O dia que Morrissey e George Michael comentaram sobre o Joy Division na TV britânica
Por André Garcia
Postado em 04 de julho de 2023
Em um dia que entrou para a história da música pop britânica, em meados dos anos 80, Morrissey e George Michael se reuniram em um programa de TV para falar sobre o Joy Division.
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Joy Division durou pouco, rendendo apenas um álbum — o segundo já foi lançado póstumo, dias após o suicídio de Ian Curtis. Apesar disso, deixou uma marca duradoura, tanto por ter originado o New Order quanto por ter influenciado as bandas de post punk, como U2, The Cure e The Smiths.
Em seu canal de arquivo no YouTube, a BBC publicou um trecho do programa Eight Days a Week transmitido em 25 de maio de 1984. Dando destaque à cena post punk de Manchester, teve como convidados Morrissey e George Michael, que falaram sobre o Joy Division. Na ocasião, estava sendo publicada a primeira biografia da extinta banda.
"Para mim", começou Morrissey, "a imagem que as pessoas têm do Joy Division é totalmente colorida pela morte de Ian Curtis. É sempre o único aspecto que as pessoas parecem discutir. Joy Division é uma banda que eu não curtia lá muito — as poucas vezes que os assisti, foi por acidente. Hoje em dia eu aprecio totalmente. Mas quando olho para Ian Curtis e o New Order, não os vejo apenas como cantores o letristas, mas também como simbolistas. Para mim, eles foram muito precisos, e captaram o espírito da época."
"O que eu achava totalmente falso era como o pessoal dizia 'É assim que a vida é, totalmente desprovida de emoção', que obviamente não era como eles eram. Eram vistos como pessoas insensíveis, o que obviamente não eram. As pessoas queriam que eles fossem algo que não eram. Eu achava isso bem triste", concluiu o vocalista do The Smiths.
George Michael foi chamado na conversa com o apresentador demonstrando surpresa por ele, então membro do colorido e saltitante WHAM!, ser fã do Joy Division:
"Eu realmente curtia muito o Joy Division, especialmente o segundo álbum, 'Closer'. O segundo lado de 'Closer' é meu álbum favorito, é simplesmente lindo. Tem 'The Eternal', 'Twenty Four Hours'... eu sei que são apenas quatro faixas, mas não gravo os títulos. É musicalmente belo. Eu só achava a imagem deles, apesar de curtir, totalmente pretensiosa, forçada, e continha bastante elementos fascistas... Mas a música era ótima. [...] O jeito como eles foram promovidos depois da morte de Ian Curtis foi doentio."
Após o suicídio de Ian Curtis, o Joy Division foi declarado extinto, mas seus membros remanescentes se uniram à tecladista Gillian Gilbert para formar o New Order. Com a nova formação, o som deles deixou de ser seco, sujo e austero para algo mais moderno, mais eletrônico e dançante.
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