Ian Gillan conta como foi sua primeira saída do Deep Purple, em 1973
Por André Garcia
Postado em 17 de maio de 2022
O Deep Purple surgiu em 1968, quando debutou com "The Shades of Deep Purple", formado por Rod Evans (vocais), Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclado), Nick Simper (baixo) e Ian Paice (bateria). No entanto, a banda só fez sucesso a partir de 1970, com a entrada de Ian Gillan e Roger Glover, respectivamente vocalista e baixista, e o lançamento do clássico "In Rock".
Dessa forma, o Deep Purple se tornou um dos maiores nomes do rock pesado, e produziu dois dos álbuns mais influentes para o surgimento do heavy metal: "Machine Head" e "Made in Japan", ambos lançados em 1972.
Contudo, o desgaste de gravações e turnês ininterruptas tornou a relação entre os integrantes insustentável. E assim, mesmo no auge do sucesso, no ano seguinte aquela formação se separou com a saída de Gillan e Glover, que seriam substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes.
Conforme publicado pela Classic Rock, Ian Gillan contou em detalhes como foi sua saída da banda, que aconteceu em 29 de junho de 1973, após uma excursão pelo Japão.
"Na verdade, eu entreguei minha carta de demissão para a banda meses antes, quando estávamos em Dayton, Ohio [Estados Unidos]. Nela, eu os informei que desejava deixar o [Deep] Purple ao final da próxima turnê. Só que, quando [a turnê americana] acabou, ninguém falou nada sobre minha decisão. Nós apenas terminamos de produzir 'Who Do We Think We Are' e fomos para a estrada."
"Nós fomos para o Japão em junho de 73, e a última data foi em Osaka, no dia 29. Aquele era o fim da turnê, portanto, meu último show com a banda. Ninguém falou nada comigo. Nós subimos no palco, fizemos o show… e só! Eu fui embora sozinho e voltei para o hotel. Não houve despedida de ninguém ligado ao Purple: nenhum dos outros quatro da banda, ninguém da equipe, nem os empresários… Foi como se eu tivesse sido varrido para baixo do tapete. Eu não esperava nenhuma despedida emocionada, mas simplesmente ignorarem a coisa toda foi muito esquisito."
"O clima do Purple na época estava simplesmente horrível, e para mim foi um alívio me afastar daquilo. Para entender o que havia de errado com a banda você teria que ser formado em psicologia… Todo mundo se comportava como um c*zão — inclusive eu; eu era tão escroto quanto eles. Não ajudava em nada que na época havia muita gente metida no meio, e uma agenda onde a gente se matava de tanto trabalhar. Se déssemos um tempo, talvez pudéssemos nos acertar. Mas estávamos sendo espremidos a um ponto onde eu simplesmente tive que sair."
"Então naquela noite em Osaka todos nós agimos como se nada tivesse acontecido, e tivesse tudo bem — o que obviamente não era o caso. No dia seguinte, fui para o aeroporto sozinho, peguei o avião e voltei para casa. Foi como se, no instante em que desci do palco, eu já não fosse mais da banda. Quando voltei para a Inglaterra, eu meio que esperava que alguém da banda me ligasse, o que não aconteceu. Eventualmente eu recebi uma ligação foi de Roger Glover, dizendo que ele havia sido demitido do Purple."
O último show de Ian Gillan antes de sua primeira saída do Deep Purple pode ser ouvido abaixo.
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