Zândhio Huku: entrevista com o vocalista e criador do Arandu Arakuaa
Por Guilherme Henrique Moro
Postado em 27 de setembro de 2020
Arandu Arakuaa é uma banda brasiliense mundialmente conhecida por inserir elementos da música indígena e folclórica brasileira no Heavy Metal, resultando em uma sonoridade única.
Zândhio Huku, é vocalista, guitarrista e fundador da banda.
Ele falou das origens da banda, planos futuros e das principais influências musicais.
A banda Arandu Arakuaa é uma banda que mistura Heavy Metal com elementos da música indígena. Como surgiu a ideia de misturar a sonoridade desses dois mundos tão distintos, levando em consideração que a cultura indígena sempre esteve presente na sua vida?
Zândhio Huku: Foi uma necessidade de expressar artisticamente abordando temas acerca do universo indígena. Tendo em vista que a música é um tipo de arte muito acessível, nada mais justo que usá-lo pra dá visibilidade às culturas e lutas dos povos indígenas. A parte musical com todas essas misturas é apenas resultado da nossa formação em quanto músicos.
O grupo utilza de um som extremamente original que muitas vezes foge do tradicional Heavy Metal. Mesmo com um público fiel e já com um espaço relevante no cenário, a banda sofre resistência de alguns admiradores do Heavy metal?
Zândhio Huku: Pelo que tenho notado a resistência está mais ligada à falta de informação e pré-conceito em relação aos povos indígenas. O contrário acontece por parte do nosso público que tem afinidade com as culturas indígenas e regionais, mas têm resistência com o Heavy Metal. Rompida essa barreira da desinformação e do pré-conceito, a pessoa apenas vai ouvir a música e se identificar ou não com ela.
Você tem uma guitarra gêmea idealizada por você mesmo, onde o braço superior é uma viola caipira. Como surgiu essa ideia de criar um instrumento versátil como esse?
Zândhio Huku: Eu toco os instrumentos adicionais nas gravações, aí como tinham muitas partes de viola imaginei que no palco seria complicado alternar entre a guitarra e viola em milésimos de segundos. Daí veio a ideia da guitarra viola.
As letras da banda são todas cantadas em linguagens indígenas. Quais são os nomes dos idiomas utilizados? Fale um pouco sobre as particularidades de cada um deles.
Zândhio Huku: As músicas são cantadas em idiomas indígenas (Tupi, Xerente e Xavante), temos também uma música em Português. O Tupi é um idioma do tronco linguístico Tupi-Guarani, portando totalmente diferente do Xerente e Xavante que são idiomas do tronco linguístico Macro-jê
Fale um pouco sobre suas principais influências musicais e como elas agregam na sonoridade eclética da Arandu.
Zândhio Huku: Cresci ouvindo música indígena e regional do Norte e Nordeste. Na adolescência passei a ter contato com outros gêneros musicais como o Rock/Metal, MPB, Música Clássica, Jazz... Na verdade ia ouvindo o máximo de música que podia. Sempre amei música desde criança, se tem música tocando ela toma todo o espaço. Não ouço música para distrair ou passar o tempo, ouço prestando atenção a cada detalhe e também me emocionando. Eu diria que a música pra mim é algo espiritual. Depois que passei a ter acesso à internet procuro sempre ouvir coisas novas, em especial música étnica de diferentes lugares do mundo. Imagino que tudo isso vai mantendo meu interesse e criatividade enquanto músico e compositor, também a banda já contou com algumas diferentes formações sempre com ótimos músicos e cada um deles traz sua própria identidade. Claro no momento que vou compor não tomo o trabalho de outros artistas como referência, até porque componho desde a infância quando nem era músico ainda. Digamos que já desenvolvi minha própria Fale um pouco sobre as particularidades de cada um deles.
Zândhio Huku: As músicas são cantadas em idiomas indígenas (Tupi, Xerente e Xavante), temos também uma música em Português. O Tupi é um idioma do tronco linguístico Tupi-Guarani, portando totalmente diferente do Xerente e Xavante que são idiomas do tronco linguístico Macro-jê.
Ainda nesse ano, a banda lançou um single intitulado de "Kaburéûasu". Qual a sonoridade buscada nesse recente trabalho?
Zândhio Huku: Eu diria que essa música em específico é bem a cara da banda, tem todos os elementos lá. A novidade é mais na abordagem musical focando mais nas melodias e ritmos de música indígena e regional, e em harmonias mais sofisticadas. Naturalmente estamos mais maduros musicalmente. Tem também o fato da nossa baixista Andressa Barbosa está dividindo os vocais comigo. Sua voz tem um grande alcance e um timbre muito bonito. Antes da Kaburéûasu lançamos a música Waptokwa Zawré, e agora em 14/07 lançamos outra música. Vamos seguir lançando uma música inédita a cada dois meses até o fim do ano.
Além de cantor e compositor, você é educador e leciona história. Considerando a importância da cultura indígena na história do Brasil, como você a insere, juntamente com a música, de maneira didática à seus alunos?
Zândhio Huku: Lecionei História no passado, atualmente estou atuando como pedagogo nas séries iniciais do ensino fundamental. O compromisso com os povos originários que sempre fez parte da minha vida diária, na minha atuação na educação não é diferente. Sempre que surge uma brecha no currículo para trabalhar com algo relacionados aos povos originários tento me empenhar ao máximo para que meus alunos possam ter acesso a essas informações.
A banda tem três álbuns lançados: "Kó Ybe Oré", "Wdê Nnãkrda" e "Mrã Waze" respectivamente. Como você avalia a evolução musical da banda nesses três álbuns?
Zândhio Huku: Acho que foi o caminho de evolução naturalmente que acontece com toda banda que se propõe a ir aprimorando seu trabalho. Cada gravação acaba sendo um registro honesto de como a banda estava soando naquele momento. Particularmente estou muito orgulho e feliz com nossa obra, não mudaria nada. Na verdade estamos sempre focados no que virá a seguir.
Para encerrar, gostaria que você falasse dos planos futuros da banda.
Zândhio Huku: O plano é seguir lançando novas músicas até o final do ano e divulgando o máximo possível. E claro assim que for possível voltar a fazer shows. linguagem enquanto compositor.
Para encerrar, gostaria que você falasse dos planos futuros da banda.
Zândhio Huku: O plano é seguir lançando novas músicas até o final do ano e divulgando o máximo possível. E claro assim que for possível voltar a fazer shows.
FONTE: Blog Música Boa
https://www.blogmusicaboa.com.br/post/entrevista-com-z%C3%A2ndhio-huku-vocalista-e-guitarrista-da-arandu-arakuaa
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