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Accept: ex-vocalista David Reece em exclusiva para o Brasil

Por Mário Pescada
Postado em 12 de novembro de 2020

O site 80 Minutos, através do seu colaborador Diogo Franco, bateu um papo com o ex-vocalista do ACCEPT, David Reece.

Reece teve uma curta passagem pela banda, participando apenas do disco "Eat The Heat" (1989), substituindo o carismático Udo Dirkschneider que foi seguir carreira com o U.D.O. Além do ACCEPT, Reece tem passagem por várias outras bandas, como BANGALOIRE CHOIR, SIRCLE OF SILENCE, BONFIRE, GYPSY ROSE, MALICE, entre (muitas) outras.

No bate-papo, direto da Itália, ele conta como começou no meio artístico, sua passagem por algumas dessas bandas, sua amizade de anos com o substituto Udo, lista seus ídolos do meio musical e fala do seu mais recente trabalho, "Cacophony Of Souls" (2020), lançado em março desse ano.

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Confira abaixo a entrevista comandada por Diogo Franco (DF) com David Reece (DR).

DF: Olá David, seja bem-vindo! Como foi seu começo na música?

DR: Olá e saudações da Itália e obrigado pela oportunidade de compartilhar minhas histórias com você. Suponho que comecei a me interessar por música country quando era jovem. Minha avó tocava música country famosa no toca-discos o dia todo e eu adorava cantar junto com ela. Minha primeira apresentação aconteceu quando eu estava na 5ª série no coral, onde meu professor de música disse: "hey, você tem uma bela voz, vamos trabalhar nisso".

DF: Você cantou no SACRED CHILD. Como você pintou o convite para se juntar ao ACCEPT?

DR: Sim, na verdade SACRED CHILD era um grupo em Los Angeles com o qual eu tinha feito demos, mas nada realmente aconteceu com eles, então eu saí. Depois de entrar no ACCEPT, eles usaram essas demos e lançaram um álbum que eu desconhecia até algum tempo depois. Tive a oportunidade de fazer um teste com o ACCEPT através de uma amiga minha chamada Lucy Forbes em L.A. Eu tinha feito algumas demos com Mitch Perry (nota: guitarrista com passagem por inúmeros grupos de hard/heavy) e deixei uma fita cassete na casa dela e ela conhecia Dieter Dierks (nota: produtor musical alemão que trabalhou com ACCEPT, SCORPIONS, DOKKEN e outros). Ele parou na casa dela perguntando se ela conhecia um cantor e ela lhe entregou a fita cassete e eu realmente tinha deixado L.A. E me mudei para o Colorado e uma noite Wolf Hoffman ligou do nada e me pediu para voar para a Alemanha para um teste.

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DF: Os fãs do ACCEPT ficaram muito surpresos com o som de "Eat The Heat" (1989). Como foi definida a direção desse álbum?

DR: Bem, na época a gravadora estava pressionando a banda para abrir uma base maior de fãs nos EUA e disse que eles precisavam comercializar mais para tornar a banda ainda maior.

DF: Acho que esse álbum é um dos melhores. Até que ponto você acha que a mudança no som influenciou sua saída e o hiato que a banda experimentou logo em seguida? Você se arrepende de ter feito o "Eat The Heat" (1989)?

DR: Obrigado, só posso falar por mim mesmo, que não estaria aqui se não tivesse tido a oportunidade, porque ela abriu muitas portas para mim no meio musical. Não me arrependo de maneira alguma.

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DF: Na sua opinião, existe algum preconceito dos headbangers contra mudanças na sonoridade de bandas do gênero, ou o álbum ficou realmente aquém do esperado?

DR: É claro que sempre acreditei que Udo é a voz do ACCEPT, e sim, os fãs antigos sentem o mesmo. Eu também acredito que poderíamos ter feito um álbum mais pesado, com melhor produção, embora se você ouvir digamos, "Metal Heart" (1985), a banda estava lentamente se inclinando em uma direção mais comercial. Mas é claro que ficou aquém na opinião dos fãs de metal. Eu aceito, embora, na minha opinião, eu esteja muito orgulhoso disso.

DF: Apenas 3 anos depois, o BANGALORE CHOIR estreou com o maravilhoso "On Target" (1992). Como foi a recepção na época e por que o BANGALORE CHOIR demorou tanto para lançar outro álbum?

DR: "On Target" (1992) é um disco fabuloso e, como tantos outros grandes álbuns daquela época, o grunge se tornou o novo som, então começou a vender muito bem, mas rapidamente meio que foi esquecido. Quanto ao BANGALORE CHOIR lançar o álbum muito tempo depois, eu sempre quis continuar, mas foi difícil reunir todos pois, depois do fim, muitos músicos simplesmente não quiseram continuar. Tive a sorte de começar a trabalhar com Andy Susemihl para colocá-lo de volta no lugar.

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DF: O SIRCLE OF SILENCE teve uma pegada Hard Rock diferente do BANGALOIRE CHOIR, com um clima mais denso e pesado. Como foi gravar com aquela formação (Jay Schellen, Chris Colovas e Larry Farkas)?

DR: SIRCLE OF SILENCE foi minha tentativa de permanecer relevante após o BANGALORE CHOIR. Todos nós sabíamos que, se quiséssemos sobreviver, precisávamos voltar ao básico, com produções menos polidas. Eu conheci Jimbo Barton enquanto ele remixava algumas faixas do BANGALORE CHOIR, e ele obviamente é ótimo, então ele foi minha escolha óbvia para produzir SIRCLE OF SILENCE. Fizemos o primeiro álbum em quatro dias e o mixamos em cerca de sete dias de modo bastante orgânico.

DF: Por que o SIRCLE OF SILENCE não seguiu em frente?

DR: Às vezes que suponho que fiz tudo. É interessante que agora muitas pessoas falam o quanto realmente amam esses álbuns, especialmente o primeiro e eu recentemente o reeditei através da Roxxrecords.

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Confira o restante dessa entrevista acessando o site do 80 Minutos.

Para saber mais novidades de Reece, acompanhe seu site oficial.

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Sobre Mário Pescada

Mineiro, leitor compulsivo, ouvinte de todas as vertentes do rock - do blues ao grindcore. Valoriza mais a honestidade e entrega em cima do palco do que a técnica. Guarda os flyers dos shows que vai como se fossem relíquias.
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