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Dorsal Atlântica: Pandemia, um dos melhores e mais politizados discos da banda

Por Mário Pescada
Postado em 27 de maio de 2021

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

"Em Brazilândia, a sociedade é dividida entre 3 etnias: os equinos que governam, o povo canino e os símios militares. Um jumento é eleito como Primeiro Ministro através de um golpe dado com o judiciário e os generais gorilas. O novo governo infecta a população com o vírus da burrice, a pandemia da ignorância. Seus fanáticos seguidores empilham livros em fogueiras, clamam que a terra é plana e lotam os templos porque creem que o Deus Sumé as salvará do vírus, enquanto esses mesmos fanáticos destroem terreiros de Candomblé e incendeiam laboratórios, faculdades e livrarias".

O trecho acima é o enredo de "Pandemia" (2021), disco mais recente da DORSAL ATLÂNTICA. Caso o leitor/a por algum motivo tenha se sentido incomodado com ele, ignore o disco e interrompa a leitura da resenha. Mas, se por qualquer motivo essa descrição te tocou, sugiro que prossiga.

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"Pandemia" (2021) é protesto, rebeldia, contestação, esperança, anti-mediocridade, luta, deboche, denúncia, resistência. Um mix musicado de sentimentos que devia estar entalado na garganta de Carlos Lopes (e de muitos outros). Um disco forte, provocador.

Goste-se ou não do posicionamento da banda, essa tem sido a postura da DORSAL ATLÂNTICA por quase 40 anos. Mesmo nunca tendo escondido suas preferências políticas, surpreendeu a quantidade de gente que condenou a banda por isso, chamando-a de "esquerda", "lulista", "mortadela" e afins. Bastava ter feito uma rápida pesquisa na sua história.

Para não adentrar mais no aspecto político-social do disco, é óbvio (ululante, diria o saudoso Nelson) do que e de quem se trata o disco. Concorde ou não com a obra, o que temos passado desde 2017 é no mínimo preocupante: um país resumido entre "direita x esquerda", "nós x eles", "liberais x comunistas", "coxinha x mortadela" e daí para baixo. Só lembrando que as eleições de 2022 se aproximam aos poucos e o cenário não aparenta ser dos melhores, pelo contrário...

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O disco é pesado, não só liricamente falando. É metal com riffs afiados, solos e metrancas que se fundem com trechos do repente nordestino, do candomblé e da capoeira.

Segundo Carlos Lopes, que tocou a produção do disco quase sozinho, não houve ensaios: as composições e demos foram enviadas para os parceiros Cláudio Lopes e Braulio Drumond e, ali no estúdio mesmo, os arranjos foram feitos e tudo gravado de primeira. A produção, em diferentes estúdios, ficou muito boa e é preciso citar também o belo trabalho que o batera Braulio Drumond fez: passou pelo metal, hardcore, punk, ritmos regionais e metrancas, às vezes tudo em uma música só, de forma precisa.

Quando recebi o pacote pelos Correios, imaginei que o CD estivesse entre duas chapas de papelão. Ao abrir, uma surpresa de encher os olhos: o formato é do tipo álbum, com tamanho similar ao de um EP (20 x 20 cm). A capa, uma das minhas favoritas da banda desde já ao lado da genial "Alea Jacta Est" (1994), é obra de Cristiano Suarez (criador do pôster do que seria a turnê do DEAD KENNEDYS por aqui em 2019, antes do que restou da icônica banda arregar). Por dentro, mais desenhos dos personagens-chave do disco em cada parte interna. Cores fortes, analogias mais ainda. O CD fica protegido em uma placa de papelão que contém todas as letras. Um mini pôster traz ainda os nomes dos apoiadores do financiamento coletivo, a ficha técnica, várias fotos das gravações e dedicatórias a vereadora Marielle Franco, cujo assassinato permanece desde 2018 sem solução (ou seria divulgação?) e aos falecidos ex-bateristas Américo Mortágua e Roberto Tatá. Um trabalho gráfico impecável.

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Gostei muito do disco como um todo, seus quase intensos 60 minutos passam rápido. Meus destaque vão para: "Pandemia", que resume o disco; "Pobre de Direita", com seu arrepiante timbre de guitarra guiado por uma intensa bateria a la "Overkill" no início; "Combaterei", que termina com trecho em voz e violão de "A Internacional"; "Infectados (Teocracia e Narco-Estado)", relato da explosiva mistura de fanatismo religioso com crime organizado (algo aparentemente surreal, mas aqui é Brasil, lembra?); "Povo (Inocente ou Culpado?)" e "Terra Arrasada (Treva Que Nunca Acaba)", com seu ritmo eletrizante.

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Quem ficou de fora desse projeto vale a pena fazer buscas pelas lojas ou tentar através do e-mail [email protected] adquirir uma cópia. Um dos melhores discos da DORSAL ATLÂNTICA - concorde ou não com seu ponto de vista.

Formação:

Carlos Lopes: vocais, violões e guitarras
Cláudio Lopes: baixo
Braulio Drumond: bateria

Faixas:

01 Pandemia solo do começo
02 Burro (É Só Cair de Quatro Prá fazer Him-Hom)
03 Cães
04 Pobre de Direita
05 Combaterei
06 Gorilas (Nó Passarán)
07 Infectados (Teocracia e Narco-Estado)
08 Povo (Inocente ou Culpado?)
09 Resistência (Não Resiste)
10 Terra Arrasada (Treva Que Nunca Acaba)
11 Número 28

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Sobre Mário Pescada

Mineiro, leitor compulsivo, ouvinte de todas as vertentes do rock - do blues ao grindcore. Valoriza mais a honestidade e entrega em cima do palco do que a técnica. Guarda os flyers dos shows que vai como se fossem relíquias.
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