Slash busca em projeto fora da música "deixar de ser visto pelas pessoas como guitarrista"
Por André Garcia
Postado em 23 de janeiro de 2025
Se há uma pessoa que passou toda sua vida adulta tendo profundas crises existenciais com a fama e consigo mesmo esse alguém é Bob Dylan.
Segundo ele, a fama é não só uma maldição como também a pior coisa que pode acontecer com um artista. Da mesma forma, ser considerado irrelevante pela mídia é a melhor coisa que pode acontecer a um artista, pois permite a ele se focar em fazer o que artistas fazem: arte.
Sei lá, para mim esses caras soam é como crianças mimadas reclamando de barriga cheia em um mundo cheio de gente morrendo de fome...
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Agora é Slash que anda tendo uma dessas crises de identidade dylanescas. O Homem da Cartola anda muito incomodado por se ver eclipsado por sua própria imagem — Slash, o lendário guitarrista do Guns N’ Roses — e gostaria de se livrar dela.
Assim como Rob Zombie, Slash não só adora filmes de terror como eventualmente quis fazer seu próprio. Em 2013, ele lançou Nothing Left to Fear, que produziu, roteirizou e fez a trilha sonora.
Agora ele quer se aprofundar na carreira audiovisual adaptando a série de suspense The Crow Girl, baseada em um livro de mesmo nome, mas ser um rockstar tem sido um obstáculo para ele.
Conforme publicado pela Guitar, em entrevista ao The Times Slash confessou: "Preciso que as pessoas parem de me ver como o guitarrista".
"É um beco sem saída. Ser famoso te ajuda a conseguir uma reunião, mas acaba eclipsando o projeto. É ótimo para dar os primeiros passos, mas torna mais difícil o pessoal te levar a sério."
O ser humano parece ser simplesmente incapaz de dar valor ao que tem... Eu adoraria ver esses caras na próxima encarnação passarem a vida toda tentando ser reconhecidos, e sofrendo com o fracasso e o anonimato.
Na mesma entrevista Slash, sóbrio desde 2006, relembra como as drogas por muitos anos serviram a ele para preencher um vazio em sua vida:
"Eu mergulhava de cabeça em tudo, [até] em festas hardcore. Mas ninguém me avisou sobre o que acontece quando a turnê chega ao fim e a adrenalina acaba. Porque eu não tinha uma vida real antes disso. Eu era um moleque e depois entrei em uma banda. Então, quando tinha uma pausa, não sabia o que fazer. Eu não queria sair e ser reconhecido. Essa não é a minha praia."
"Talvez eu devesse ter transado mais, eu acho. Mas, em vez disso, acabei usando muita droga — drogas alienantes que te tornam apenas um solitário. Fiz isso durante anos, até que finalmente, fiquei sóbrio. Aí então passei a dedicar todo o meu tempo à música. A música me toca de uma forma positiva."
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