Kiara Rocks: eles pagaram para tocar no Rock in Rio em 2013? Kadu Pelegrini responde
Por Igor Miranda
Postado em 17 de maio de 2021
O Kiara Rocks surpreendeu parte do público quando, em 2013, foi escalado para tocar no palco principal, chamado Palco Mundo, do Rock in Rio. A banda, formada em 2007 pelo vocalista Kadu Pelegrini, abriu para Iron Maiden, Avenged Sevenfold e Slayer naquela ocasião.
Como uma banda relativamente jovem, que ainda estava lançando seu segundo álbum e não havia chegado a estourar nacionalmente, conseguiu uma oportunidade no Rock in Rio? Será que eles pagaram para tocar no festival?
Em entrevista ao podcast Falacadabra, com transcrição do Whiplash.Net, Kadu Pelegrini negou que tenha feito qualquer investimento financeiro em busca de uma vaga no Rock in Rio. O vocalista afirmou, ainda, que é "impossível comprar vaga" no festival, exaltando o caráter de seu organizador, Roberto Medina.
"Não existe pagar para tocar no Rock in Rio. É algo que preciso deixar bem claro. Para diminuir seu trabalho, muita gente fala. A maioria é de outros músicos que querem achar uma desculpa para você estar no Rock in Rio e nunca ser por seu talento. Nunca é pelo que você batalhou, mas porque você deu um jeito", disse.
Kadu destacou que mesmo se fosse possível pagar para tocar no Rock in Rio, o Kiara Rocks não teria dinheiro para isso. "Primeiro, que a gente nunca teria nem perto de um dinheiro assim. Segundo, o Medina tem um caráter íntegro e nunca venderia um espaço no Rock in Rio", declarou.
De acordo com o vocalista, o festival é notório por abrir espaço para bandas menos conhecidas. "Os Paralamas do Sucesso não eram muita coisa quando tocaram em 1985, mas ele deu a chance. Ele tem essa de ajudar bandas novas. Em 2011, foi o Gloria", comentou.
Processo de seleção
Ainda durante a entrevista, Kadu Pelegrini contou um pouco sobre o processo de seleção de bandas para tocar no Rock in Rio. O cantor disse que o próprio Roberto Medina é quem seleciona as atrações, após ouvir diversos materiais enviados para sua produção.
"O Medina ouve todos os álbuns, tudo que é coisa nova, e o nosso CD chegou lá, junto de uma c***lhada de discos. Havia dois gerentes de palco: um do Palco Sunset e outro do Palco Mundo específico para bandas nacionais. O material passa por eles também. O Medina destacou essa banda (Kiara Rocks), colocou no telão, começou a assistir os clipes e decidiu colocar no festival", revelou.
De acordo com Kadu, o Kiara Rocks iria se apresentar, inicialmente, no Palco Sunset, com shows no período da tarde, antes dos principais. "O show seria no Palco Sunset, que havia se interessado, e já iríamos chamar o Paul Di'Anno, por ser no dia do Iron Maiden. Geralmente, era uma banda nacional com um convidado internacional. Eu tinha uma amizade com o Paul Di'Anno e por ele já estar no Brasil e nossa empresária da época ter contato com ele, decidimos chamá-lo", afirmou.
Porém, segundo ele, a gerente do Palco Mundo quis saber um pouco mais do Kiara Rocks e acabou se interessando em trazê-los para o espaço principal do evento. "Ela quis ouvir, falou com o Medina, depois ligou para a empresária e disse para colocar a gente para tocar no Mundo. Perguntou se aceitamos, porque fiquei sabendo que tem bandas que, a depender dos artistas que vão tocar depois, não aceitam, preferem um palco menor porque acham que vão jogar coisas neles", disse.
O que despertou a atenção de Roberto Medina com relação ao Kiara Rocks foi, de acordo com Kadu, o som e a atitude da banda, que remetiam ao Guns N' Roses, um dos grupos prediletos do empresário. "Avisamos que não era uma banda de metal, mas ele curtiu a atitude. Ele até falou em uma entrevista que era parecido com o Guns N' Roses. Então, apareceu na internet: 'Medina compara Kadu a Axl Rose'. Só que eu não falei nada, ele é que lembrou, porque ele ama Guns N' Roses", destacou.
Por fim, o frontman apontou que recebeu muitos comentários negativos nas redes sociais ainda antes do show, por conta da comparação feita com o Guns N' Roses. Na época, ele respondia às ofensas, o que hoje classifica como um erro.
"Na época, eu era um baita de um idiota, porque eu sempre respondia às ofensas, sempre queria discutir, tudo virava um fórum. Em vez de valorizar quem elogiava, eu chegava xingando. Virava uma bola de neve e eu nunca ganhei nada com isso. Quando parei com isso, minha vida ficou melhor. Mas essa fase foi f*da, muita coisa acontecendo", concluiu.
Assista à entrevista completa no player de vídeo a seguir (as declarações transcritas têm início a partir de 52min).
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