Lobão explica porquê todo sertanejo gostaria, no fundo, de ser roqueiro
Por Bruce William
Postado em 30 de junho de 2022
Em um trecho da longa conversa que Lobão teve com Clemente Magalhães, para o podcast Corredor 5, o tema era a aceitação do Rock no nosso país, que conforme explica o músico, "nunca foi aceito no Brasil, nem pela direita e nem pela esquerda", quando Clemente então comenta que é uma coisa engraçada pois Rock é o que enche arena no mundo, e Lobão completa: "Enche arena e é o que todo mundo quer ser. O sertanejo bota uma tatuagem, um cabelinho mais moderninho, uma guitarrinha, todo mundo adoraria ser, porque o Rock continua ainda ditando o que é moda, o que é comportamento, o que é estética, isso sempre sai do Rock", explica.
Em seguida, Lobão emenda: "Porque o Rock, como diria David Bowie, 'Rock is a fine art'. É uma arte fina, uma arte sofisticada, não é como nós vemos aqui que o roqueiro é farofeiro, é tosco, isto é coisa aqui do Brasil. Dizem que tem que tocar mal pra ser roqueiro, o Rock não tem nada a ver com isso. Os grandes artistas de Rock do mundo fizeram Artes Plásticas, são pintores - Ronnie Wood (Rolling Stones) é um grande pintor, o Mick Jagger é PHD em Economia, uns fazem Filosofia, sabiam Literatura, Filosofia, o Lou Reed... o Bob Dylan ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e não foi de graça. Então este tipo de coisa é impermeável à compreensão, não só para aqueles que detratam o Rock, como para o próprio roqueiro no Brasil que na grande maioria é mais pra Metal, pra Rock farofa, você não tem uma quantidade substancial de pessoas que curtam Rock numa área mais sofisticada, que é a área que mais me fascina no Rock'n'Roll'".
Esta fala de Lobão está no corte a seguir.
A participação completa de Lobão no podcast "Corredor 5" pode ser conferida no vídeo abaixo.
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