Cientistas criam células que liberam insulina quando toca a música "We Will Rock You"
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de agosto de 2023
Uma matéria do jornal O Globo mostrou que pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, alcançaram um avanço notável ao desenvolverem células com a habilidade de liberar insulina em resposta a um estímulo incomum: ondas sonoras, mais especificamente a icônica música "We Will Rock You" da banda Queen. Essas células artificiais foram implantadas em camundongos como parte do experimento.
Os cientistas criaram várias formas de desencadear a liberação de insulina das células, explorando opções como luz e mudanças de temperatura. No entanto, o estímulo musical provou ser a resposta mais eficaz. O processo de criação dessas células inovadoras envolveu a utilização de proteínas derivadas da bactéria E. coli, que foram empregadas para construir uma espécie de cápsula em torno das células. Vale destacar que essa bactéria é naturalmente sensível a estímulos mecânicos, como aqueles gerados por ondas sonoras.
A pesquisa também revelou que as frequências mais graves de som, como aquelas encontradas nos tons de baixo, eram particularmente bem captadas pelas cápsulas. A partir desse conhecimento, os cientistas realizaram experimentos com diferentes músicas, classificando "We Will Rock You", do Queen, como o estímulo mais eficaz, seguido pela trilha sonora do filme "Os Vingadores".
Ao serem expostas às vibrações da música, as células responderam liberando insulina em uma quantidade comparável àquela induzida pela glicose em indivíduos saudáveis. O líder da pesquisa, Martin Fussenegger, afirmou que essa taxa de liberação é suficiente para atender às necessidades diárias típicas de um paciente com diabetes que faz três refeições por dia.
Uma vez que a diabetes é caracterizada pela produção insuficiente de insulina pelo corpo, os pacientes diabéticos dependem de fontes externas desse hormônio, geralmente administradas por meio de injeções ou bombas. Os cientistas afirmam que não existe risco de overdose caso um paciente esteja em um ambiente musical, como um show ou balada, uma vez que um contato direto com a pele é necessário para ativar as células.
A equipe de pesquisa está otimista em relação ao potencial futuro dessas células. Se comprovada sua eficácia em seres humanos, essa tecnologia poderia ser aplicada em outros contextos farmacêuticos que demandam a liberação controlada de hormônios ou proteínas de forma contínua.
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