Marcello Pompeu: ele conta por que não se posiciona politicamente, apesar de cobranças
Por Igor Miranda
Fonte: Colisão Podcast
Postado em 23 de junho de 2021
Marcello Pompeu, vocalista do Korzus e produtor musical, compartilhou suas reflexões sobre política em entrevista ao Colisão Podcast. O músico deixou claro que não se posiciona nesse sentido, embora seja cobrado por outras pessoas para manifestar sua opinião a respeito do tema.
Conforme transcrito pelo Whiplash.Net, Pompeu declarou, inicialmente, que não se posiciona em termos políticos porque não concorda com nada do que vem acontecendo. "Em vez de eu ficar pregando a favor de um lado A ou B político [...], em vez de tomar partido, mostrar sua posição... a gente não concorda com nada disso. Se a gente tem que fazer algo, é alertar tanto quem é do lado Y quanto do lado X sobre essas coisas que estão acontecendo", afirmou.
O cantor revelou que já faz algum tempo que não vota em nenhum político. "Não saio de casa. Vou e pago a multa, que é R$ 3,50. Tenho um posicionamento há muito mais tempo do que qualquer um que me criticam, pois só saio para votar se alguém me representar", disse.
Em seguida, o artista destacou que não costuma encerrar amizades com apoiadores de dois dos principais políticos brasileiros na atualidade: o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. "Não me importo se você é Lula, pois, se tenho amizade com você, isso não vai modificar. Se você é Bolsonaro, não é esse fato que vai apagar o histórico que você tem comigo. Estamos vendo política que nem futebol. Posso não ter votado na Dilma, mas torci para ela fazer um grande governo e tirar o país da m***a", declarou.
Decepção após ter apoiado Lula
Ainda durante o bate-papo, Marcello Pompeu declarou que o último político que chegou a apoiar, inclusive fazendo campanha, foi Lula. "Eu tinha uma visão que uma pessoa que foi um torneiro mecânico, que morou em lugares difíceis, poderia entender a situação do pobre. Achava que ficaria para a história. [...] Sou altamente decepcionado com tudo o que aconteceu nas administrações do PT", disse.
Na visão de Pompeu, o PT, partido de Lula, "pegou o país bonitinho da mão do Fernando Henrique Cardoso", mas não conseguiu realizar um governo de mesmo patamar. "Vivi a época de uma inflação muito maior e problemas muito maiores do que hoje. Hoje, é fichinha, porque não tínhamos nem tecnologia", afirmou.
O músico recordou do período de implementação do Plano Real, desenvolvido por Fernando Henrique Cardoso ainda em sua gestão como ministro da Fazenda, antes de ser eleito presidente. De acordo com ele, o projeto "dolarizou o país, congelou os preços e deu um poder aquisitivo para quem não tinha grana".
"Consegui montar um estúdio assim. Sou um cara pobre, vim da periferia, sou de família pobre, estudei com bolsa de estudos nos colégios. Sei que pegaram um país certinho, agora o brasileiro veria um presidente povão... até durante o primeiro mandato, não tinha muita noção, mas quando começou aquele mundaréu de escândalos que não acabava mais. Saiu ele, entrou Dilma e cada vez era mais um rolo. Era um absurdo de coisas que se gastava dinheiro. Dava dinheiro para outro país. Falei: 'mano, que isso?'", desabafou.
"Não farei música para xingar Bolsonaro ou Lula"
Por ter se decepcionado com o PT, Marcello Pompeu decidiu que não votaria mais se ninguém o representasse. "Esse é meu posicionamento. Se não me representa, não escolho. Se não me representa, qual a diferença de você ou ele escolher? [...] Mas eu vou torcer para que a pessoa escolhida resolva, para eu voltar a ter fé nisso", declarou.
Por fim, o músico concluiu: "Vejo amigos meus dizendo que artistas precisam se posicionar, mas não vou fazer música para xingar Bolsonaro ou Lula. Farei música para colocar o que vejo e acredito que possa mudar o coração das pessoas. Acho que o que falta no mundo é amor e respeito. Se tivesse amor e respeito, até essa diferença política seria levada de uma forma diferente. [...] Posso estar errado, não sou dono da verdade, não sou Jesus Cristo ou Buda".
O trecho da entrevista em que Marcello Pompeu fala sobre o assunto pode ser assistido no player a seguir.
A entrevista completa está disponível abaixo.
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