Matanza: Jimmy não tem orgulho de sua voz no álbum "Santa Madre Cassino"
Por Igor Miranda
Postado em 17 de março de 2022
A carreira do Matanza começou ainda em 1996, mas seu primeiro álbum de estúdio, "Santa Madre Cassino", saiu apenas em 2001. O trabalho de estreia da banda apresenta músicas como "Ela Roubou Meu Caminhão", "Mesa de Saloon", "Quanto Mais Feio", "E Tudo Vai Ficar Pior" e a faixa-título, que se tornaram algumas das favoritas dos fãs e viraram presença constante nos repertórios de shows.
Embora o disco tenha sido aclamado pelo público e mídia especializada, o próprio vocalista do Matanza, Jimmy London, não se orgulha de sua performance registrada diante do microfone. Em entrevista a IgorMiranda.com.br (vídeo disponível ao fim da matéria), o cantor destacou que soava como "criança" naqueles tempos – não à toa, ele tinha 25 anos quando o material foi lançado.
"Até gravarmos o ‘A Arte do Insulto’ (álbum lançado em 2006), era tudo um gigantesco borrão, porque realmente a gente acreditava naquilo ali que a gente estava fazendo: encher a cara e se divertir, sem muita noção do que estava fazendo. O ‘Santa Madre Cassino’ é um disco legal. Não tenho orgulho das vozes, tenho voz de criança ali, acho que minha voz não é parecida com minha voz hoje, literalmente eu era uma criança", afirmou.
Outro ponto relacionado a "Santa Madre Cassino" destacado por Jimmy tem a ver com a falta de definição da sonoridade. O vocalista definiu o trabalho como "disco de produtor de antigamente", devido ao uso de efeitos e recursos de estúdio que não foram aproveitados pelo grupo futuramente.
"Fico surpreso como a gente não definiu a sonoridade do ‘Santa Madre Cassino’. Se você for ver, é um disco de sonoridade livre. É um disco de produtor de antigamente, cheio de reverbs e arrumações que a gente rapidamente abriu mão. A gente não sabia mesmo, não tínhamos ideia de como é que você escolhe uma sonoridade, como você arranja um disco", declarou.
As poucas lembranças
Ainda durante o bate-papo, Jimmy London admitiu que tem poucas lembranças dos trabalhos iniciais do Matanza. Antes de lançar "Santa Madre Cassino", a banda produziu duas demos: "Terror em Dashville" (1998) e "De Volta a Tombstone" (1999).
"A gente fez uma demo em 1998 lá no estúdio Uptown. Sabe o que eu me lembro dessa demo? Que eu quebrei uma guitarra Gibson SG, a mão (headstock) da guitarra. Passando meio bebum, puxei o cabo da guitarra que estava encostada na parede, aí caiu de frente e quebrou a mão. Era uma guitarra de, sei lá, três, quatro, cinco mil dólares, de um amigo nosso, foi a maior m*rda. Lembro disso dessa demo. Na outra demo, a gente fez qualquer coisa. Chegou no ‘Santa Madre Cassino’, a gente também fez qualquer coisa", disse.
"Música para Beber e Brigar"
Na visão de London, nem mesmo o álbum seguinte, "Música para Beber e Brigar" (2003), traz uma definição sonora adequada. "Quando a gente chegou no ‘Música para Beber e Brigar’, por mais que a gente começasse a pensar no que a gente queria dizer, a gente ainda não sabia timbrar as coisas. É um disco que eu acho legal, mas que eu acho que o timbre é uma m*rda, que as coisas não funcionam bem... uma m*rda, mas a gente não sabia mais ou menos como é que a gente queria soar", declarou.
A entrevista completa pode ser assistida no player de vídeo a seguir. Na ocasião, Jimmy fez uma discografia comentada do Matanza e falou sobre seu novo projeto, o Matanza Ritual, que estará em turnê pelo Brasil até o mês de maio.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura?
A pior música do melhor disco do Kiss, segundo o Heavy Consequence; "Péssima"
Os guitarristas que Ozzy Osbourne achava "friamente perfeitos demais" para gostar
Kirk Hammett cita os fatores que impediram o Exodus de ser maior
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
Bryan Adams fará shows no Brasil em março de 2026; confira datas, locais e preços


A famosa banda brasileira que Rafael Bittencourt quase foi linchado por não conhecer
Os dois fatores que fizeram Matanza romper barreira do underground, segundo Jimmy London


