Como AC/DC criou o termo "Highway To Hell" e gerou polêmica, segundo Angus Young
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de dezembro de 2024
O álbum "Highway to Hell", lançado em 1979 pela banda australiana AC/DC, tornou-se um marco na história do rock – e do pânico moral que o gênero inspirou. Na época, movimentos religiosos acusavam o rock de ser uma ferramenta satânica, capaz de corromper mentes jovens. Angus Young, guitarrista e ícone da banda, alimentou essa narrativa, mas com um tom bem-humorado. As entrevistas foram compiladas pela Far Out.
"Isso veio de uma pergunta sobre o nome de uma turnê nossa, e eu respondi: ‘Uma estrada para o inferno!’ Foi uma piada, de novo!", lembrou Young, rindo, em entrevista. A capa do álbum, que o mostrava com chifres de diabo, contribuiu para a controvérsia.
O pânico satânico, comum nos anos 1970 e 1980, tinha raízes em uma interpretação religiosa do poder da música. Trechos bíblicos sugerem que a habilidade musical é um presente divino. Assim, muitos acreditavam que a música também poderia ser usada para propagar o mal.
A relação entre o rock e o diabo vinha de várias frentes: o som agressivo, as mensagens supostamente ocultas e o visual ousado dos artistas. Young, no entanto, era direto ao descrever essas acusações. "Quando chegamos aos Estados Unidos, eu não sabia o que era um fundamentalista, e realmente não me importava. Esse papo de satânico é mais coisa de grupos que fingem porque combina com a imagem deles", explicou.
Para Young, o conceito de céu e inferno era apenas mais um tema provocativo, sem conexões reais com sua crença. "Se alguém me falasse sobre o céu em uma escala religiosa, eu não aproveitaria um lugar assim. Quer dizer, o que está acontecendo lá? Paz e amor, anjos... Isso não soa muito divertido, e nem parece que teria rock! Se o outro lugar tiver rock e algumas minissaias, então, hey, eu sou o primeiro membro!"
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