Scheff relembra Elvis Presley: "se ele chamasse o Pato Donald pra tocar, finja que amou"
Por Emanuel Seagal
Postado em 16 de maio de 2023
O baixista Jerry Scheff teve o privilégio de tocar com os dois Elvis — Presley e Costello — além de outros grandes nomes da música como The Doors, Bob Dylan e outros. Em um bate-papo com Joe Shooman ele contou como era trabalhar com o rei do rock.
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O músico, que agora vive na Escócia, cresceu na Califórnia, e começou cedo na música. "Em casa sempre tínhamos muitos discos, e um piano", relembrou o músico em entrevista da revista Bass Player. Sua mãe o incentivava e levava o garoto para clubes de jazz em Sacramento. Após servir na marinha Jerry começou a trabalhar como músico contratado em Los Angeles, onde teve grande sucesso. Enquanto sua agenda enchia de trabalhos, outros baixistas talentosos apareciam na cena, como Scott LaFaro e Jaco Pastorius. "Eu sabia que iria ter que dedicar minha vida inteira e encarar com seriedade se quisesse atingir o nível daqueles caras, e mesmo assim, quem sabe até onde eu conseguiria. Tive que decidir: ficar em Los Angeles e trabalhar em estúdio, estudar e praticar pra caramba, ou investigar o território desconhecido das raízes do rock 'n' roll branco e música country."
Após seu retorno em 1968, Elvis Presley queria montar uma banda, a TCB Band", para cair na estrada pela primeira vez em uma década, e Jerry recebeu o chamado. "Naquela época eu não fazia ideia onde estava me metendo. Eu realmente gostava dele e da sua voz, e o fato dele aparentemente me deixar fazer o que eu queria. Eu estava pronto para ver por um tempo como as coisas seriam", explicou. "Além disso não me impuseram restrições quanto a tocar com outros músicos que eu quisesse. Eu poderia fazer esse trabalho e ir fazer outra coisa, não estava preso com ele. É claro que isso servia para os dois lados, mas eu tinha confiança em mim mesmo na época para fazer funcionar."
Em seu livro, "Way Down: Playing Bass with Elvis, Dylan, the Doors, and More: The Autobiography of Jerry Scheff", ele explicou como era trabalhar com Elvis. "Ele escolhia ou aprovava pessoalmente os membros da banda, então ninguém ousava se meter com ninguém enquanto ele estivesse vivo. Isso incluía todos da equipe. Se Elvis escolhesse o Pato Donald para tocar baixo, era bom que todos fingissem que amaram a ideia. Eu particularmente não me importava muito com o que ninguém, além do Elvis, pensava sobre o que eu fazia", disse.
Jerry se afastou da banda em 1973, retornando dois anos depois, e permanecendo até o fim, com o falecimento do chefe em 1977. "Eu acredito, assim como muitas outras pessoas que o conheceram, que ele teria sido feliz simplesmente cantando música gospel."
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