Emperor: Alguem gostaria de um álbum black metal feito para satisfazer desejo comercial?

Em entrevista a David Slavković da Ultimate Guitar IHSAHN, o frontman do EMPEROR falou sobre diversos assuntos, entre eles o filme e livro Lords of Chaos e a razão do EMPEROR não gravar um novo álbum desde "Prometheus: The Discipline of Fire & Demise", lançado em 2001.

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Ultimate Guitar: "Algum dia teremos a chance de ouvir algo novo do EMPEROR?"

Ihsahn: "Não, e eu posso explicar a razão também.

Isso é algo que tenho pensado bastante a respeito, não necessariamente porque quero, mas porque basicamente me perguntam isso em todas entrevistas (risos). Francamente, há definitivamente um elogio nisso.

Obviamente, como eu recebo muito essa pergunta, as pessoas esperam um novo disco do EMPEROR, e nisso eu interpreto que as pessoas tiveram uma forte conexão com a música que fizemos no passado. Eles descobriram a música do EMPEROR e isso ressoou com elas, e o elogio é que eles querem mais daquilo, querem ter mais daquela sensação.

Mas no entanto, se fizéssemos outro álbum do EMPEROR, que tipo de álbum do EMPEROR poderia ser feito para satisfazer essa necessidade? E, antes de qualquer coisa, alguém gostaria de um álbum "true black metal" norueguês do EMPEROR que foi feito para satisfazer um desejo comercial? Esse é o primeiro ponto.

E segundo, como poderíamos fazer um disco do EMPEROR assim - onde tentamos copiar algo do material da banda com o qual as pessoas tem essa conexão e tentarmos fazer um caminho falso para criar um produto que satisfaça isso? Ou apenas continuaríamos de onde paramos e faríamos algo baseado em onde estamos hoje musicalmente?

No meu livro, se dependesse de mim, considerando que eu fiz todo o último álbum do EMPEROR sozinho e compus tudo, se dependesse de mim, soaria como meus álbuns solo, só com um logotipo diferente. É assim que eu faço minha música, e para mim pessoalmente, sem desrespeitar Samoth ou Trym, do jeito que eu trabalho agora, seria um comprometimento muito estranho onde eu faço o estilo de música que faço. Baseado apenas nas pessoas envolvidas ali, eu não poderia escolher um saxofonista ou qualquer coisa para o EMPEROR, seria uma coisa totalmente diferente, seria algo muito comprometedor para mim, considerando onde eu estou hoje.

Eu entendo isso. Eu também sou fã de música e sinto-me humilde ao ver as pessoas terem um forte relacionamento com algo do qual eu fiz parte, mas eu não acho... Se fizéssemos um álbum como esse tenho certeza de que poderíamos ganhar muito dinheiro com isso. Faríamos tudo o que fizemos naquela época.

A absolutamente inflexível natureza do EMPEROR talvez seja a razão pela qual ainda podemos viajar pelo mundo e tocar nossas músicas para as pessoas e elas ainda tem essa conexão. Nós nunca comprometemos a música e acho que é nisso que as pessoas confiam.

Não vejo razão para após 30 anos começarmos a comprometer isso. Acho que seria um descrédito a nós mesmos e para todos os fãs dedicados que temos."

Ultimate Guitar: "Você foi uma das pessoas diretamente envolvidas com início da cena black metal. Você assistiu o filme "Lords of Chaos"? O que achou dele?"

Ihsahn: "Não vi (risos). Eu recebo muito essa pergunta. Eu sei que há um livro chamado "Lords of Chaos", mas nunca o li ou vi o filme. Alguem me falou que ele foi lançado."

Ultimate Guitar: "Quando você lembra da cena naqueles tempos, como você a vê após todas essas décadas?"

Ihsahn: "Eu acho que é muito interessante no sentido de que tem sido interessante assistir um subgênero meio que ganhar vida como uma coisa underground que se tornou, de forma improvável, deum jeito bem underground, mas ainda meio que um fenômeno global.

Tem sido muito interessante ver como absolutamente risível e ridículo a música se tornou na época e como é elogiada como super importante.

Eu acho muito engraçado comparar algumas das principais resenhas da mídia metal do primeiro álbum do EMPEROR ('In The Nightside Eclipse', de 1994') e depois de 15-20 anos se passarem, de repente você vê o primeiro álbum do EMPEROR ao lado do primeiro álbum do BLACK SABBATH.

Isso oferece uma, como posso dizer, perspectiva pragmática sobre o reconhecimento, e isso realmente me ensinou que você nunca pode estar em sincronia com seu público.

O único tipo de regra que eu tenho que seguir é me manter o tempo inteiro apaixonado e empolgado com o trabalho que faço, criando música o tempo todo, porque se não estou empolgado em criar não posso esperar que as pessoas fiquem empolgadas em ouvir.

Essa é a única regra que eu sigo. Todo o resto, toda vez que estou fazendo uma gravação eu não tenho a menor idéia e não me importo com o que vão achar, eu apenas tento ser muito genuíno no que faço e quando é lançado, é lançado. Felizmente até agora tive a oportunidade... as pessoas, de alguma forma, se conectaram com o que eu faço, o que me permite dedicar mais tempo nisso e gravar de novo (risos)."

Ultimate Guitar: "Você disse que não assistiu ao filme. Há alguma razão pela qual você se recusou a ver ou você simplesmente não se importa?"

Ihsahn: "Eu obviamente não me importo. Sim, eu fiz parte do início com meu envolvimento com o EMPEROR, e eu conhecia as pessoas, mas eu tinha 16-17 anos, e o quão interessado você estaria em ver um filme sobre quando você tinha 16 anos?

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E eu nem estava tão envolvido. Eu nunca fui muito envolvido na cena. Era sempre o Samoth (guitarrista do EMPEROR) que tinha os contatos com todo mundo. Eu estava apenas andando junto e criando música.

Eu ainda tenho alguns bons amigos daquela época mas eu nunca me preocupei muito com a cena. Eu acho que eu simplesmente estava muito focado na minha música para me importar, e isso não é para menosprezar ou nada do tipo, é simplesmente a forma com a qual eu trabalho e o jeito que minha mente trabalha. A mente coletiva dessas coisas... para mim, o black metal sempre esteve muito longe de ser algo coletivo. Sempre foi algo bastante individual."

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