O método usado por guitarrista para tirar 17 músicas em 20 dias para tocar com Edu Falaschi
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de fevereiro de 2024
Em entrevista exclusiva, músico de 24 anos que substituiu Roberto Barros no show em São Paulo falou sobre os hits mais difíceis de tocar e quais são seus guitarristas brasileiros favoritos.
O guitarrista Victor Franco, de 24 anos, substituiu Roberto Barros, que está se recuperando de bactéria na perna, e conseguiu entregar uma performance incrível no show de Edu Falaschi em São Paulo. Em entrevista com o jornalista Gustavo Maiato, ele contou todos os bastidores dessa ocasião.
Como surgiu contato de Edu Falaschi para substituir o Roberto Barros no show em São Paulo? Qual foi sua reação na hora?
O Edu me chamou no direct do Instagram mesmo, bem direto ao ponto, na hora eu fiquei meio sem entender… Achando que era fake, mas ele pediu meu número e me ligou logo em seguida. Falar por telefone com uma das vozes que eu cresci ouvindo foi surreal, nem acreditava que estava realmente acontecendo.
Você precisou aprender 17 músicas em 20 dias. Qual foi o método que você usou para conseguir?
Fiz uma planilha pra organizar as musicas e suas partes (Duetos, solos e bases), conforme eu ia aprendendo as partes eu marcava na planilha um OK e assim ia me guiando. Quanto ao tempo, utilizei o pomodoro, é um método de organização, vc faz ciclos de estudo e ciclos de pausa, é essencial para otimizar o dia de estudos.
Quais músicas foram as mais desafiadoras e por quê?
Live and Learn e Sacrifice, focam e várias das minhas dificuldades na guitarra, por mais que não sejam as mais rápidas do show. Já na parte de velocidade, foi a Tenochtitlán, por ser uma musica longa e ter poucos momentos de respiro… E claro, foi um grande desafio decorar a Eldorado, por ser uma música de 10 minutos, cheia de partes e pequenas variações que dão um nó na cabeça.
Na hora do show, qual foi a sensação? Passou pela cabeça o medo de errar ou foi basicamente uma euforia do início ao fim?
Eu entendi que ficar mentalizando o que poderia acontecer, só ia piorar a situação e me deixar mais nervoso, então eu foquei em me divertir e aproveitar o momento de estar no palco com a lenda Edu Falaschi e com tantos outros músicos que eu admiro muito. Não faria sentido eu exigir perfeição, erros são inevitáveis, temos que conviver e aprender com eles para sermos melhores na próxima vez.
Quais são as suas principais semelhanças e diferenças em relação ao Roberto Barros no quesito guitarra?
Na minha visão, tocar um instrumento é você ter sua própria linguagem, os seus jeitos de falar, suas gírias, manias e etc… Então é muito desafiador vc incorporar outra pessoa. Creio que as semelhanças seriam amor pelas partes desafiadoras, sem deixar a melodia de lado, e as diferenças seriam as digitações no braço da guitarra, as escolhas do Roberto são muito diferentes das que eu faria para executar a mesma frase, não que um seja melhor do que o outro, são apenas maneiras diferentes de dizer a mesma coisa.
Você é muito jovem e faz parte da nova geração de guitarristas. Quais as principais vantagens e os principais desafios de pertencer a essa geração?
Vantagens seriam a facilidade de comunicação, pois podemos colaborar com artistas de várias partes do mundo, surgir num cenário desses é incrível. A tecnologia no mundo da guitarra hoje em dia é sensacional, é a melhor era pra ser um guitarrista… Plugins, pedaleiras, softwares de audio em geral, é muito fácil vc ter um som de guitarra maravilhoso com pouco equipamento. O grande desafio é lidar com as redes sociais e a constante comparação e competição, isso pode ser muito saudável para o seu crescimento, mas também pode ser muito perigoso, podendo te afastar do instrumento por frustração e ansiedade em não ter resultados que as outras pessoas mostram… Eu mesmo sofri muito com isso na época da pandemia, vendo milhares de guitarristas incríveis que tocam 10x mais do que eu todos dias, mas você tem que ser persistente, focar na sua própria carreira e objetivos, o excesso de comparação não é nada saudável, quando eu parei com isso e foquei na minha realidade, consegui melhorar muito!
Como foi trabalhar com o Edu Falaschi de maneira geral? Quais as principais características dele que te chamou atenção?
O Edu é uma pessoa maravilhosa, me tratou como um irmão! Foi incrível trabalhar com ele, gostei que ele não tem nada de estrelismo, sendo um cara muito pé no chão e realista.
Qual seria seu TOP 5 de guitarristas brasileiros e por quê?
São tantos! É até difícil escolher… Mas seria o Kiko Loureiro, por ser A lenda da guitarra nacional, técnica perfeita, compositor incrível. Roberto Barros, por ter criado novos conceitos pra guitarra metal, renovando o jeito que se pensa no instrumento. Luís Kalil, por ter começado muito jovem e hoje em dia ser uma referencia mundial, seu play dispensa comentários… um guitarrista extremamente criativo. João Hanysz, pela sua criatividade nas composições e o estilo mais moderno que me agrada muito. Lucas Moscardini pelo seu trabalho incrível no Vitalism, sendo super técnico e também agora na Odeon, mostrando ser um guitarrista extremamente criativo e melódico, o que eu valorizo muito! São tantos guitarristas, o brasil é cheio de grandes nomes e futuros nomes também!
Fale um pouco do seu trabalho como guitarrista. Você toca em outras bandas? No Instagram podemos ver que você dá aula também...
Atualmente não tenho bandas, venho fazendo meu trabalho no Instagram, postando versões metal de musicas pop, o que eu curto de mais fazer! Solos de guitarra em cima de músicas que não tem solo originalmente, covers e eventuais concursos. Em paralelo a isso dou aulas particulares, Online e também presenciais para as pessoas de Joinville e região.
Tocar com o Edu Falaschi de alguma forma impulsionou números no seu Instagram e YouTube? O que você pode dizer da repercussão para sua carreira até agora?
Totalmente! Tive um grande crescimento desde o dia do show! Estou muito feliz com os resultados, busco mostrar meu trabalho para o maior número de pessoas possível. É muito gratificante para um artista ser ouvido, trabalhamos para entregar boas músicas para as pessoas.
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