A curiosa medida que produtor tomou para forçar Renato Russo a ser mais criativo
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de maio de 2023
Renato Russo foi um dos grandes gênios da música brasileira e com a Legião Urbana entregou muitos clássicos que tocam até hoje. Um de seus traços marcantes, entretanto, era quando empacava e não conseguia escrever mais ou quando cismava com uma sonoridade e não saía disso.
Legião Urbana - Mais Novidades
Em entrevista ao canal Pitadas do Sal, o produtor Mayrton Bahia, que trabalhou com a Legião Urbana em muitos álbuns, comentou primeiro como ele entendia as críticas de que a banda tocava mal.
"O que é tocar bem e mal? Tocar bem é conseguir dizer aquilo que você quer do jeito que você pode. Isso é a coerência e o contexto. Por exemplo, se falo de uma letra agressiva e forte, cuspindo marimbondo, não faz sentido eu estar com as notas todas certinhas, tudo no lugar, arrumadinho. Eu estou lá com notas sujas, não vai ficar na harmonia. Que harmonia? Estou enfezado! Com raiva do mundo! Tem que ser coerente. Se o som é sujo, mas coerente, é isso mesmo. Se a imperfeição está coerente, não tem problema. Assim você pode quebrar regras".
Em seguida, Mayrton comentou sobre o álbum "As Quatro Estações" e relembrou um episódio em que precisou tomar uma medida inusitada para forçar Renato Russo a superar uma dessas ocasiões em que cismou com um som e ser mais criativo.
"Na época do ‘Quatro Estações’, o Renato Russo tinha comprado um teclado Juno 106. Tudo que ele fazia, botava o mesmo som de cordas. É lindo, mas ele queria usar sempre o mesmo preset! Nesse disco, começamos o trabalho do zero. Eu queria estimular a composição das músicas. Esse disco tem até vinhetas e bandolins. Queria estimular a criatividade e aí resolvi apagar o preset que o Renato sempre usava no teclado! [risos].
Ele perguntou onde estavam as cordas e eu disse que tinha outras coisas para ele usar. Ele ficou tipo com síndrome de abstinência! Aí, acabei reprogramando para ele. Nesse álbum, trouxe muitos samplers também. O ‘Lobisomem Juvenil’ e ‘Monte Castelo’ são sons eletrônicos misturados com samplers. Queríamos achar uma sonoridade e isso veio da minha experiência com o 14 Bis. Eu adoro programar sintetizador e criar sons eletrônicos".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Cinco bandas que, sem querer, deram origem a subgêneros do rock e do metal
Metal Hammer inclui banda brasileira em lista de melhores álbuns obscuros de 2025
Novo álbum do Violator é eleito um dos melhores discos de thrash metal de 2025 pelo Loudwire
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
A banda que "nocauteou" Ray Manzarek, do The Doors; "Acho que era minha favorita"
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
O melhor álbum de thrash metal lançado em 2025, segundo o Loudwire
Dorsal Atlântica termina gravações do seu novo disco "Misere Nobilis" e posta vídeo reflexivo
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"

As 5 melhores bandas de rock de Brasília de todos os tempos, segundo Sérgio Martins
O hit da Legião Urbana em que Renato Russo usa a Bíblia para falar de relação gay
6 artistas que regravaram músicas que escreveram, mas originalmente foram registradas por outros
Rogério Flausino conta como a morte de Renato Russo afetou a carreira do Jota Quest
A opinião de Renato Russo sobre uso de homeopatia para dependência química
Religião: os rockstars que se converteram
Lynyrd Skynyrd: a história da espetacular "Simple Man"


