A icônica banda de rock nacional que durou pouco, mas criou enorme memória afetiva
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de agosto de 2022
A banda RPM foi formada no início dos anos 1980 e teve entre seus integrantes figuras icônicas como Paulo Ricardo (vocalista) e Luiz Schiavon (tecladista). Embora faça sucesso até hoje, lançou apenas quatro discos de estúdio e durou apenas até 1989 – com retorno para mais um álbum em 2011.
Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, o youtuber Júlio Ettore, especialista em rock nacional, explicou sua visão sobre o fato de o RPM ter lançado tão poucas músicas, mas ser enorme sucesso.
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"Acho que eles são um fenômeno muito interessante. Acho incrível uma coisa que durou tão pouco tempo ter criado uma memória afetiva tão grande. Acho que é um som com muitos méritos. A proposta de um baixo marcando a cabeça da nota e a guitarra fazendo as frases.
Agora, o que provoca esse fenômeno? Teve até um Globo Repórter sobre eles e é inacreditável! O Pedro Bial pergunta o que as pessoas acham sobre o RPM e todos dizem que se identificam com as letras. Eles reproduziram uma ligação afetiva forte. Não sei explicar! Todos querem saber. São poucas músicas, não deixaram uma obra grande.
O rock teve muita exposição na mídia naquele momento. Era a bola da vez. Estava na revista e na TV. Entrou na cabeça das pessoas e não tinha Spotify para descobrir outras coisas. Ou seja, poucos artistas entraram na cabeça das pessoas. Tem a figura do líder, que é o Paulo Ricardo. Tem a questão de ele ter sido um símbolo sexual e isso mitificou a banda. Foi um momento em que toda indústria jogava a favor do rock.
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Claro que bandas como o Charlie Brown ainda têm muitos fãs, mas o nível de afetividade que as pessoas criaram em relação ao RPM e aos anos 1980 não vai ser o mesmo que as pessoas terão daqui a 10 anos sobre o Charlie Brown. Porque o Charlie Brown já não jogava sozinho no campeonato. Tinham outros ritmos juntos", disse.
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