Motörhead: Mikkey Dee tinha "brigas honrosas" com Lemmy; Phil Campbell era na dele
Por Igor Miranda
Postado em 25 de fevereiro de 2021
O baterista Mikkey Dee e o guitarrista Phil Campbell ficaram por décadas ao lado do vocalista e baixista Lemmy Kilmister no Motörhead. Dee entrou para a banda em 1992, enquanto Campbell se juntou à formação em 1984 - o grupo chegou ao fim em 2015, com a morte de seu frontman.
Uma relação tão duradoura era, obviamente, marcada por alguns desentendimentos. Em entrevista ao podcast Drum for the Song, com transcrição via Ultimate Guitar, Mikkey Dee se recordou de como o Motörhead funcionava internamente, incluindo as tretas entre Lemmy e seus colegas.
O assunto foi abordado após uma simples pergunta: o que Mikkey Dee mais sente falta no Motörhead? A resposta, inicialmente, foi: "A camaradagem. O fato de que éramos melhores amigos. Como falei no funeral de Lemmy, ele foi meu irmão, pai, avô, irmã mais nova, colega de banda... ele era tudo. Isso também vale para Phil, que é tudo isso para mim também".
Por ter uma forte camaradagem entre os músicos do Motörhead, as diferenças de personalidade entre os três eram sobrepostas pela boa relação que tinham. "Éramos muito diferentes e isso era o que fazia funcionar. É como uma relação qualquer. Eu acrescentava algo a esses dois caras, Phil acrescentava algo a nós dois, Lemmy acrescentava algo a mim e a Phil. Nunca nos surpreendíamos, um sempre sabia como o outro era", disse o baterista.
Dee deixou claro que rolaram "muitas brigas, muitas discussões", mas sem perder o respeito. "Eram brigas honrosas, sempre", disse, destacando ainda que ele próprio era o protagonista de algumas brigas com Lemmy, enquanto Phil Campbell costumava ficar "na dele".
"Phil não gosta de discutir. Agora ele comanda a própria carreira, os projetos dele, mas antes ele tinha problema para discutir com Lemmy. Ele preferia recuar. Porém, eu sempre achei importante deixar clara a sua opinião porque não era do jeito do Lemmy, era do nosso jeito, e era isso que deixava tudo ótimo. Sei que Lemmy, no fundo, queria que fôssemos assim, que tivéssemos envolvimento", afirmou.
Apesar das discordâncias, o clima entre os músicos era ótimo, de acordo com Mikkey Dee - não à toa, a formação final da banda durou por tanto tempo. "Contanto que todos trabalhassem olhando para frente, todos concordariam com tudo. Trabalhamos duro da mesma forma e nos divertimos muito, além de termos compartilhado os mesmos dias ruins. É o que sinto falta: dessa família. Perdi essa família quando Lemmy morreu. Phil ainda está aqui, mas não tocamos juntos e não nos vemos tanto", comentou.
O baterista ainda apontou que o sentimento de "família" existente no Motörhead não é o mesmo no Scorpions. "Se eu fosse tocar com os Rolling Stones, Aerosmith, Guns N' Roses, Metallica, qualquer banda enorme, nunca será a mesma coisa do Motörhead. Éramos únicos e sinto falta disso. Tenho uma família agora com o Scorpions e estou muito feliz com ela, mas não é a mesma coisa, é apenas diferente. Porém, também há ótimos lados com o Scorpions. Adoro tocar com eles, mas é diferente. É como ter outra família, leva anos para acostumar", explicou.
Por fim, Mikkey deixou claro que quer fazer algo com Phil Campbell para honrar o Motörhead. "Sei que faremos algo juntos, Phil e eu, pelo Motörhead. Faremos algumas coisas de tributo. Queria compor mais um disco com Phil, no estilo do Motörhead, mas não como Motörhead. Compúnhamos bem juntos, seria divertido. Eu o chamei há alguns anos para fazer isso, era muito cedo, mas eu sentia falta demais. Talvez no futuro podemos fazer algo juntos", concluiu.
A entrevista pode ser conferida na íntegra, em inglês e sem legendas, no player de vídeo a seguir.
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