O grande erro do rock nacional, segundo Charles Gavin (e por que Frejat discorda)
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de janeiro de 2025
Em entrevista ao canal do jornalista Sérgio Martins, o cantor e compositor Frejat analisou uma declaração de Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs, sobre o cenário do rock nacional. A fala, inicialmente feita pelo ex-baterista dos Titãs ao jornal Zero Hora, aponta um suposto erro estratégico do gênero que, para Frejat, merece nuances.
Segundo Sérgio Martins, Gavin afirmou: "Hoje, as pessoas procuram músicas de fácil assimilação, e o sertanejo atende perfeitamente a essa demanda. Além disso, o grande erro do rock nacional foi não ter investido na produção de shows como os sertanejos fizeram. O Capital Inicial foi uma exceção, mas, no geral, as bandas da minha geração não priorizaram esse aspecto, o que impactou negativamente na projeção do gênero."
Frejat, em resposta, defendeu que o cenário é mais complexo do que a análise sugere: "Preciso discordar em parte. Os próprios Titãs, por exemplo, são um caso de investimento em turnês. Eles aplicaram bastante nos seus projetos. A nossa geração, diferentemente das anteriores, já encontrou uma estrutura de show business no Brasil. Antes disso, nomes como Milton Nascimento, Caetano Veloso e Chico Buarque precisavam lutar mais contra essa carência de produção profissional."
O cantor reconheceu, no entanto, as limitações do público do rock em comparação a outros gêneros: "O sertanejo, o samba e, de forma mais regional, o forró, têm alcance muito maior do que o rock, que sempre foi mais concentrado nos grandes centros urbanos. Essa diferença de amplitude reflete diretamente na quantidade de dinheiro que esses estilos conseguem movimentar."
Frejat relembrou um exemplo do final dos anos 1990, quando o pagode dominava o mercado e atraía os melhores cenógrafos e projetistas de luz: "Esses profissionais, inicialmente trazidos pelo pop rock, acabaram migrando para estilos com maior capacidade de investimento, como o samba e o sertanejo. No fim das contas, quem paga mais consegue atrair os melhores profissionais."
Confira a entrevista completa aqui.
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