A justificativa plausível para erro geográfico na capa de "Eldorado" de Edu Falaschi
Por Gustavo Maiato
Postado em 31 de agosto de 2023
O novo álbum de Edu Falaschi, chamado "Eldorado", tem história conceitual que se passa no México. A pirâmide que aparece na capa, entretanto, é típica do povo maia, que não habitava essa região.
Esse suposto erro na verdade foi intencional, conforme explicou Edu Falaschi em entrevista para o Heavy Talk. Segundo o ex-Angra, a ideia foi fazer homenagens a vários povos e culturas da América Latina, não se restringindo apenas ao México.
"No caso da faixa-título, eu desejava criar uma canção que pudesse abranger toda essa celebração à cultura latino-americana, que é por isso que a chamei de ‘Eldorado’. O nome tem essa dualidade, pois apesar de ter origem na lenda colombiana de Eldorado, é também um nome que carrega força e é internacionalmente reconhecido. Essa lenda é muito famosa na América Latina e me inspirou a abordar diversos aspectos dentro do álbum.
Dentro das faixas do álbum, busquei representar diferentes áreas da nossa rica cultura latina. Citei Pablo Neruda, um renomado poeta chileno, e também utilizei o nome ‘Eldorado’ como uma referência. Essa lenda, que possui raízes em várias partes, como o Brasil, o México e principalmente a Colômbia, é repleta de significados.
Na capa do disco, destaquei uma pirâmide maia, um símbolo icônico da mesoamérica pré-colombiana. Embora não esteja diretamente ligada à história da lenda, a pirâmide representa de forma incomparável a cultura dessa região. As pirâmides são o símbolo mais marcante para os estrangeiros quando se trata dessa cultura, e não há outro elemento que possa ser comparado em termos de simbolismo e reconhecimento", disse.
Ainda falando sobre o disco "Eldorado", na mesma entrevista, Falaschi disse que contratou um profissional da Disney para fazer o videoclipe de "Tenochtitlán".
"O videoclipe foi mais ousado em questão de tecnologia e ideias. Nunca fiz algo parecido. Desde que comecei a carreira solo, fiz clipes com mega produção, como ‘Land Ahoy’. É dentro de um padrão entendível. Fiz também no Almah em lugares abandonados, que é o clássico das bandas de metal. Dessa vez, procurei fazer diferente.
Quis explorar essa febre da inteligência artificial. Sou maluco e resolvi utilizar esse recurso como algo imersivo. Consegui demonstrar no vídeo a fusão de universos paralelos. O nosso moderno com o mundo pré-colombiano da época de 1500. Acho que consegui, mesmo não tendo condições de fazer um filme hollywoodiano.
Usamos a inteligência artificial para fazer essa conexão. Tem uma linguagem de anime, que gosto muito. Contratamos um designer de 3D da Disney. Ele trabalha também na Lucasfilm. Utilizamos imagens em 3D. Ele reconstruiu uma cidade daquele tempo. Temos um videoclipe com selo Disney! Consegui realizar isso".
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