Em entrevista de 1989, as impressões do Sepultura sobre novos rumos com "Beneath The Remains"
Por Emanuel Seagal
Postado em 06 de dezembro de 2023
Em 1989 o Sepultura lançava seu terceiro álbum, "Beneath The Remains", o primeiro que contou com o apoio total da gravadora Roadrunner, e quando o grupo aumentou consideravelmente sua agenda de shows, tocando com nomes como King Diamond e Sodom, além de fazer sua primeira apresentação nos Estados Unidos. Este também foi o segundo disco que contou com a participação do guitarrista Andreas Kisser.
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Aqui "desenterramos" uma entrevista concedida por Andreas para a quinta edição do zine sueco Morbid, onde ele fala sobre as mudanças na banda com o novo disco e o trabalho do produtor Scott Burns, que continuou com o grupo por diversos discos e trabalhou posteriormente com nomes como Cannibal Corpse, Suffocation, Sadus, Napalm Death e Deicide. Confira abaixo alguns trechos da matéria.
Como tem sido finalmente chegar na Europa?
Andreas Kisser: "Tem sido ótimo! Vindo do Brasil, pudemos tocar para muitas novas pessoas."
Parece estranho que vocês estejam abrindo para o Sodom quando seu novo disco é muito mais popular aqui do que o deles?
Andreas Kisser: "Bem, a turnê inteira é como apoio para a banda Sodom, certo? Mas, eu acho que é estranho em alguns lugares… deveríamos mudar. Mas em toda a turnê o Sodom é o headliner."
Isso significa tocar um set mais curto que o deles também, não é?
Andreas Kisser: "Sim, podemos tocar 50 minutos enquanto o Sodom toca 90."
Qual a sua comparação dos locais dos shows aqui com os que vocês têm no Brasil?
Andreas Kisser: "Eu diria que é quase o mesmo, sem grandes locais. Bem, temos um lugar em São Paulo que comporta seis mil pessoas, onde o Metallica tocou ontem, no Brasil. Temos outro para duas mil pessoas, sabe, é o melhor lugar para thrash metal."
Como você se sente em turnê aqui se comparado com o Brasil, onde vocês provavelmente são super famosos, mal podem andar nas ruas?
Andreas Kisser: "(Risos) Ah, não, não, não! Não é assim mesmo! Não somos tão famosos no Brasil. Temos uma galera legal, mas a cena no Brasil está ficando muito ruim. Eu gosto do público europeu, eles são muito loucos."
O que foi responsável por este som totalmente novo no último LP, se comparado aos lançamentos anteriores?
Andreas Kisser: "Neste último disco, 'Beneath The Remains', nós tivemos uma produção ótima. Um produtor de verdade, Scott Burns. É a primeira vez que tivemos um produtor de verdade. Nos primeiros três LPs, nós tivemos produtores no Brasil que não sabiam nada de thrash metal e som pesado. Outra razão foi que tivemos um estúdio muito bom no Brasil, um dos melhores, e Scott Burns veio ao Brasil quando o chamamos. Tivemos mais dinheiro, mais tempo. A gravação foi mixada na Flórida e acho que foi uma das razões deste LP ser tão bom. Progredimos musicalmente também, mas estes fatos nos ajudaram. Temos muito mais tempo para compormos com calma. Mudamos de gravadora e passamos muito tempo fazendo ligações e assinando o contrato. Antes tínhamos uma semana para fazer uma música e agora é mais fácil. Não há pressão para fazermos uma música num tempo específico. Foi uma progressão natural. Na verdade, esta turnê na Europa nos ajudou muito com ideias, simplesmente conversando com as pessoas."
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