O dia que Bruce Dickinson, do Iron Maiden, entrevistou James Hetfield, do Metallica
Por Mateus Ribeiro
Postado em 11 de agosto de 2023
O músico britânico Bruce Dickinson, vocalista da banda Iron Maiden e dono de uma das maiores vozes da história do Heavy Metal, também é radialista. Em 2008, o frontman do grupo liderado por Steve Harris apresentava um programa na Radio 6 Music, estação de rádio administrada pela BBC.
Certo dia, Bruce Dickinson recebeu em seu programa ninguém menos que James Hetfield, icônico vocalista e guitarrista do Metallica. A entrevista foi tema de matéria assinada por Matt Mills e publicada no site da revista Metal Hammer.
A dupla de gigantes do Heavy Metal falou, entre outros assuntos, sobre Cliff Burton e Jason Newsted, baixistas do Metallica nas décadas de 1980 e 1990. James disse que passou a perceber a falta que Cliff (falecido em 1986) fazia em sua vida quando foi tratar seus vícios.
"Você realmente não percebe como é afortunado por estar com certas pessoas até que elas se vão. Foi assim com [Cliff]. Ele e eu trabalhamos muito bem juntos no palco. Eu realmente não percebi o quanto sentia falta dele até ir para a reabilitação [em 2001] e estava lidando com muitas perdas em minha vida: meu pai, minha mãe e Cliff também."
Em outro trecho, James admitiu que ele, Lars Ulrich e Kirk Hammett pegaram pesado com Jason Newsted, baixista escolhido como o substituto de Cliff Burton.
"Quando Jason se juntou à banda, foi logo após o luto. Não fomos capazes de lamentar a perda de Cliff. A teoria da administração era: ‘Vá para a estrada, resolva isso no palco’.
[Jason] era um grande fã do Metallica e essa foi uma das grandes partes de seu trote: estávamos tentando tirar o fã de dentro dele. Provavelmente estávamos sendo um pouco duros e descarregamos muito de nossa dor nele também."
Por fim, a dupla abordou o documentário "Some Kind Of Monster", registro que narra um dos períodos mais turbulentos e pesados da carreira do Metallica: as sessões de gravações do repugnante "St. Anger".
"[Estávamos] sendo talvez um pouco mais honestos do que o necessário. [Fomos] de ‘O poderoso Metallica! Indestrutível’ para, ‘Oh meu Deus, James bateu a porta e agora ele está chorando no canto em posição fetal’, sabe? Existem certas personalidades que não conseguem aceitar isso.
Aquele filme não era para os fãs do Metallica. Foi uma história humana, mas expor as fraquezas nos fortaleceu. Aprendemos muito um sobre o outro através do filme", concluiu James.
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