Associação com conservadorismo pode ter feito rock sair da mídia, diz Samuel Rosa
Por Gustavo Maiato
Postado em 06 de julho de 2023
Muito se discute hoje em dia sobre os motivos que levaram o rock a não estar tão presente na mídia quanto antes. Em entrevista ao Sonoros, Samuel Rosa, ex-Skank, refletiu sobre o assunto.
"Eu acho difícil essa pergunta, cara. É muito mais fácil a constatação, né? Agora, o porquê disso, né, é como tentar explicar qualquer tipo de mudança comportamental. Por que o rap tem um lugar maior do que tinha, tempos atrás?
Mas eu gosto muito, me apego muito nessa visão de que o rock é um braço da música pop, música pop é essa que dita comportamento, que fala com as massas e tal, e que não é só um privilégio do rock. No Brasil mesmo, a gente vê, o samba faz isso, o funk faz isso, outras vertentes, porque o Brasil é um produtor de música popular incrível, várias vertentes.
E então, assim como o reggae também, o outro braço e tal, há alguma coisa de códigos, de signos, de representações, porque é imperativo falar com o jovem, né? Sim, com as pessoas mais novas, e elas são as grandes transformadoras, são as pessoas que vão transformar e vão transformar o rock em algum momento. Ele perdeu essa capacidade. Nos anos 90, que era época da MTV, tinha muito rock.
Então, alguma coisa o rock foi perdendo, talvez essa coisa da repetição. Talvez um certo conservadorismo, o rock começou a pegar uma pecha desse tipo de gente. Como assim, né? Até os caras que eu achava os mais transgressores foram capazes de atos e declarações ultraconservadoras. Os caras não estão acompanhando as mudanças. Então, a coisa é cíclica, comportamento é cíclico. Acaba, some, depois volta, ou não volta nunca."
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