Bruce Dickinson: relembrando "Scream For Me Brazil" e como ele quase não aconteceu
Por Mário Pescada
Postado em 04 de fevereiro de 2022
Durante a tour do disco "Chemical Wedding" (1998), Bruce Dickinson não só presenteou os fãs brasileiros fazendo shows pelo país como também aproveitou sua passagem para lançar seu segundo disco ao vivo, "Scream For Me Brazil" (1999).
Os trechos a seguir estão no livro "Holy Smoke: IRON MAIDEN nos anos 90" (2021), segundo livro da trilogia sobre a história da banda escrito por Martin Popoff, que também cobre em detalhes sua carreira solo. Lançado no Brasil pela Editora Denfire (o primeiro foi "Where Eagles Dare - IRON MAIDEN nos Anos 80"), Popoff recupera entrevistas em que Bruce relembra todos os detalhes do disco "Scream For Me Brazil" (1999) e como que ele quase não aconteceu, confira:
"Esse álbum quase não aconteceu, explica Bruce. Quando chegamos ao primeiro show em São Paulo, tínhamos tudo montado para a gravação, e saímos para a primeira música, e Stan, nosso engenheiro, estava no caminhão e não saía nada dos alto-falantes. Ele disse: ‘O que aconteceu?!’ O engenheiro brasileiro olhou para ele e disse: ‘Hmm, não sei; estava tudo funcionando antes’, e Stan disse: ‘Não estamos gravando nada!
Por volta da quarta música, começaram a registrar algo e começamos a soar como uma banda. E até hoje não sabemos o que aconteceu. Era uma mesa digital, mas basicamente toda a mesa se reiniciou completamente e apagou toda a sua memória, o que significava que havíamos perdido as primeiras três ou quatro músicas do repertório. Ele me contou isso no final, e foi um show tão brilhante, porque foi o primeiro em São Paulo. Minha reação foi tipo, ‘Ah, que merda!
Felizmente, pudemos gravar um dos outros shows para preencher algumas das lacunas que tínhamos. E também adicionamos um show extra; foi um show de matinê que tinha cerca de dois terços dos ingressos vendidos em um domingo e estávamos indo embora naquela noite. E isso foi em São Paulo também. Tocamos duas noites em São Paulo, uma esgotada, outra com cerca de dois terços cheia. Então eu disse, ‘Olha, já que vamos fazer esse show extra, e o estúdio móvel está em São Paulo, vamos gravar esse também, só para nos garantirmos. Porque eu estava muito desconfiado de tudo àquela altura (risos). Acabou ficando ótimo, mas tivemos que mexer nas fitas. Acho que um dos melhores sons das faixas que foram restauradas a partir de cópias de segurança foi "Book Of Thel."
Bruce contou a Adrian Bromley (nota: jornalista canadense da cena metal morto em 2008): "Gravar no Brasil pareceu a melhor coisa a fazer com esse álbum. Até o DEEP PURPLE tinha um disco ao vivo chamado "Made In Japan". Todas as bandas que iam fazer um disco ao vivo queriam ir até lá e gravar algo que se chamasse "Made In Japan" ou algo assim. Estou me incluindo nisso. A) Ninguém jamais gravou um disco ao vivo de qualquer lugar na América do Sul digno de nota, e B) O público de lá é ótimo. O principal motivo de você fazer um disco ao vivo é poder criar a melhor experiência ao vivo possível. O Brasil tem um dos melhores públicos ao vivo que conheci em minha carreira. Fizemos essa gravação ao longo de cinco apresentações, cerca de cinco mil fãs por noite, e no total acabamos tocando diante de vinte mil pessoas.
Bruce continua: "Com aquele show extra na matinê, pudemos gravar as três primeiras músicas adequadamente e adicioná-las à gravação que fizemos na noite anterior. Isso praticamente ajudou a solidificar nosso repertório, embora eu ache que a música ‘The Tower’ seja de um show no Rio de Janeiro e ‘Chemical Wedding’ de uma cidadezinha, Vinhedo, a algumas horas de São Paulo. Não mudamos muito dentro do repertório que havíamos aprimorado após todos esses meses tocando. Por que mudar as músicas que nos tornamos tão bons em tocar? Um disco com o melhor que você tem? Tocamos algumas músicas extras no final de cada show, mas curiosamente as músicas não foram incluídas no disco. As faixas extras eram ‘Jerusalem’ e ‘Taking the Queen’.
Também excluímos qualquer coisa do IRON MAIDEN que tínhamos gravado (nota: foram três sons da Donzela de Ferro excluídos: "Powerslave", "2 Minutes To Midnight" e "Flight Of Icarus", além de mais três sons da carreira solo). Essa decisão foi minha. Eu queria manter as duas coisas separadas porque vou continuar fazendo discos solo e acho importante manter uma linha muito definida entre as duas coisas. Acho que é justo para todos, tanto o Maiden quanto meus próprios fãs. Acho que compartilho uma base de fãs com ambos, então foi uma decisão importante".
"Holy Smoke: IRON MAIDEN nos anos 90" (2021) tem o tradicional relato jornalístico de Popoff com juntada de entrevistas, bastidores, testemunhos de membros da banda, além de analisar, faixa a faixa, disco a disco, TODOS os lançamentos do período, de "No Prayer For The Dying" (1990) a "Virtual XI" (1998) pelo IRON MAIDEN e de "Tattooed Millionaire" (1990) a "Scream For Me Brazil" (1999) pelo lado de Bruce.
O livro pode ser pedido através do e-mail [email protected], no site da Editora Denfire ou direto nos pontos de venda indicados no site.
FONTE: Editora Denfire
https://editoradenfire.com/
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