conhecia até então por causa de seus três primeiros álbuns e suas capas maravilhosas: o cadáver envolvido em teias de aranha em …Very ‘Eavy, Very ‘Umble (1970), o tanque de guerra envolto em napalm em Salisbury (1971) e o espelho em Look at Yourself (também de 1971).
Só que tomei um susto quando vi a edição importada do disco de 1972, Demons and Wizards. Logo de cara, pela capa espetacular, que trazia um desenho de um feiticeiro no meio de uma cachoeira, que logo identifiquei o autor, o mesmo que fazia as capas do Yes, o artista gráfico Roger Dean. Um espanto ainda maior veio quando ouvi o disco: tudo soava mais alto, cristalino e pesado. Eu, que já era fascinado pela bateria, fiquei de queixo caído com o que havia feito o novo integrante. Seu nome? Lee Kerslake.
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